Guilherme Guarche, do Centro de Memória
No dia 31 de março de 1931, uma sexta-feira, nascia na cidade do Rio de Janeiro, Urubatão Calvo Nunes, um zagueiro/volante de muita fibra e garra, que honrou como poucos a camisa do Santos.
Ele foi contratado junto ao Bonsucesso, equipe carioca da qual também veio para o Peixe, o goleiro Manga. Sua estreia foi no dia 12 de fevereiro de 1954, em partida realizada na Vila Belmiro com vitória do Alvinegro sobre o Guarani de Campinas pelo placar de 3 a 2 em jogo amistoso, tendo o Peixe formado com: Luiz; Hélvio e Cássio (Feijó); Urubatão, Formiga e Zito; Boca, Naldo, Álvaro, Hugo (Antoninho) e Tite. O técnico era o italiano Giuseppe Ottina. Os tentos santistas foram marcados por Álvaro (2) e Hugo,
Já a última vez em que entrou em campo para defender o Alvinegro foi no dia 13 de abril de 1961, no estádio do Maracanã, contra o Vasco da Gama na derrota santista pelo placar de 2 a 1, com Pepe marcando o único tento santista, em partida do torneio Rio-São Paulo. Nesse encontro último de Urubatão, o Santos formou com: Lalá, Mauro e Dalmo; Jorge (Getúlio), Calvet e Urubatão; Dorval, Mengálvio, Álvaro (Sormani), Pelé (Tite) e Pepe. O técnico era Luiz Alonso Perez, o Lula.
O valente defensor jogou pelo Alvinegro da Vila Belmiro entre os anos de 1954 a 1961, 320 partidas tendo marcado nesse período 29 gols. Na Seleção Brasileira disputou apenas uma partida com a camisa canarinho e foi no dia 7 de julho de 1957, no Maracanã, diante da Seleção da Argentina, quando entrou no lugar do seu companheiro de time, Zito. Nesse encontro que se tornaria histórico, pois o que marcou a primeira participação do garoto Pelé no Selecionado Nacional.
Quando deixou a Vila Belmiro, Urubatão foi jogar no América do México. O raçudo zagueiro e, também médio-volante, tinha o dom de estimular os companheiros com frases de efeito e uma delas que muito marcou sua trajetória no mundo da bola foi: “A história não fala dos covardes”.
Como técnico Urubatão, que era chamado por seu colega de time José Macia, o Pepe de “Maripa” e também de “Borboleta” dirigiu o Santos em 26 oportunidades vencendo 13, empatando seis e perdendo sete partidas com a equipe, marcando 38 e sofrido 25 gols.
Sua grande conquista como técnico foi o Torneio Hexagonal do Chile em 1977. Pelo Peixe como jogador ganhou os seguintes títulos: Campeão Paulista em 1955/56/58 e 1960 e também o torneio Rio-São Paulo no ano de 1959.
Urubatão faleceu em Santos, na Beneficência Portuguesa, no dia 24 de setembro de 2010.