Antes do árbitro autorizar a primeira cobrança de pênalti do Mirassol, na noite desta quinta-feira (11), em Novo Horizonte, o goleiro Renan Pastre caminhou friamente até o batedor adversário e mexeu com sua concentração. Ao soar do apito, o goleiro santista se agigantou e saltou para o canto direito para espalmar a bola e abrir caminho para a classificação santista à terceira fase da Copinha.
“Eu disse pra ele (batedor) que se ele batesse mal eu ia pegar, que eu ia nela (bola). Ali no pênalti, querendo ou não, é um jogo psicológico. Físico também, mas o mais importante é o psicológico. Acho que desestabilizou um pouco ele”, contou Renan, que encarou todos os cobradores e os provocou antes de cada batida.
Com o objetivo de desconcentrar os adversários nas cobranças, Renan mexia com os batedores e se movimentava sobre a linha do gol. Além de pulos e batidas na trave, o camisa 1 ainda disse para um dos oponentes: “olha no meu olho que eu vou pegar”.
“A primeira coisa que passou na minha cabeça quando defendi foi algo que meu pai me ensinou sobre batedores de pênaltis. Pulei em quase todos perto. Peguei porque ele bateu bem, mas não tão bem como os outros”, comentou Renan, que não quis revelar a valiosa dica de seu pai se esquivando com um sorriso vitorioso. “Não vou falar, né? Ainda tem muita coisa para acontecer”.
Renan Pastre foi fundamental para a vitória do Alvinegro Praiano sobre o Mirassol na segunda fase da Copa São Paulo de Futebol Júnior. O jovem de 19 anos garantiu o empate em 1 a 1 ao realizar, pelo menos, quatro grandes intervenções no tempo regulamentar e ainda defendeu uma penalidade. Após a partida, o Menino da Vila comemorou a classificação para a terceira fase.
“A equipe do Mirassol foi bem “cascuda”, jogaram a Copa Paulista no ano passado. O jogo foi difícil, como todos os outros. O campo não ajudou muito e o time deles tinha bastante força. Graças a Deus suportamos a pressão e conseguimos sair com o empate e depois vitoriosos nos pênaltis”, disse o Menino da Vila.
Demonstrando muita maturidade, Renan afirma que tenta ficar o mais frio possível dentro de campo. Segundo o goleiro, coragem e concentração são armas importantes para uma boa atuação.
“Para mim, o goleiro é um cara que sempre tem que estar frio dentro de campo. Não pode deixar a emoção levar pra cima ou para baixo. Tem que estar tranquilo, sempre focado no que tem que fazer ali e o mais importante: fazer as coisas sem medo”, compartilhou o atleta, que está na base desde o Sub-13 e já treinou diversas vezes com a equipe principal do Peixe.
“É importante (treinar com o profissional). Os caras que estão lá têm muita experiência, tanto o treinador (de goleiros) como os goleiros. Isso serve para a gente continuar crescendo sempre”, ressaltou.
Com apenas dois gols sofridos em quatro jogos nesta Copinha, o mineiro natural de Poços de Caldas e criado em Andradas demonstra gratidão pelo momento vivido e pede que o plantel santista mantenha a garra apresentada nos últimos jogos para seguir em frente na competição.
“Apesar de termos jogadores jovens atrás, temos sido bem consistentes. Estes jogos provaram bastante a defesa, defendemos muito nas últimas duas partidas. Graças a Deus estamos conseguindo ter um sistema defensivo sólido, com bastante “pegada” ali e conseguindo tomar menos gols possíveis. Não podemos deixar cair a vontade que temos em todos os jogos. Às vezes não conseguimos sobressair aos adversários (tecnicamente), mas a nossa vontade foi o que nos manteve no jogo e nos deu a vitória.”
Pela terceira fase da Copa São Paulo de Futebol Júnior, o Santos FC encara o Figueirense às 18h30 deste sábado (13). A partida será realizada no Estádio Dr. Jorge Ismael de Biasi, em Novo Horizonte, com entrada gratuita.
Fotos: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC