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Com menos de três mil habitantes, a pacata Santa Mercedes, localizada na região Noroeste do Estado de São Paulo próxima ao Rio Paraná, é a terra natal de Renato Dirnei Florêncio Santos, que lá nasceu numa terça-feira, 15 de maio de 1979.
Renatinho, como era chamado quando iniciou sua carreira nas categorias de base do Guarani, em 1994, foi um dos mais destacados meias que o Santos teve no transcorrer de sua centenária história.
Renatinho, foi contratado pelo Alvinegro que tinha como técnico Antônio Gilberto Maniaes, o Giba, falecido no dia 24 de junho de 2014, aos 52 anos em São Paulo. Era ele quem dirigia o Peixe, quando o meio-campista vestiu a camisa pela primeira vez.
A estreia do segundo volante se deu no dia 29 de julho de 2000, um sábado, em uma partida amistosa sem gols no Estádio Valter Ribeiro em Sorocaba, com o time formando com: Pitarelli, Michel, André Luís, Claudiomiro e Rubens Cardoso (Dutra); Anderson Luís, Renato (Valdo), Baiano e Robert (Aílton); Dodô (Júlio César) e Eduardo Marques (Deivid).
Renato tinha na época 20 anos e 1,77m de altura. A partir dessa data seu futebol cresceu de maneira rápida, obtendo a admiração não só dos torcedores santistas como também da imprensa esportiva brasileira.
Seu estilo sóbrio, esforçado e muito clássico fez com que ele se tornasse um líder nato e ele passou a comandar e orientar o grupo de jogadores novatos, principalmente os meninos Robinho, Diego e Elano dos quais se tornou um conselheiro devido ao jeito sincero e honesto de lidar com todos os colegas de time.
Um título marcante com os Meninos da Vila
O camisa 8 foi um dos mais importantes jogadores na memorável conquista do Santos, quando o time venceu o Campeonato Brasileiro de 2002, após 18 de jejum sem uma conquista importante. O time era comandado por Emerson Leão na inesquecível caminhada que deu ao clube o seu sétimo título nacional.
Nessa campanha dos “Meninos da Vila”, Renato participou de todas as 31 partidas da competição, não recebendo nenhum cartão, nem vermelho, nem amarelo, mesmo jogando na frente da defesa, como segundo volante.
Eficiente na marcação e nos desarmes, também ajudou o ataque e fez três gols de grande valia, um deles decisivo, marcado aos 43 minutos do segundo tempo da primeira partida da decisão, decretando a vitória por 2 a 0 sobre o arquirrival paulistano.
No ano seguinte suas boas atuações o levaram a defender a Seleção Brasileira, e nesse ano foi agraciado com o cobiçado troféu Bola de Prata, ofertado pela revista Placar. No Escrete nacional sagrou-se campeão da Copa América em 2004 e da Copa das Federações em 2005.
O discreto meio-campista jogou algumas partidas na campanha vitoriosa que deu ao Peixe o seu oitavo título brasileiro, em 2004, ano em que seu futebol estava sendo monitorado por grandes equipes da Europa.
E ele acabou se transferindo para o Sevilla, da Espanha em 2004 onde ficou atuando até o ano de 2011 se tornando um dos grandes ídolos da torcida rojiblanca, onde ajudou o time a conquistar títulos marcantes com a Copa da Uefa e a Copa do Rei e a Supercopa Europeia.
Em primeiro de março de 2011, atingiu a marca de 279 partidas disputadas pelo Sevilla, tornou-se o jogador estrangeiro com o maior número de participações pelo centenário clube espanhol.
No entanto com o passar dos anos seu desempenho foi diminuindo com a idade, já não sendo mais uma unanimidade no clube ibérico e ele decidiu voltar ao Brasil, E no dia 26 de maio de 2011 assinou com o Botafogo do Rio de Janeiro.
A volta ao Brasil
No clube da Estrela Solitária ele ficou por três anos, ganhando a Taça Rio em 2012, e também em 2013, quando ganhou a Taça Guanabara e o Campeonato Carioca no mesmo ano.
Sentindo que seu futebol não estava correspondendo ao seu prestígio e ele então assinou contrato com o Alvinegro da Vila Belmiro, voltando ao Peixe no dia 13 de maio de 2014, dez anos depois de ter ido para a Europa.
No Santos ele conquistou, no ano seguinte, o título de campeão paulista, jogando ao lado de seus antigos companheiros Robinho e Elano. Em 2016 sagrou-se bicampeão paulista ao lado de Ricardo Oliveira. No Campeonato Brasileiro, Renato atuou em todas as 38 partidas, sendo o único jogador santista a realizar tal feito.
Outro motivo de estar bem vivo na lembrança dos adeptos do Peixe, é que em seu último ano defendendo o time praiano ele se tornou o jogador santista com mais idade a marcar um gol no campeonato nacional.
O feito ocorreu em 3 de junho de 2018, na goleada por 5 a 2 sobre o Vitória, na Vila Belmiro. Aos 39 anos e 20 dias Renato marcou o quarto gol do Santos, aos 44 minutos do primeiro tempo.
No Templo Sagrado do Futebol a despedida
Na noite de sábado, 24 de novembro de 2018, o atleta mercedense dizia adeus em definitivo à sua carreira de futebolista em partida diante do CA Mineiro, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Brasileiro.
Sob o comando do técnico Alex Stival, o Cuca, o Santos venceu por 3 a 2, formando com Vanderlei, Victor Ferraz, Luiz Felipe, Gustavo Henrique e Dodô, Alison, Carlos Sanchez e Diego Pituca, Gabriel (Renato), Derlis Gonzalez (Copete) e Felippe Cardoso (Rodrygo). Os gols santistas foram Carlos Sánchez, Felippe Cardoso e Gabriel.
Nessa despedida, repleta de emoções para o requintado craque, o time santista e a comissão técnica adentraram no gramado vestindo camisetas que simulavam ternos, em alusão à sua elegância jogando bola.
Ao todo, em suas duas passagens pelo Santos, Renato jogou 424 partidas e marcou 33 gols. Ele é o quarto jogador que mais vezes vestiu a camisa do time de Vila Belmiro.
Um dirigente avesso a badalações
Na gestão anterior Renato trabalhou no Alvinegro como gerente de futebol do clube. Nos dias atuais ele mora em Santos na orla praiana, no charmoso bairro do Gonzaga, por coincidência no mesmo prédio onde também mora o zagueiro artilheiro Alex, uma das torres-gêmeas, que com ele formou no time campeão brasileiro de 2002 e 2004.
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