Um Sansão como nos bons tempos

Por Odir Cunha
Santos e São Paulo, que se enfrentam neste domingo, no Pacaembu, os times brasileiros que mais conquistaram troféus internacionais, já fizeram clássicos memoráveis. E decisivos. Por três vezes o Santos comemorou o título paulista sobre o rival no Pacaembu: em 1956, com uma vitória por 4 a 2; em 1962, com uma goleada por 5 a 2, e em 1967, com um 2 a 1 que não expressou o amplo domínio santista.
Na soma de todos os jogos, desde os tempos dos pontas-esquerdas Evangelista, do Santos, e Scott, do São Paulo, participantes do primeiro encontro entre os dois times, no longínquo 1930, os times já se enfrentaram 307 vezes, com 103 vitórias do Santos, 72 empates e 132 derrotas, 440 gols marcados e 509 sofridos.
O pesquisador Guilherme Gomez Guarche, do Centro de Memória do Santos Futebol Clube, ainda nos informa que pelo Campeonato Paulista os times fizeram 176 partidas, das quais o Santos venceu 52, empatou 48 e perdeu 76, marcando 249 gols e sofrendo 316. Apenas no Pacaembu, pelo Paulista, foram 42 jogos, com oito vitórias santistas, oito empates e 26 do adversário; 51 gols do Santos e 99 do São Paulo.
Porém, como bem destaca o nosso jovem pesquisador Gabriel Santana, se levarmos em conta apenas os 62 Sansões do século XXI, o Santos tem uma larga vantagem , com 30 vitórias, 11 empates e 21 derrotas; 97 gols marcados e 75 sofridos.
Virada espetacular em 1963
Por Gabriel Pierin, do Centro de Memória
Santos e São Paulo já protagonizaram grandes e decisivos jogos. Confrontos com muitos gols e algumas confusões. O Rio-São Paulo de 1963 merece destaque na história desse clássico com 307 partidas.
Diante de um público de aproximadamente 30 mil pessoas no Pacaembu, o Santos empreendeu uma virada espetacular, pois depois de estar perdendo por 2 a 0, terminou a partida goleando o Tricolor por 6 a 2, pelo Torneio Rio-São Paulo.
O jogo ocorreu em uma noite de quinta-feira, 7 de março de 1963 e garantiu a invencibilidade da equipe santista no torneio, mesmo com os protestos dos jogadores são-paulinos, inconformados com a marcação de um pênalti aos 37 minutos do segundo tempo que resultou no quarto gol do Santos, marcado por Pelé.
As acintosas reclamações dos são-paulinos, entre eles o técnico Oswaldo Brandão, que tentou agredir o árbitro Airton Vieira de Moraes, complicou ainda mais a situação do time da capital, que teve jogadores expulsos e ainda sofreu mais dois gols nos minutos finais, naquela que foi a maior goleada santista sobre o rival.
Assim, o Santos, que foi ao intervalo sofrendo uma derrota parcial por 2 a 1 (gols de Dias e Prado para o São Paulo, Pelé para o Santos), voltou melhor com a entrada de Nenê no lugar de Toninho. Na segunda etapa, Pelé empatou aos 11 minutos, Nenê desempatou aos 20, Pelé fez o quarto, de pênalti, aos 37, Pepe ampliou aos 41 e Dorval definiu a histórica goleada aos 48 minutos.
Artilheiros santistas do confronto
1 – Pelé, 31 gols
2 – Pepe e Coutinho, 13 gols
4 – Toninho Guerreiro, 10 gols.
No primeiro jogo, um empate
Como se sabe, em seu primeiro jogo com o Corinthians o Santos venceu por 6 a 3; no primeiro com o Palmeiras, na época chamado Palestra Itália, goleou por 7 a 0, e no primeiro com o São Paulo, em 11 de maio de 1930, um domingo, na Vila Belmiro, ocorreu um empate por 2 a 2.
Uma curiosidade dessa partida, válida pelo Campeonato Paulista, é que os irmãos Siriri e Camarão se enfrentaram. Depois de ser revelado pelo Santos, Siriri foi para o São Paulo, onde atuou ao lado do lendário Friedenreich. Camarão continuou no Alvinegro Praiano.
Camarão e Feitiço marcaram para o Santos, Luizinho e Friedenreich para o São Paulo. Com arbitragem de Victório Sylvestre, os times atuaram assim:
Santos: Athiê; Aristides e Meira; Roberto, Júlio e Alfredo; Omar, Camarão, Feitiço, Strauss e Evangelista. Técnico: Platero.
São Paulo: Nestor; Clodô e Barthô; Milton, Bino e Boock; Luisinho, Siriri, Friedenreich, Mario Seixas e Scott. Técnico Rubens Salles.

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