Santos versus Diabos

Por: Odir Cunha
O Santos enfrentou o Independiente apenas duas vezes pela Copa Libertadores, ambas pela semifinal da edição de 1964, quando o Alvinegro Praiano era o bicampeão da América e do mundo e o time argentino um emergente do futebol sul-americano. Sem muitos de seus titulares, entre eles Pelé, o Santos perdeu de virada no Maracanã, por 3 a 2, e depois, mais desfalcado ainda, foi derrotado novamente em Avellaneda, por 2 a 1, dando ao adversário a oportunidade de disputar a final e conquistar o primeiro de seus sete títulos na Libertadores. Se jogasse completo, o Santos venceria? Provavelmente. Mas o grande campeão brasileiro queria mesmo era excursionar pelo mundo em busca de dólares e as glórias da deficitária competição sul-americana não o interessavam mais.
Seis meses depois, em fevereiro de 1965, os times voltaram a se encontrar, no Torneio de Caracas e, dessa vez completo, o Santos goleou o adversário e deixou claro quem era o melhor time das Américas, em uma história que será contada mais abaixo pelo historiador Guilherme Gomez Guarche.
A vitória em Caracas representou um dos quatro triunfos do Santos contra o Independiente, em 13 jogos realizados. Houve ainda três empates e seis vitórias do adversário, que marcou um total de 23 gols, contra 19 dos santistas. Como lembra Guarche, “o estádio que tem o nome de Libertadores da América e fica na cidade de Avellaneda, na província de Buenos Aires, o popular ‘Diabo Vermelho’, apelido do Independiente, já enfrentou o Alvinegro, além da mencionada partida da Libertadores, em mais quatro oportunidades, tendo vencido três e empatado uma partida, sendo que desses encontros um foi em caráter amistoso e as outras três pela Super Copa da Libertadores.”
Nenhum confronto, porém, foi tao importante como o desafio da Libertadores, há 54 anos. Agora, finalmente, com forças mais equilibradas, chegou a hora de um novo desafio. Eu confio no Santos. E você?
Cantinflas, um santista no México
Guilherme Gomez Guarche

Com sete conquistas, o Independiente é a equipe que mais vezes ganhou a Copa Libertadores. Como o Santos, também foi duas vezes campeão mundial. Em seu estádio, que fica na cidade de Avellaneda, na província de Buenos Aures, o popular “Diabo Vermelho”, apelido do Independiente, jamais perdeu do Santos, em seis jogos. No entanto, uma conquista marcante, que tem de ser enaltecida, foi o encontro realizado na decisão do Torneio de Caracas, na Venezuela, em comemoração ao 4º Centenário da capital venezuelana, no dia 23 de fevereiro de 1965, que deu ao Peixe o título de campeão do torneio, quando venceu o Independiente por 4 a 0, com dois gols de Toninho Guerreiro e dois de Pelé. O Alvinegro, dirigido por Luiz Alonso Perez, o Lula, formou com Gylmar, Lima, Joel Camargo, Olavo e Geraldino; Mengálvio (Ismael) e Zito; Dorval, Toninho, Pelé (Gilberto) e Pepe (Peixinho).
Na partida anterior desse torneio, na vitória diante do Deportivo Caracas por 3 a 1, quem deu o pontapé inicial do jogo foi o famoso ator mexicano Mário Moreno, mais conhecido como “Cantinflas”. Velho amigo da gente santista, Cantinflas fazia questão de receber a delegação do Peixe em sua mansão, no México, quando o Santos excursionava por esse país da América do Norte.
Partida de número 129 na Libertadores
Quando entrar no gramado do estádio Libertadores da América, em Avellaneda, na próxima terça-feira, o Santos estará disputando a sua partida de nº 129 somente em jogos da Copa Libertadores da América. A primeira participação santista no torneio ocorreu em 18 de fevereiro de 1962, em La Paz, na Bolívia, quando o Santos venceu o Deportivo Municipal por 4 a 3. Até hoje, na Libertadores, o Peixe venceu 71 empatou 26 e perdeu 31 partidas, marcando 251 e sofrendo 146 gols.
Artilheiros santistas contra o Independiente
1 – Toninho Guerreiro, 3 gols.
2 – Pelé e Giovanni, 2 gols.
3 – Coutinho, Dorval, Pagão, Zito, Almir, Peixinho, Pepe, Lima, Ditinho, Paulinho Maclaren e Jamelli e Rotchen, 1 gol.
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