Por Odir Cunha, do Centro de Memória
O gol 1.000 da história do Santos foi marcado em um domingo, 11 de novembro de 1928, em um concorrido clássico contra o Corinthians disputado no Estádio da Ponte Grande, em São Paulo, pelo Campeonato Paulista daquele ano.
Depois de terminar o primeiro tempo perdendo por 2 a 1, o Santos iniciou a segunda etapa pressionando o alvinegro da Capital e logo aos dois minutos Siriri recebeu passe de Júlio e, segundo o jornal Folha da Manhã, “emendou violentamente, marcando o segundo ponto do Santos”.
A pressão santista continuou até o final, e aos 35 minutos foi a vez de Camarão, irmão de Siriri, aproveitar um rebote do goleiro Tuffy, ex-Santos, e sacramentar a virada. Tuffy fora expulso do Santos pelo presidente Antônio Guilherme Gonçalves devido a incidentes em um jogo entre as Seleções de São Paulo e Rio de Janeiro.
Nessa vitória sobre o Corinthians o Alvinegro Praiano foi escalado pelo seu diretor-geral de esportes Urbano Caldeira com Athié, Bilu e Aristides; Osvaldo, Júlio e Alfredo; Siriri, Camarão, Feitiço, Araken e Evangelista.
Na semana seguinte o Santos venceria o Palestra Itália, também na Capital e também por 3 a 2, mas, assim como no ano anterior, acabaria em segundo lugar no campeonato. Uma derrota para o Guarani, em Campinas, por 1 a 0, tirou do time a possibilidade de fazer um jogo-extra para decidir o título.
Quanto a Siriri, o autor do gol 1.000 do Santos, tratava-se de um atacante pequeno, habilidoso e versátil, cujo nome de batismo era José Torres. Ele jogava ao lado do irmão Anibal Torres, apelidado Camarão. Ambos foram trazidos do Brasil, clube amador de Santos, pelo olheiro José Caetano Munhoz.
De 1923 a 1929 Siriri fez 113 jogos pelo Santos e marcou 80 gols. Questões internas o fizeram abandonar o clube em 1930, indo jogar no São Paulo. Nascido em Santos em 24 de dezembro de 1904, Siriri morreu na mesma cidade em 25 de maio de 1978, aos 73 anos.