Santos e Bota, como há 33 anos

Gabriel Pierin, do Centro de Memória
O futebol é cíclico. Uma situação parecida à desta última rodada de classificação do Campeonato Paulista ocorreu em maio de 1986. Há 33 anos o Alvinegro Praiano foi a Ribeirão Preto enfrentar o Botafogo e dependia de ao menos um empate para vencer o primeiro turno e garantir vaga no quadrangular final (agora, em 2019, depende do resultado para garantir a primeira colocação na fase de grupos).
Até ali os times já tinham travado confrontos inesquecíveis, como aqueles do Paulista de 1964, em que o time do Interior venceu por 2 a 0, em casa, no primeiro turno, mas no segundo sofreu uma estrondosa goleada por 11 a 0, na Vila Belmiro, tarde de sábado em que Pelé marcou o recorde nacional de oito gols em uma só partida.
Em 1986 o Santos precisava ao menos de um empate para se classificar, mas o Botafogo tinha um time de respeito, com Raí, Mário Sérgio, Marco Antônio Boiadeiro e certamente não iria facilitar as coisas.
Como se esperava, o time da casa atacou mais, tanto que o setor defensivo do time santista foi o maior destaque da partida. O goleiro Evandro, desacreditado por uma parcela da torcida santista, aproveitou a oportunidade e tratou de segurar a pressão botafoguense, com grandes defesas até o final do jogo.
O único gol da partida surgiu no primeiro tempo. Após cobrança de escanteio do ponta-esquerda Zé Sérgio, o meia Paulo Leme subiu e desviou a bola de cabeça, vencendo o goleiro Gasperin.
Naquele sábado, 17 de maio, a conquista do primeiro turno foi comemorada com muita festa pelos seis mil torcedores santistas que acompanharam a equipe ao Interior, dia em que o estádio Santa Cruz recebeu um público total de 30.303 pessoas
Contudo, o Santos acabaria eliminado na semifinal pela surpreendente Internacional de Limeira, então dirigida por Pepe, o nosso “Canhão da Vila”. E a mesma Inter de Pepe derrotaria o Palmeiras na decisão, levando o título paulista, pela primeira vez, para o Interior de São Paulo.
Santos tem bom saldo, mesmo em Ribeirão
Guilherme Guarche, do Centro de Memória
Até hoje, o Santos já enfrentou o Botafogo em 95 partidas. Desse total, 88 foram pelo Campeonato Paulista, quatro pelo Campeonato Brasileiro e três amistosas. Nesses confrontos, o saldo santista é admirável: foram 58 vitórias, 22 empates e apenas 15 derrotas, com 213 gols marcados e 94 sofridos.
Dos 88 jogos pelo Campeonato Paulista o Santos venceu 55, empatou 21 e perdeu 12; marcou 202 e sofreu 84 gols.
Nos 25 confrontos pelo Campeonato Paulista jogados no estádio Santa Cruz, onde voltarão a se encontrar nessa quarta-feira, às 20h30, o Santos obteve 13 vitórias (mais de 50%), oito empates e perdeu apenas quatro vezes, marcando 41 e deixando passar 24 gols.
Artilheiros do Santos no confronto
1 – Pelé, 40 gols.
2 – Coutinho, 12 gols.
3 – Toninho Guerreiro, 11 gols.
4 – Pepe, 10 gols.
Técnicos que mais dirigiram o Santos 
1 – Lula, 23 jogos.
2 – Pepe, 11 jogos.
3 – Antoninho, 9 jogos.
4 – Chico Formiga, 8 jogos.
Na primeira partida, empate
Botafogo FC 2 x 2 Santos FC
Amistoso em 7 de maio de 1950
Estádio Luís Pereira, Ribeirão Preto
Árbitro: José de Moura Leite
Renda: Cr$ 24.600,00
Santos: Aldo, Hélvio e Expedito; Nenê, Telesca e Pascoal; Alemãozinho, Antoninho, Nicácio, Nando (Zeferino) e Pinhegas. Técnico: Artigas
Botafogo: Rafael, Herbert e Alcides (Fonseca); Diógenes, Keké e Itamar; Pirombá (Marinho), Romeu, Xixico, América e Adelino.
Gols do Santos: Nando e Pinhegas
Gols do Botafogo: Pirombá e Américo

Pular para o conteúdo