Por Odir Cunha, do Centro de Memória
Neste dia 18 de fevereiro faz um ano que Jean Mota marcou dois gols na vitória de 3 a 0 sobre o Guarani e chegou a sete gols no Campeonato Paulista de 2019, marca que o tornaria artilheiro da competição. O feito confirmava a vocação ofensiva do Santos, time que por 28 vezes fez o artilheiro do Paulista, seis a mais do que o segundo colocado.
Jean Mota tinha marcado um gol por jogo contra Ferroviária, São Bento, Bragantino, Ituano e Mirassol. Na partida contra o Guarani, um jogo de segunda-feira à noite, no Pacaembu, marcou aos 37 minutos do primeiro tempo ao completar, embaixo do gol, um chute cruzado de Carlos Sánchez.
Depois, aos 35 minutos da segunda etapa, cobrou uma falta com muita confiança e pouco ângulo, fazendo a bola passar entre a trave esquerda e o goleiro Giovanni. Pouco antes do final da partida, que atraiu 14.708 pessoas ao estádio municipal de São Paulo, o jovem craque Rodrygo fez, de cabeça, o seu primeiro gol pelo Santos em 2019.
O Santos ainda faria mais nove jogos no campeonato e Jean Mota não marcaria mais, porém os sete gols feitos até ali já o tornariam o artilheiro da competição. Ele marcou contra Ferroviária, São Bento, Bragantino, Ituano, Mirassol e Guarani, este último duas vezes.
Meia canhoto de 1,72m, boas assistências e ótimo chute, o paulistano Jean Mota Oliveira de Souza começou na Portuguesa de Desportos, passou pelo Fortaleza e está no Santos desde junho de 2016. Lateral-esquerdo nos seus primeiros jogos pelo Alvinegro Praiano, acabou fixado no meio de campo, o que o aproximou mais da meta adversária.
Os artilheiros santistas do Paulistão
Como já foi dito, o Santos teve o artilheiro em 28 edições do Campeonato Paulista. O primeiro foi o centroavante Ary Patusca, em 1916, com oito gols. Ary era filho do primeiro presidente santista, Sizino Patusca. Em 1926 foi a vez de Araken, irmão mais novo de Ary, com 13 gols. O mesmo Araken repetiu a proeza em 1927, marcando 31 gols. Nesse ano o ataque santista atingiu a marca até então inédita de 100 gols.
Em 1929, 1930 e 1931 um companheiro de ataque de Araken sagrou-se artilheiro do Paulista. Luís Macedo Matoso, consagrado como Feitiço, fez 12 gols em 1929; 36 em 1930 e em 1931 bateu o recorde de gols da história do Campeonato Paulista, com 39 tentos.
Em 1955 a artilharia ficaria com um Menino da Vila, Emmanuele Del Vecchio, com 22 gols. A partir de 1957 o Campeonato Paulista testemunharia a ascensão do maior artilheiro do futebol: o meia-esquerda Pelé perfilaria nove temporadas consecutivas como o maior goleador da competição, chegando a marcar 58 gols em 1958, 49 em 1965, 47 em 1961 e 46 em 1959.
O centroavante santista Toninho Guerreiro quebraria a sequência de Pelé no Paulista de 1966, com 27 gols. Mas o Rei voltaria a comandar a artilharia em 1969, com 26 gols, e em 1973, com 11, completando 11 anos como o maior artilheiro do Estadual.
O rápido centroavante Juary, outro Menino da Vila, seria o artilheiro de 1978, com 29 gols. Em 1983 e 1984 a primazia iria para o rompedor Serginho Chulapa, com 22 e 16 gols, respectivamente. Técnico, clássico, mas também fazedor de gols, Giovanni liderou a tabela de artilheiros em 1996, marcando 24 vezes.
Nos noves campeonatos estaduais disputados nesta década, o Santos já fez o artilheiro cinco vezes: Elano, em 2011, 11 gols; Neymar, 2012, 20 gols; Cícero, 2014, nove gols; Ricardo Oliveira, 2015, 11 gols e, finalmente, Jean Mota, 2019, sete gols.
Santistas mais vezes artilheiros do Campeonato Paulista
1 – Pelé, 11 vezes.
2 – Feitiço, três vezes.
3 – Araken e Serginho Chulapa, duas vezes.