Santos FC e Observatório da Discriminação Racial se unem em ação de conscientização neste sábado (16)

O Santos Futebol Clube e o Observatório da Discriminação Racial no Futebol estão juntos para uma nova ação de conscientização, e contra o São Paulo, neste sábado (16), em partida válida pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro na Vila Belmiro, os jogadores do Peixe trarão números que comprovam que, no Brasil, a desigualdade racial ainda é muito presente no dia a dia das pessoas. A ação vai de encontro com o início da semana do Dia da Consciência Negra, que é celebrado em 20 de novembro.
Os números dos jogadores do Santos FC para este clássico mostrarão como a população negra ainda sofre no Brasil, seja de forma velada ou explícita. Números que representam não somente quão minoritárias são as pessoas negras em profissões, mas também com formações superiores, em diferenças salariais e outros dados alarmantes, como em percentual de vítimas de homicídios. Confira abaixo o número que cada jogador do Peixe usará no clássico deste domingo.
Vanderlei – 1% Advogados
Luiz Felipe – 2% Diretores de filmes
Jorge – 3% Apresentadores de TV
Victor Ferraz – 4% Chefes
Carlos Sánchez – 7% Homens formados
Marinho – 11% Homens em comerciais
Evandro – 12% Ensino Superior
Diego Pituca – 16% Professores Universitários
Lucas Venuto – 17% Médicos
Jobson – 18% Ricos
Tailson – 19% Juízes
João Paulo – 24% Câmara
Eduardo Sasha – 29% Pós-Graduação
Pará – 31% Atores em filmes
Felipe Aguilar – 59% Feminicídios
Alison – 60% Intolerância Religiosa
Felipe Jonatan – 61% Presidiários
Luan – 64% Trabalho Infantil
Uribe – 70% Gravidez na adolescência
Jean Mota – 75% Homicídios
Everson – 79% Mortes Violentas
Gustavo Henrique – 85% Trabalho escravo
Sobre o Observatório da Discriminação Racial – Ao longo dos anos, o Observatório da Discriminação Racial no Futebol tem se destacado ao apontar os números de incidentes racistas que envolvem o futebol brasileiro. Contudo, esses números são apenas a ponta do iceberg, eles demonstram o racismo individual.
Ao apontarmos o baixo números de profissionais negros nos cargos de comando dos clubes brasileiros: técnicos, dirigentes, conselheiros e presidentes, estamos trazendo a tona o racismo estrutural e institucional que existe no Brasil. E fora das quatro linhas o quadro não é diferente, mesmo após 131 anos da abolição da escravização dos povos negros o Brasil carrega um passado de repressão e a desigualdade entre negros e brancos ainda é explícita.
E os diversos indicadores de desigualdade por cor ou raça mostram a presença do racismo nos dias atuais. Afinal, em um país onde 54% da população se declara preta ou parda porque os índices não são divididos entre proporcionalmente entre negros e brancos?
(Foto: Ivan Storti/Santos FC)

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