Texto: Vinicios Oliveira e Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC
Apesar de ser natural de Brasília, Sabino, zagueiro da equipe Sub-20 do Santos FC, prefere falar que é de Santa Rita de Cássia, interior da Bahia. Filho de Kédimo Melo, ex jogador de futebol, com passagens por Tiradentes (DF), Portuguesa Santista, Jabaquara e Sobradinho (DF), e Carlita Chagas, funcionária pública, o jovem de 19 anos ficou poucos dias em sua cidade natal e logo viajou para o nordeste, onde foi criado e aprendeu a honrar suas raízes.
Em outubro de 1996, dona Carlita foi para Brasília para dar a luz a José Sabino Chagas Monteiro. Após uma semana do nascimento, mãe e filho partiram para Santa Rita de Cássia. Lá, na pequena cidade do interior baiano, Sabino cresceu e deu os primeiros passos com a bola.
“Meu pai me colocou numa escolinha de futebol da cidade com três anos de idade. Quando tinha uns sete anos, ele notou que eu podia render mais e começou a investir em mim. A partir dos oito anos, comecei a gostar mais de futebol e a sonhar em ser jogador”, disse Sabino, que ficou na escolinha Craque do Futuro até os 11 anos de idade.
Após isso, Com 12 anos, Sabino passou em um teste no PSTC (Paraná Soccer Technical Center), clube formador em Londrina (PR). Apesar de ter agradado os paranaenses pela qualidade técnica, Sabino ficou longe de casa por apenas cinco meses. Alguns imprevistos obrigaram o garoto a voltar para sua cidade de criação.
“Fiquei alojado por cinco meses, mas o Conselho Tutelar fiscalizou o local e me barrou por conta da idade. Tive que voltar para casa. Fiquei triste, mas não tinha o que fazer. Continuei treinando na escolinha da minha cidade e tentei voltar para o PSTC no ano seguinte, mas não passei na nova avaliação”, contou Sabino, que só poderia ser alojado com 14 anos de idade.
O sonho de entrar em algum clube foi se tornando cada vez mais difícil. Depois de ter sido reprovado em testes na Portuguesa Santista e no São Paulo, Sabino não conseguiu participar de uma avaliação do Santos FC, na cidade de Santana (BA), por estar com uma infecção intestinal. Apesar disso, o zagueiro não desanimou e seguiu persistindo até conseguir marcar outra avaliação no Peixe.
“Mesmo com essas dificuldades, o sonho só aumentava. Queria jogar para honrar minha família e minha cidade. Além disso, por não ter conseguido fazer o teste no Santos FC, eu fiquei ainda mais com vontade de conseguir isso. E foi aí que outra oportunidade apareceu”.
Em 2012, na pequena cidade de São Desidério (BA), o Peixe realizou uma avaliação com uma centena de garotos. Lá, Sabino teve mais uma chance de mostrar o que aprendeu com seu pai e, sem vacilar, mostrou eficiência para passar na primeira bateria de testes e, assim, garantir uma vaga nas categorias de base do Alvinegro Praiano.
“Fui chamado para passar mais um período de testes no CT Rei Pelé. Eu nem esperava passar. Um colega, da Bahia, disse que eu não passaria e isso ficou na minha mente. Já estava pensando em tentar voltar para o PSTC quando o pessoal do Santos FC pediu para eu ficar mais uma semana. Fiquei alojado e, dias depois, recebi o sim oficialmente. Fiquei sem reação. Só consegui ligar para minha mãe e contar. Se não fosse minha família, não teria conseguido chegar aqui”, disse o garoto.
Nestes quatro anos em formação na base do Alvinegro Praiano, passando pelo Sub-17 e Sub-20, Sabino conquistou o Torneio Internacional de Durban, África do Sul, em 2014, e também aprendeu diversas lições com os profissionais do Santos FC. Dentre estes aprendizados, o filho do senhor Kédimo aprendeu que sonhar é sempre importante.
“O Santos FC me ensinou muita coisa. Aprendi a nunca desistir e nunca ficar abatido por nada. Existem pessoas que passam por dificuldades maiores que as minhas e não desanimam. Tenho que ser assim também. Além disso, aprendi todos os fundamentos necessários para seguir lutando pelo sonho”, disse Sabino.
Falando sobre o futuro, Sabino, já está decidido sobre o que quer para seus próximos anos. Além de chegar ao time principal do Santos FC, o defensor quer abrir uma ONG em sua cidade futuramente.
“Todos que estão aqui na base do Santos FC sonham em chegar no time de cima. E comigo não é diferente. Eu quero subir e marcar meu nome na história do clube. Mas tenho que trabalhar ainda mais firme para ter essa oportunidade. Também quero ajudar minha família e levar o nome da minha cidade para todos os lugares do mundo. E, quando tiver condições, abrir uma instituição para ajudar meninos que têm sonhos iguais aos meus”, revelou.
Além dos ensinamentos do Peixe, Sabino fez questão de ressaltar as lições de seus pais, que o faz seguir lutando pelo seu espaço no mundo do futebol.
“Meu pai nunca escondeu de mim as escolhas erradas que ele teve em sua carreira. Com isso, sei que tenho que sempre tomar as melhores decisões e me afastar do que não faz bem. Ele e minha mãe são meus heróis. Minha mãe sempre me apoiou e nunca me deixou sozinho”, disse o Menino da Vila.
Ficha técnica
Sabino
Nome: José Sabino Chagas Monteiro
Nasc: 25/10/1996 – Brasília (DF)
Altura: 1,84 m / Peso: 90 kg
Posição: ZagueiroApesar de ser natural de Brasília, Sabino, zagueiro da equipe Sub-20 do Santos FC, prefere falar que é de Santa Rita de Cássia, interior da Bahia. Filho de Kédimo Melo, ex jogador de futebol, com passagens por Tiradentes (DF), Portuguesa Santista, Jabaquara e Sobradinho (DF), e Carlita Chagas, funcionária pública, o jovem de 19 anos ficou poucos dias em sua cidade natal e logo viajou para o nordeste, onde foi criado e aprendeu a honrar suas raízes.
Em outubro de 1996, dona Carlita foi para Brasília para dar a luz a José Sabino Chagas Monteiro. Após uma semana do nascimento, mãe e filho partiram para Santa Rita de Cássia. Lá, na pequena cidade do interior baiano, Sabino cresceu e deu os primeiros passos com a bola.
“Meu pai me colocou numa escolinha de futebol da cidade com três anos de idade. Quando tinha uns sete anos, ele notou que eu podia render mais e começou a investir em mim. A partir dos oito anos, comecei a gostar mais de futebol e a sonhar em ser jogador”, disse Sabino, que ficou na escolinha Craque do Futuro até os 11 anos de idade.
Após isso, Com 12 anos, Sabino passou em um teste no PSTC (Paraná Soccer Technical Center), clube formador em Londrina (PR). Apesar de ter agradado os paranaenses pela qualidade técnica, Sabino ficou longe de casa por apenas cinco meses. Alguns imprevistos obrigaram o garoto a voltar para sua cidade de criação.
“Fiquei alojado por cinco meses, mas o Conselho Tutelar fiscalizou o local e me barrou por conta da idade. Tive que voltar para casa. Fiquei triste, mas não tinha o que fazer. Continuei treinando na escolinha da minha cidade e tentei voltar para o PSTC no ano seguinte, mas não passei na nova avaliação”, contou Sabino, que só poderia ser alojado com 14 anos de idade.
O sonho de entrar em algum clube foi se tornando cada vez mais difícil. Depois de ter sido reprovado em testes na Portuguesa Santista e no São Paulo, Sabino não conseguiu participar de uma avaliação do Santos FC, na cidade de Santana (BA), por estar com uma infecção intestinal. Apesar disso, o zagueiro não desanimou e seguiu persistindo até conseguir marcar outra avaliação no Peixe.
“Mesmo com essas dificuldades, o sonho só aumentava. Queria jogar para honrar minha família e minha cidade. Além disso, por não ter conseguido fazer o teste no Santos FC, eu fiquei ainda mais com vontade de conseguir isso. E foi aí que outra oportunidade apareceu”.
Em 2012, na pequena cidade de São Desidério (BA), o Peixe realizou uma avaliação com uma centena de garotos. Lá, Sabino teve mais uma chance de mostrar o que aprendeu com seu pai e, sem vacilar, mostrou eficiência para passar na primeira bateria de testes e, assim, garantir uma vaga nas categorias de base do Alvinegro Praiano.
“Fui chamado para passar mais um período de testes no CT Rei Pelé. Eu nem esperava passar. Um colega, da Bahia, disse que eu não passaria e isso ficou na minha mente. Já estava pensando em tentar voltar para o PSTC quando o pessoal do Santos FC pediu para eu ficar mais uma semana. Fiquei alojado e, dias depois, recebi o sim oficialmente. Fiquei sem reação. Só consegui ligar para minha mãe e contar. Se não fosse minha família, não teria conseguido chegar aqui”, disse o garoto.
Nestes quatro anos em formação na base do Alvinegro Praiano, passando pelo Sub-17 e Sub-20, Sabino conquistou o Torneio Internacional de Durban, África do Sul, em 2014, e também aprendeu diversas lições com os profissionais do Santos FC. Dentre estes aprendizados, o filho do senhor Kédimo aprendeu que sonhar é sempre importante.
“O Santos FC me ensinou muita coisa. Aprendi a nunca desistir e nunca ficar abatido por nada. Existem pessoas que passam por dificuldades maiores que as minhas e não desanimam. Tenho que ser assim também. Além disso, aprendi todos os fundamentos necessários para seguir lutando pelo sonho”, disse Sabino.
Falando sobre o futuro, Sabino, já está decidido sobre o que quer para seus próximos anos. Além de chegar ao time principal do Santos FC, o defensor quer abrir uma ONG em sua cidade futuramente.
“Todos que estão aqui na base do Santos FC sonham em chegar no time de cima. E comigo não é diferente. Eu quero subir e marcar meu nome na história do clube. Mas tenho que trabalhar ainda mais firme para ter essa oportunidade. Também quero ajudar minha família e levar o nome da minha cidade para todos os lugares do mundo. E, quando tiver condições, abrir uma instituição para ajudar meninos que têm sonhos iguais aos meus”, revelou.
Além dos ensinamentos do Peixe, Sabino fez questão de ressaltar as lições de seus pais, que o faz seguir lutando pelo seu espaço no mundo do futebol.
“Meu pai nunca escondeu de mim as escolhas erradas que ele teve em sua carreira. Com isso, sei que tenho que sempre tomar as melhores decisões e me afastar do que não faz bem. Ele e minha mãe são meus heróis. Minha mãe sempre me apoiou e nunca me deixou sozinho”, disse o Menino da Vila.
Ficha técnica
Sabino
Nome: José Sabino Chagas Monteiro
Nasc: 25/10/1996 – Brasília (DF)
Altura: 1,84 m / Peso: 90 kg
Posição: Zagueiro