Tri da Libertadores: 14 anos da conquista

Heloisa Helena, do Memorial das Conquistas

Há 14 anos, no dia 22 de junhode 2011, o Santos voltava a conquistar a América ao vencer a Copa Libertadores contra o mesmo adversário da final de 1962: o Peñarol.

O começo do Alvinegro na competição não foi animador. Mesmo sendo considerado o time favorito do grupo, o Peixe estreou no dia 15 de fevereiro com um empate sem gols contra o do Deportivo Táchira, na Venezuela.

O jogo seguinte parecia promissor, mas não trouxe um resultado muito diferente. O Santos enfrentou o Cerro Porteño na Vila Belmiro e vencia o time paraguaio com um gol de pênalti, marcado por Elano aos 9 minutos do segundo tempo, mas nos acréscimos da partida, quando os torcedores santistas já estavam prestes a comemorar o resultado, o zagueiro Edu Dracena cometeu o pênalti que resultou no empate.

No dia 16 de março, o Santos enfrentou o Colo-Colo em Santiago. Elano marcou um golaço em cobrança de falta de longa distância, animando a torcida santista, mas o time chileno reagiu, virando a partida em 3 a 2.

O cenário era crítico para o Santos, que ainda não havia vencido na competição e somava apenas dois pontos, mesma pontuação do Deportivo Táchira, ambos fora da zona de classificação. As duas vagas para as oitavas de final, até então, estavam com o Colo-Colo, líder com seis pontos e duas vitórias, e o Cerro Porteño, que vinha logo atrás com cinco pontos e um triunfo. Para o time santista, a classificação já começava a parecer um feito quase milagroso.

Foi então que o eficiente técnico Muricy Ramalho foi contratado, e apenas assistiu ao confronto seguinte, contra o Colo Colo, na Vila Belmiro. O Santos vencia tranquilamente o jogo por 3 a 0, quando Neymar resolveu colocar uma máscara no seu rosto para comemorar o terceiro gol e foi expulso.

Além dessa expulsão, Zé Eduardo e Elano, este no banco de reservas, levaram cartão vermelho o que fez com que a partida tomasse outro ritmo e o Peixe sofresse dois gols do time chileno nos últimos minutos da partida. Felizmente os gols não foram suficientes para mudar o resultado do jogo e o Santos emplacou uma importante vitória em casa.

Em 14 de abril, justamente no dia do aniversário do clube, o Santos foi a Assunção para enfrentar novamente o Cerro Porteño, vencendo o confronto por 2 a 1 com gols de Danilo e Maikon Leite.

A partida seguinte foi o alívio que faltava. Na última rodada da fase de grupos, o Santos confirmou sua classificação para as oitavas de final ao derrotar o Deportivo Táchira por 3 a 1, no estádio do Pacaembu, com gols de Neymar, Jonathan e Danilo. Paralelamente, no Chile, o Cerro Porteño surpreendeu ao vencer o Colo-Colo por 3 a 2 em pleno território adversário, resultado que também garantiu a sua classificação.

O jogo de ida das oitavas trouxe um resultado importante ao Santos: no dia 4 de maio, o time enfrentou o América do México e pôde somar um gol de Ganso ao placar na Vila Belmiro. O jogo de volta terminou em um empate sem gols, que garantiu a classificação do Peixe para a próxima fase, em um placar agregado de 1 a 0.

Após uma fase de grupos conturbada, o favoritismo do Santos havia caído, enquanto os outros times brasileiros (Grêmio, Internacional, Cruzeiro e Fluminense) vinham sendo cotados até como possíveis finalistas da competição. Mas contrariando as expectativas, naquele 4 de maio todos os outros times brasileiros foram eliminados. Com a nova configuração, o Santos passaria a ter o direito de fazer a segunda partida em casa até a final.

O adversário das quartas foi o Once Caldas, time que havia recém eliminado o Cruzeiro nas oitavas e também derrotado o Santos em 2004. Dessa vez o resultado teria que ser diferente. No primeiro Jogo, o Alvinegro venceu por 1 a 0 com um gol de Alan Patrick e no segundo empatou em 1 a 1 no Pacaembu, com um gol de Neymar.

A Semifinal veio com um adversário já enfrentado anteriormente na fase de grupos: o Cerro Porteño. No jogo de ida, no Pacaembu, o Peixe venceu por 1 a 0 com um gol de cabeça do zagueiro Edu Dracena, marcado aos 43 minutos do segundo tempo. No jogo de volta, ainda no primeiro tempo, o Alvinegro garantiu uma vantagem de 3 a 1 contra o adversário. Após a volta do intervalo, o time Paraguaio reagiu e empatou a partida. Apesar do sufoco, o Santos estava classificado para a final da Libertadores após 48 anos.

O adversário da Final trazia boas recordações aos Santistas: o Peñarol, mesmo rival da primeira conquista da Libertadores do Santos em 1962. A primeira partida terminou deixando as possibilidades totalmente em aberto, com um empate sem gols no Estádio Centenário, já a segunda veio com o peso da decisão.

O jogo foi disputado no dia 22 de junho no Estádio do Pacaembu, com um primeiro tempo sem muita emoção e novamente sem gols, o que mudou totalmente na segunda parte do confronto. O artilheiro Neymar deixou o seu gol na final aos 47 minutos de jogo, sendo seguido por Danilo no minuto 68. A vantagem diminuiu quando Durval marcou contra, aos 79 minutos, porém o gol não foi suficiente para tirar o título do Peixe.

De quase eliminado na fase de grupos a Campeão da América: o Santos finalizava assim sua campanha na Libertadores de 2011, conquistando o campeonato pela terceira vez na sua história e colocando em evidência Neymar, um jogador que posteriormente encantaria o mundo com seu talento e ousadia. 

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