Rildo, um lateral-esquerdo de primeira qualidade na defesa santista 

Por Guilherme Guarche, Centro de Memória 

Nascido na bela Recife, a Veneza Brasileira, capital de Pernambuco, Rildo da Costa Menezes, no dia 23 de janeiro de 1942, iniciou sua trajetória no mundo da bola jogando na equipe do Íbis, clube que se autoproclama como sendo o pior time do mundo aos 17 anos de idade. 

Depois ele teve uma rápida passagem pelo Sport e, ao se mudar para o Rio de Janeiro, fez um teste no Botafogo e lá ficou de 1961 a 1966, jogando ao lado dos seus ídolos Garrincha e Nilton Santos. A oportunidade entre os titulares surgiu quando Nilton Santos passou a atuar como zagueiro, deixando a lateral esquerda livre.
No Botafogo ele foi bicampeão carioca em 1961 e 1962 e ganhou os Torneios Rio-São Paulo de 1962 e 1964, mas seus títulos mais importantes vieram no Santos: campeão brasileiro em 1968 (Torneio Roberto Gomes Pedrosa), da Recopa Mundial e da Recopa Sul-americana de 1968 e tricampeão paulista em 1967/68/69. 

Sua primeira participação com a camisa do Santos foi no dia 15 de janeiro de 1967, em partida amistosa disputada no Estádio General San Martin, em Mar del Plata, na Argentina e foi uma goleada do Peixe por 4 a 1 diante da Seleção local, com gols de Buglê, Toninho Guerreiro (2) e de Rildo. 

O Peixe escalado por Antoninho nessa estreia do lateral-esquerdo pernambucano formou com: Cláudio; Lima, Oberdan, Joel Camargo (Orlando) e Rildo (Geraldino); Zito e Buglê; Amauri, Toninho, Pelé (Edu) e Abel. 

Rildo contou como foi sua vinda para o Alvinegro Praiano: “Quanto estávamos na Inglaterra, para a Copa de 1966, o Pelé me disse que o Santos tinha interesse de me contratar. ‘Já contrataram o Carlos Alberto Torres, agora querem ter os dois melhores laterais do Brasil’, ele disse. Na volta, foi o que aconteceu. Fiquei cinco anos no Santos.” 

Com a camisa santista Rildo jogou entre os anos de 1967 e 1972 325 partidas e marcou 11 gols. Pela Seleção Brasileira ao todo fez 40 partidas. Foi o lateral-esquerdo titular nas Eliminatórias de 1969 jogando ao lado dos santistas, Carlos Alberto, Djalma Dias e Joel Camargo, mas foi cortado da Seleção e não disputou a Copa no México. 

“Fui convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira em 1962, com 19 anos. Depois joguei a Copa da Inglaterra e as Eliminatórias para a Copa do México. Não entendi porque fui cortado. Alegaram que eu tinha um problema no coração. Mas jogo pelada até hoje e nunca senti nada.” 

Quando deixou a Vila Belmiro jogou em Brasília pelo Ceub, depois no ABC, de Natal e ainda jogou em time francês de pouca expressão, até que recebeu um convite do Rei Pelé para jogar no time do Cosmos de Nova York e para lá ele foi em 1977. 

Depois exerceu a profissão de técnico de 1990 a 1995, dirigindo, sucessivamente, o California Emperos, o Los Angeles Salsa e o San Fernando Valley. 

Rildo acabou fixando residência em Los Angeles, na Califórnia, nos Estados Unidos morando com sua esposa Tereza, com duas filhas e duas netas. 

E foi lá na América do Norte que Rildo, um dos melhores laterais-esquerdo não só do Santos como também do futebol brasileiro veio a óbito em um dia de domingo, 16 de maio de 2021. 

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