Por Pedro Mendes, do Memorial das Conquistas
No dia 10 de dezembro de 1968, o Santos conquistou pela sexta vez em oito anos o título de Campeão Brasileiro, o sexto de sua história, ao derrotar o Vasco no Maracanã, por 2 a 1, com gols de Toninho e Pelé.
Pentacampeão de 1961 a 1965, o Alvinegro Praiano ainda foi vice-campeão brasileiro em 1959 e 1966. Com a conquista de 1968, o Santos acumulou seis títulos e dois segundos lugares nas 10 competições nacionais disputadas, entre 1959 e 1968.
A CAMPANHA
Após as conquistas de Taça Brasil em anos anteriores, a principal competição nacional em 1968 foi o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Robertão ou Taça de Prata.
O torneio foi dividido em duas fases, a primeira com os 17 clubes divididos em dois grupos, um com nove e outro com oito equipes, em que os dois primeiros se classificavam para o quadrangular final após todos se enfrentarem em dois turnos. No Grupo B, o Peixe se classificou na primeira posição com nove vitórias em dezesseis partidas e incríveis 37 gols marcados, sendo isolado o melhor ataque da competição.
Santos, Vasco, Palmeiras e Internacional se classificaram e jogaram a fase final do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o quadrangular final teve apenas um turno.
FASE FINAL
A primeira partida, na noite de 4 de dezembro, o Santos enfrentou o Internacional no Estádio Olímpico e saiu na frente com gol de Pelé. O Colorado reagiu e chegou ao empate ainda no primeiro tempo, com Elton. Mas na segunda etapa o Santos pressionou e chegou ao gol da vitória na marca dos 43 minutos, em pênalti cobrado por Carlos Alberto.
No domingo, quatro dias depois, Santos e Palmeiras, os dois vencedores da primeira rodada, fizeram um jogo decisivo no Morumbi. O Alvinegro terminou o primeiro tempo vencendo por 1 a 0, gol de Abel, e ampliou na segunda etapa, com Edu e Toninho. Com 3 a 0 no placar, o Alvinegro foi para a última rodada em uma ótima condição de garantir o seu sexto título brasileiro.
Naquela final de 1968, quase 55 mil pessoas pagaram ingresso para assistir ao jogo entre Santos e Vasco no Maracanã, no dia 10 de dezembro. Com quatro pontos ganhos e quatro gols de saldo, o Santos só deixaria de ser campeão se perdesse para o Vasco por uma diferença de três gols. Além disso, o Santos era a base da Seleção Brasileira que iniciaria os preparativos para as Eliminatórias da Copa do México. Um time difícil de ser batido.
Para jogar pelo título, o técnico Antoninho escalou o time com Cláudio, Carlos Alberto, Ramos Delgado, Marçal e Rildo; Clodoaldo e Lima; Edu, Toninho (Douglas), Pelé e Abel (Laércio). O Vasco, dirigido por Paulinho de Almeida, jogou com Valdir, Ferreira, Brito, Moacir (Fernando) e Eberval; Benetti e Alcir; Nado, Valfrido, Bianchini e Danilo Menezes (Adilson).
O Santos não encontrou dificuldade em atacar e criou boas oportunidades desde o início da partida, enquanto o Vasco não se encontrava em campo. O primeiro gol surgiu logo aos 15 minutos, após cobrança de falta de Pelé. A bola bateu na barreira e na sequência da jogada ele mesmo recuperou e lançou Toninho livre para finalizar e vencer o goleiro Valdir.
Aos 38 minutos veio o segundo gol. Clodoaldo iniciou a jogada no meio-campo e passou para Abel que tocou para Pelé. O Rei recebeu a bola, avançou na entrada da área e chutou no canto direito, surpreendendo o goleiro cruzmaltino. No final da primeira etapa, Toninho contundiu-se e foi substituído por Douglas.
No segundo tempo o Santos diminuiu o ritmo, principalmente depois que Pelé se machucou em uma disputa de bola com Eberval. Sem Toninho e com Pelé contundido, as jogadas do Santos dependiam de Edu, isolado no ataque.
A situação fez o time cruzmaltino crescer no jogo. Em um lance de descuido da defesa santista, o Vasco diminuiu com Bianchini aos 15 minutos. Mas a vantagem do Santos era enorme e o time da Vila Belmiro passou a trocar passes.
Aos 25 minutos o autor do gol vascaíno tentou atrapalhar o goleiro Cláudio na devolução da bola. O goleiro irritou-se e revidou. O árbitro Arnaldo César Coelho expulsou os dois jogadores. O técnico Antoninho substituiu Abel pelo goleiro reserva Laércio.
Sem seus principais atacantes em campo, Santos e Vasco só esperaram o árbitro apitar o final da partida. Melhor para o Santos que venceu e conquistou o sexto título brasileiro de sua história.