Por Odir Cunha, do Centro de Memória
Neste sábado, às 19 horas, Santos e Bahia jogam pela terceira vez no Estádio Governador Roberto Santos, também conhecido por Pituaçu, nome do bairro de Salvador em que está localizado. Em 2011, partida sobre a qual daremos mais detalhes a seguir, o Santos venceu por 2 a 1, com gols de Neymar e Alan Kardec. Em 2012, os times ficaram no 0 a 0.
As circunstâncias do confronto de 2011 eram bem especiais. Campeão da Copa Libertadores dois meses antes, o Santos parecia um time desmotivado, apenas à espera do Mundial de Clubes, no final do ano, no Japão. Com dois jogos a menos, a equipe ocupava a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro de 2011, enquanto o Bahia tentava se distanciar da zona de rebaixamento.
Mesmo fora da luta pelas primeiras posições, Santos e Bahia atraíram a lotação máximo do estádio, com 32.157 pagantes, além de cortesias que elevaram o público para 36.740 pessoas.
O técnico Muricy Ramalho escalou o Santos com Rafael (depois Vladimir), Arouca, Bruno Rodrigo, Durval e Léo; Adriano, Henrique, Elano (Bruno Aguiar) e Paulo Henrique Ganso; Neymar e Borges (Alan Kardec).
O Bahia, orientado por Renê Simões, jogou com Marcelo Lomba, Marcos (Gabriel), Paulo Miranda, Titi e Ávine; Marcone, Fahel, Diones (Ricardinho) e Carlos Alberto; Jones Carioca e Junior (Reinaldo).
A situação santista era desconfortável. Nos três jogos mais recentes havia empatado sem gols com o Corinthians, na Vila Belmiro; perdido por 2 a 0 para o Atlético Goianiense, em Goiânia, e perdido por 3 a 2 para o Coritiba, na Vila Belmiro.
A delegação embarcara para Salvador sob o protesto dos torcedores. Afinal, o elenco era bom, com jogadores como Léo, Arouca, Paulo Henrique Ganso, Neymar, Elano e Borges. Não se justificava uma campanha tão indigente que ainda não registrara uma vitória fora de casa.
Jogo maluco
Apoiado por uma boa torcida, o Santos deu mostras de que estava disposto a mudar sua história no campeonato a partir daquela partida. Logo aos dois minutos de jogo, Ganso penetrou pela meia direita e foi derrubado na área. Pênalti que o mineiro Ricardo Marques Ribeiro não titubeou em marcar.
O time tinha perdido pênaltis em dois jogos anteriores: Elano na derrota de 5 a 4 para o Flamengo, e Borges na derrota de 3 a 2 para o Coritiba. Mas em Salvador Neymar bateu firme, rasteiro, no canto esquerdo e fez o seu oitavo gol, isolando-se na artilharia do campeonato. Mas a partir daí o jogo ficaria maluco.
O mesmo Neymar perdeu uma chance sem goleiro, apenas com um jogador de linha no gol. O Bahia também desperdiçou várias oportunidades, até que Junior, aos 28 minutos, empatou para o time da casa. A decisão ficou para a segunda etapa.
Tudo parecia caminhar para o empate quando Alan Kardec, que entrara no lugar de Borges, deu uma puxeta em uma bola jogada na área e acabou encobrindo o goleiro Marcelo Lomba. Muito comemorada, a vitória gerou depoimentos otimistas dos jogadores do Santos. Borges exagerou ao falar em título. O time ainda estava a 19 pontos do líder.
Ao final do Brasileiro, o Santos ficou exatamente no meio da tabela, na décima posição, com 53 pontos ganhos, 15 vitórias, 15 derrotas e oito empates, 55 gols marcados e os mesmos 55 gols sofridos. O consolo foi fazer o artilheiro da competição: Borges, com 23 gols. O Bahia, que no segundo turno conseguiu empatar na Vila Belmiro, sem gols, acabou em décimo-quinto lugar e ao menos se livrou do rebaixamento.
Santos leva grande vantagem
Nos confrontos com o Bahia, seu adversário nas finais da Taça Brasil/Campeonato Brasileiro de 1959, 1961 e 1963 (perdeu em 1959 e venceu as outras duas) o Santos leva ampla vantagem. Em 62 jogos, venceu 30, empatou 13 e perdeu 19, marcando 127 gols e deixando passar 83.
Em jogos apenas pelo Campeonato Brasileiro o equilíbrio é maior. Em 46 partidas, o Alvinegro Praiano venceu 22, empatou nove e perdeu 15, marcou 89 gols e sofreu 54.