Gabriel Pierin do Centro de Memória
No dia 10 de dezembro de 1968, uma terça-feira, o Santos conquistou o título de Campeão Brasileiro, o sexto de sua história, ao derrotar o Vasco no Maracanã, por 2 a 1, com gols de Toninho e Pelé.
Após uma equilibrada disputa entre os 17 melhores times brasileiros, Santos, Vasco, Palmeiras e Internacional jogaram a fase final do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Campeonato Brasileiro de 1968. O quadrangular final teria apenas um turno.
A primeira partida, na noite de 4 de dezembro, o Santos enfrentou o Internacional no Estádio Olímpico e saiu na frente com gol de Pelé. O Colorado reagiu e chegou ao empate ainda no primeiro tempo, com Elton. Mas na segunda etapa o Santos pressionou e alcançou o gol da vitória aos 43 minutos, em pênalti cobrado por Carlos Alberto.
No domingo, quatro dias depois, Santos e Palmeiras, os dois vencedores da primeira rodada, fizeram um jogo decisivo no Morumbi. O Alvinegro terminou o primeiro tempo vencendo por 1 a 0, gol de Abel, e ampliou na segunda etapa, com Edu e Toninho. Com 3 a 0 no placar, o Alvinegro foi para a última rodada em uma ótima condição de garantir o seu sexto título brasileiro.
Naquela final de 1968, quase 55 mil pessoas pagaram ingresso para assistir ao jogo entre Santos e Vasco no Maracanã, no dia 10 de dezembro. Com quatro pontos ganhos e quatro gols de saldo, o Santos só deixaria de ser campeão se perdesse para o Vasco por uma diferença de três gols. Além disso, o Santos era a base da Seleção Brasileira que iniciaria os preparativos para as Eliminatórias da Copa do México. Um time difícil de ser batido.
Para jogar pelo título, o técnico Antoninho escalou o time com Cláudio, Carlos Alberto, Ramos Delgado, Marçal e Rildo; Clodoaldo e Lima; Edu, Toninho (Douglas), Pelé e Abel (Laércio). O Vasco, dirigido por Paulinho de Almeida, jogou com Valdir, Ferreira, Brito, Moacir (Fernando) e Eberval; Benetti e Alcir; Nado, Valfrido, Bianchini e Danilo Menezes (Adilson).
O Santos não encontrou dificuldade em atacar e criou boas oportunidades desde o início da partida, enquanto o Vasco era um time amedrontado e perdido em campo. O primeiro gol surgiu logo aos 15 minutos, após cobrança de falta de Pelé. A bola bateu na barreira e na sequência da jogada ele mesmo recuperou e lançou Toninho livre para finalizar e vencer o goleiro Valdir.
Aos 38 minutos veio o segundo gol. Clodoaldo iniciou a jogada no meio-campo e passou para Abel que tocou para Pelé. O Rei recebeu a bola, avançou na entrada da área e chutou no canto direito, surpreendendo o goleiro cruzmaltino. No final da primeira etapa, Toninho contundiu-se e foi substituído por Douglas.
No segundo-tempo o Santos diminuiu o ritmo, principalmente depois que Pelé se machucou em uma disputa de bola com Eberval. Sem Toninho e com Pelé contundido, as jogadas do Santos dependiam de Edu isolado no ataque.
A situação deu ânimo para o time vascaíno. Em um lance de descuido da defesa santista, o Vasco diminuiu com Bianchini aos 15 minutos. Mas a vantagem do Santos era enorme e o time de Vila Belmiro passou a trocar passes.
Aos 25 minutos o autor do gol vascaíno tentou atrapalhar Cláudio na devolução da bola. O goleiro irritou-se e revidou. O árbitro Arnaldo César Coelho expulsou os dois. O técnico Antoninho substituiu Abel pelo goleiro reserva Laércio.
Sem seus principais atacantes em campo, Santos e Vasco só esperaram o árbitro apitar o final da partida. Melhor para o Santos que venceu e conquistou o título brasileiro.
Pentacampeão legítimo de 1961 a 1965, o Alvinegro Praiano ainda fora vice-campeão brasileiro em 1959 e 1966. Com a conquista de 1968, o Santos acumulava nas 10 competições nacionais disputadas, entre 1959 e 1968, seis títulos e dois segundos lugares.