Guilherme Guarche, do Centro de Memória
Disputado em um domingo, 4 de março de 1979, o clássico com o Palmeiras ainda valia pelo Campeonato Paulista de 1978. A torcida estava animada com os Meninos da Vila comandados pelo técnico Chico Formiga e um ótimo público de 57.462 espectadores tomou o Morumbi. Porém, além da partida, vencida pelo adversário por 2 a 1, o grande destaque veio das arquibancadas.
A Torcida Jovem do Santos FC, cuja sede principal fica na cidade de São Paulo, durante o jogo abriu uma faixa com os dizeres: Anistia ampla, geral e irrestrita. Esse ato de rebeldia dos jovens santistas, liderados por Cosme Damião Freitas Cid, irritou a PM, já que vivíamos o período do regime militar. Assim, muitos torcedores do Santos foram detidos e levados à delegacia do bairro de Vila Sônia, próxima ao estádio. Entre eles, Cosme Damião, Carlos Eduardo Fernandes, hoje conhecido como o “Carlinhos da Padoca”, Reinaldo Nogueira Moreira, o “Chacrinha”, e Adalberto, o popular “Alemão da Jovem”.
Campeão em Belo Horizonte
Com gols de Nicácio e Odair, ambos no primeiro tempo, o Santos bateu o Atlético Mineiro por 2 a 0, no Estádio Octacílio Negrão de Lima (o “Alameda”), e naquele domingo, 4 de março de 1951, sagrou-se campeão indiscutível do Torneio Quadrangular de Belo Horizonte, em que se enfrentou e venceu os três grandes de Minas Gerais.
Antes do Atlético, o Santos já tinha derrotado o Cruzeiro por 4 a 3 e o América por 1 a 0. No jogo final o técnico Niginho armou o time com  Robertinho, Hélvio e Expedito; Nenê, Pascoal e Ivan; Cento e nove (Pinhegas), Antoninho (Nando), Nicácio (Leônidas), Odair e Alemãozinho. Os artilheiros do Alvinegro no torneio foram Odair, com três gols; Nicácio e Pinhegas, com dois gols cada.
O centroavante Odair dos Santos jogou 255 partidas pelo Santos de 1943 a 1952, marcando 134 gols. Antes de chegar ao time principal ele vendia jornais no centro de Santos. Ao abandonar o futebol ele trabalhou no cais do Porto, como estivador, e depois na loja de artigos esportivos do ex-goleiro Lalá.