O último jogo de Pepe

Guilherme Guarche, do Centro de Memória
A última vez em que José Macia, o querido Pepe, vestiu a camisa do Santos em sua longa e brilhante carreira, foi no estádio Urbano Caldeira, em 19 de março de 1969, uma quarta-feira, pelo Campeonato Paulista. Pepe substituiu o atacante Douglas na vitória diante do América de São José do Rio Preto por 2 a 1, com dois gols de Edu.
Naquela partida, assistida por 10.117 pessoas, o técnico Antoninho escalou o Santos com Laércio, Carlos Alberto, Ramos Delgado, Marçal e Rildo; Lima e Negreiros (depois Oberdan); Manoel Maria, Douglas (Pepe), Pelé e Edu.
Pepe encerrava ali uma carreira de atleta dedicada exclusivamente ao Santos, pelo qual fez 741 jogos e 403 gols, tornando-se o maior ponta artilheiro do mundo. Extremamente disciplinado, jamais foi expulso de campo e por isso recebeu o Troféu Belfort Duarte.
Naquele 1969 o Santos ganhou o seu segundo tricampeonato paulista e, assim como em 1962, Pepe estava na lista dos campeões. Sua ausência, porém, não seria tão sentida pelo Alvinegro Praiano, pois a ponta-esquerda já estava ocupada por outro craque indiscutível: Jonas Eduardo Américo, o habilidoso Edu.
Lembranças de 1955
Nesse jogo de despedida do Canhão da Vila, o técnico do time adversário era Wilson Francisco Alves, o Capão, que jogou com Pepe na equipe santista campeã paulista no ano de 1955.
Pepe não era o titular da ponta-esquerda em 1955, posição ocupada por Augusto Vieira de Oliveira, o Tite. No entanto, por estratégia tática, na partida final, contra o Taubaté, o técnico Lula o colocou na esquerda e passou Tite para a direita, para felicidade da torcida santista, que viu o então jovem ponta-esquerda marcar o segundo gol do Peixe, aquele que deu a vitória e o título ao Alvinegro mais famoso do mundo.

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