Foto: Juan Reol/SantosFC
Às 19h30 desta quarta-feira (17), horário de Brasília, o Santos FC encara o The Strongest pela quinta rodada da Conmebol Libertadores Bridgestone. Líder do Grupo 02, com oito pontos, o Peixe trava um importante duelo pela classificação à segunda fase contra um adversário que vem logo atrás do Alvinegro Praiano. Além de enfrentar uma forte equipe, o time treinado por Dorival Júnior terá que lidar com as dificuldades da altitude, já que a partida será realizada no Estádio Hernando Siles, em La Paz (BOL).
Apesar de terem somente um ponto de diferença na tabela, Santos FC e The Strongest possuem um fator que os separam de forma bem distinta. Com sua casa há exatos 3660 metros acima do nível do mar, a equipe boliviana usa como arma a grande dificuldade gerada pela altitude para superar o Peixe, que faz morada na cidade litorânea que leva seu nome.
Preocupada com desempenho do time santista em La Paz, a comissão técnica do Peixe elaborou uma logística especial para este embate. Concentrados na cidade de Santa Cruz de la Sierra, há 849 km do local do jogo, os atletas do Alvinegro Praiano vão para La Paz horas antes da partida, em um voo fretado com duração de uma hora. Fisiologista do Santos FC, Luis Fernando de Barros explica o objetivo desta logística para este jogo.
“Teríamos que chegar, pelo menos, duas ou três semanas antes em La Paz para aclimatar os atletas. Como o calendário não permite isso, nossa estratégia é a de chegar o mais próximo possível do horário do jogo. As adaptações que o corpo faz vão se exacerbando de seis a oito horas. Se chegarmos o quanto antes e sairmos logo após a partida os efeitos serão menores para os atletas. Estamos tentando minimizar os impactos causados pela altitude, que são: aumento da frequência cardíaca, dor de cabeça, tontura, falta de ar e, como consequência disso tudo, um maior desgaste físico”, explicou.
Em sintonia com seu companheiro de trabalho, o preparador físico Celso Resende também ressaltou a importância da logística do Santos FC. “Baseado em experiências passadas, optamos por esta logística para diminuir o efeito da altitude. A parte física é muito prejudicada. O maior problema é a falta de oxigênio. O atleta busca o ar e não respira. No futebol existe uma movimentação muito grande, então o atleta está sempre em débito, tentando respirar. O melhor que fizemos foi vir para Santa Cruz de La Sierra. Treinaremos aqui nesta terça-feira (16) e chegaremos no estádio o mais próximo possível da partida”.
O goleiro também sofre bastante com a altitude. Apesar de não se movimentar tanto quanto os atletas de linha, Vanderlei precisa dobrar a atenção com os chutes adversários. Responsável por treinar o santista, o preparador de goleiros Arzul fala sobre as dificuldades que o camisa 1 do Peixe vai enfrentar.
“Já foi comprovado que nessa situação o aspecto físico e a velocidade da bola mudam. Como já sabíamos que havia possibilidades de enfrentar adversários nesta situação, procuramos simular exercícios neste contexto no Brasil. Demos ênfase à velocidade de movimentação, reação, mudança de base, cruzada da base lateral e a batida de longa distância, quando temos que esperar até o último momento para ir em direção à bola. Repetiremos todas essas atividades no aquecimento, visando a adaptação ao local”, comentou.
Mesmo com todas estas dificuldades pela frente, o técnico Dorival Júnior demonstra muita confiança em sua equipe para este importante desafio. “A altitude compromete toda a mecânica do atleta. Desde a maneira de correr até a respiração. Os jogadores não podem fazer movimentos de velocidade em todo tempo, caso façam não vão conseguir recuperar. A velocidade da bola também muda, fica difícil para quem recebe o passe ou para o nosso goleiro defender. De um modo geral, todo time que não esteja acostumado acaba sofrendo bastante. Tentaremos minimizar essa dificuldade no aquecimento e no posicionamento dos atletas. Mesmo com todas as dificuldades, acreditamos em uma boa apresentação do Santos FC”.