Rodolfo Rodriguez, um goleiro maior que o gol 

Por Guilherme Guarche, do Centro de Memória 

No dia 20 de janeiro de 1956 vinha ao mundo, na bela e encantadora Montevidéu, capital e maior cidade do Uruguai, localizada na zona sul do país, às margens do rio da Prata, um garoto que recebeu de seus pais o nome de Rodolfo Sergio Rodríguez y Rodríguez, considerado pelos torcedores santistas como sendo o melhor goleiro estrangeiro da equipe praiana.

Quando adolescente, Rodolfo Rodríguez queria estudar Economia, no entanto, aos 15 anos de idade já estava defendendo o arco do Club Atlético Cerro, equipe com sede na Villa do Cerro, na capital uruguaia fundado em 1922. 

Rodolfo tinha como seu grande ídolo o goleiro brasileiro Haílton Corrêa de Arruda, o popular Manga, que foi titular da equipe do Nacional, também de Montevidéu e que deixou o time em 1974.

O alto e atlético goleiro de 1,87m de altura foi campeão sul-americano no ano de 1975, jogando no sul-americano pela equipe Sub-20. Em 1977 conquistou seu primeiro título pelo Nacional, Três anos depois se consagraria como um dos grandes ídolos da história do Nacional, ao conquistar mais uma vez o título uruguaio, a Taça Libertadores da América, diante do Internacional do craque Falcão, e o Mundial Interclubes, batendo o inglês Nottingham Forest, de Brian Clough.

Na meta da Seleção do Uruguai conquistou o Mundialito em 1981 e a Copa América em 1983. Seu último título em solo uruguaio foi mais um campeonato nacional, em 1983. No início de 1984, em busca de um goleiro de prestígio e experiência, o Santos foi contratá-lo para substituir Marolla.

O Nacional dificultou a negociação, solicitando um valor fora do alcance dos cofres santistas. Ciente da situação, o Rei Pelé emprestou 120 mil dólares para que o clube contratasse o grande arqueiro. 

A estreia do gigante goleiro uruguaio ocorreu no dia 25 de janeiro de 1984, em partida amistosa no Estádio Ademar de Barros, em Araçatuba/SP, e foi um empate sem gols, o técnico Chico Formiga mandou a campo a seguinte formação nessa partida: Rodolfo Rodriguez, Toninho Oliveira (Betão), Márcio Rossini, Toninho Carlos e Paulo Robson; Pagani (Claudinho), Paulo Isidoro (Serginho Dourado) e Pita; Lino, Serginho Chulapa (Ronaldo Marques) e Camargo (Gerson).

No time de Vila Belmiro, com extrema autoridade, em poucos meses Rodolfo Rodriguez caiu nas graças da torcida e se tornou um ídolo. Ao lado de Serginho Chulapa, Rodolfo foi um dos grandes responsáveis pela conquista do título Paulista de 1984. Em uma das partidas do certame, diante do América de São José do Rio Preto, em 14 de julho, sábado, na Vila Belmiro, usou toda sua elasticidade, reflexo e coragem para praticar a mais incrível série de defesas já vista.

Permaneceu na Vila Belmiro até o final de 1988, quando acertou sua transferência para o Sporting, de Portugal. Jogou ainda pela Portuguesa de Desportos em 1991 e 1992 e encerrou a carreira no Bahia, em 1994. 

Títulos no Santos:

1984 – Campeonato Paulista – 1985 – Copa Kirin e em 1987 – Torneio Cidade de Marseille. 

Quando defendia a meta do Tricolor de Aço, no ano de 1993, na partida em que o Cruzeiro de Belo Horizonte venceu por 6 a 0, Ronaldo Nazário marcou cinco gols sendo que o último entrou para o folclore do futebol brasileiro: Rodolfo fez uma grande defesa e na sequência ajoelhado soltou a bola, Ronaldo roubou a pelota para espanto do assustado goleiro e marcou o gol cruzeirense. 

Atuando pelo Alvinegro Praiano entre os anos de 1984 e 1988, Rodolfo esteve à frente da meta praiana em 255 jogos. E após deixar o futebol profissional voltou a residir em seu país morando na cidade de Durazno, onde tem mais de cinco mil cabeças de gado da raça Hereford em sua fazenda.   

Na linha verde da estação do metrô Santos-Imigrantes, na capital paulista, que tem essa denominação graças ao então deputado estadual Bruno Covas, existe um memorial em homenagem aos grandes ídolos eleitos pelos torcedores e Rodolfo é um dos homenageados pela diretoria do clube. O arqueiro “gringo” mantem até hoje uma estreita relação de amizade com o Alvinegro. 

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