O Presidente José Carlos Peres registrou na manhã desta sexta-feira (21) um Boletim de Ocorrência por conta de fraude no Departamento Social. Dois movimentos estranhos foram percebidos no cadastro dos sócios, visando dar possibilidade de votos a pessoas que não a tinham. Ambos os movimentos foram descobertos essa semana e analisados com cuidado antes de entregues à polícia civil.
“Nós viemos fazer um Boletim de Ocorrência com o departamento jurídico e social em relação a uma fraude no cadastro que a gente entende que é para fragilizar o processo. Seriam pegos de qualquer maneira. Eles faziam emissão de boleto e passavam em lotérico mesmo proibidos por nós. Boletos em massa. Praticaram crime pois usavam senha de uma funcionária para baixa de sócios inadimplentes. Sócio devia R$ 100, desconto era de R$ 100 e zerava”, declarou o Presidente ao Lance! e Gazeta Esportiva.
“Foram dois modos: um com mais ou menos 40 sem baixa em dinheiro e outro de mais ou menos 500 em lotérica. Geração dos boletos foi feita de maneira irregular. Descobriram porque funcionária fez recebimento e não houve baixa. Pegou e viu que não fez isso, riscou e se apavorou. Imagina se não pega nessa altura? Se não paramos por aqui? Cancelamos por aqui. As senhas foram todas bloqueadas e acesso remoto também. Algum ex-funcionário tinha acesso remoto e da casa dela foi gerando”, completou o Presidente.
No total, mais de 500 nomes estão em condições suspeitas e, por isso, a direção do Clube, com todas as provas e testemunhas, pediu abertura de inquérito policial para apurar a possível prática dos delitos de estelionato e falsidade ideológica. O Presidente Peres fez questão de ressaltar que nenhum nome específico foi denunciado na delegacia.
“Não foi BO contra ninguém, mas contra quem burlou sistema. Não falamos em nome. Investigação policial chegará nos autores e está fácil de chegar. Vieram testemunhas e delatores. Uma das testemunhas foi a funcionária que perdeu a senha. Está chocada. Usaram covardemente o nome dela. Fizeram espelho de senha e caíram como se fosse ela. Criminoso, covarde, desumano colocar uma funcionária do bem nessa situação de suspeita”, disse.
O Presidente José Carlos Peres aproveitou para afirmar que quer manter a decisão para o dia 29 e falou sobre o esquema de segurança para o processo. “Vamos para o dia 29. Há uma informação de agora que policial civil não poderá fazer segurança, só polícia militar. Delegado geral quer isso, sabendo que o nosso vice é investigador, para evitar presunção de culpa. Só para preservar o pleito. Estamos trabalhando com a verdade, vamos cada vez mais falar as verdade e o sócio decide. Estamos estudando e vamos cobrar que esses sócios não votem, assim como os incompletos (de CPF inválido, por exemplo)”.
O Presidente ainda se disse confiante quanto ao resultado do dia 29. “Não estou em nenhuma fraude, a vida tem que ser conquistada com honestidade e não com esse tipo de atitude. Se for para sair, eu saio, não vai mudar minha vida, muito pelo contrário. Vai me trazer tranquilidade, família pede para eu sair e vai ficar feliz. Mas eu quero terminar o meu mandato. Não fiz nem 10%. Se isso é 10%, imaginem o que tem por vir”.
Todos os procedimentos para manter e preservar a lisura da votação da Assembleia Geral Extraordinária, marcada para o dia 29, estão sendo feitos. Não com a intenção de ver um dos lados vencedor, mas apenas para que o resultado da urna seja, de fato, a decisão real do associado santista. E não de sistema que tenta tomar o poder das formas mais espúrias possíveis como fraude, estelionato, intimidações e pagamento em escala de sócios inadimplentes.