Por Guilherme Guarche e Odir Cunha, do Centro de Memória
Ele tinha apenas 16 anos, seis meses e três dias quando marcou seu primeiro gol no Pacaembu, então o maior estádio do Brasil. Era uma noite de sexta-feira e o Santos estreou no Torneio Rio-São Paulo contra o São Paulo, diante de um público de 19.498 pessoas. Ele fez um dos gols da vitória por 3 a 1, os outros foram de Del Vecchio e Pagão. Bem, hoje a gente sabe que Ele é Pelé, mas na época era tão pouco conhecido que os jornais, como o extinto Correio Paulistano, o chamavam de “Telé”.
Naquela noite o garoto fez sua décima-oitava partida pelo time principal do Santos, que, por sua vez, realizava o jogo de número 1.489 de sua existência. Pelé entrou no lugar de Dorval, em um time que o técnico Lula escalou com Manga, Hélvio (Getúlio) e Ivã; Ramiro, Urubatão e Zito; Dorval (Pelé), Álvaro, Pagão, Del Vecchio e Tite.
Era também a primeira vez que Pelé participava do Torneio Rio-São Paulo, cujo nome oficial era Roberto Gomes Pedrosa. Ao longo da carreira ele participaria de oito edições do torneio, sagrando-se campeão em três delas: 1959, 1963 e 1964. O Santos também foi campeão em 1966, mas Pelé não participou de nenhuma partida do torneio naquele ano.
Com a camisa do Alvinegro Praiano o Rei do Futebol jogou 144 vezes no Estádio do Pacaembu, obtendo 77 vitórias, 36 empates e 31 derrotas. Àquele primeiro gol se somaram outros 112 e Pelé se tornou o maior artilheiro do Pacaembu. Seu último gol no estádio ocorreu em 20 de abril de 1974, em uma vitória de 4 a 0 sobre o Palmeiras.