Por Victor Hugo, do Memorial das Conquistas
Pouco antes a quatro meses de conquistar seu pentacampeonato brasileiro consecutivo – feito único até os dias de hoje – , o Santos se sagrou Campeão do Torneio Quadrangular de Buenos Aires.
Também conhecido como “Copa Amistad”, a competição era de grande relevância e prestígio continental.
As quatro equipes a participarem do torneio foram: Santos, Boca Júniors (ARG); River Plate (ARG); Real Madrid (ESP);
O Peixe bateu a dupla argentina e precisaria apenas de um empate para se sagrar campeão da competição; entretanto, a equipe madrileña se recusou a enfrentar a esquadra santista e rumou de volta à Espanha, sem maiores explicações.
Ao longo da competição foram realizados quatro confrontos, duas partidas nos dias 08 e 12 de agosto. O primeiro duelo do Alvinegro Praiano se deu contra o Boca Juniors (que o Santos havia derrotado na final continental dois anos antes); vitória santista por 4 a 1, com gols de Pelé (2), Lima e Coutinho.
No mesmo dia, Real Madrid e River Plate empataram em 0 a 0. Na segunda e última partida do Santos no torneio, contra o River Plate, outra vitória; desta vez uma vitória de virada do Peixe, 2 a 1 sobre a equipe portenha, com gols de Coutinho e Dorval. Na partida entre Boca e Real, outra derrota argentina, 3 a 1 para os madridistas.
Com duas vitórias do time da Baixada, apenas uma vitória e um empate dos espanhóis; para o Peixe – até então único bicampeão mundial – bastava o empate. Conscientes da vantagem e superioridade da equipe brasileira, os espanhóis retornaram ao velho continente, optando por não realizar o confronto
e cedendo a taça de campeão ao Santos.
A delegação santista, que viu a imprensa argentina dar como certa sua vitória no que era o jogo mais aguardado do torneio, interpretou a desistência dos Real Madrid como medo de serem derrotados com um baile de futebol do Santos.
O eterno capitão Zito, analisou a derrota sofrida pelo Santos FC por 5 a 3 no Santiago Bernabéu, para a equipe espanhola em 1959. Para ele, a o Real Madrid não queria mais enfrentar o Peixe: “Eles só ganharam aquele jogo de 1959 da gente e se arrepiaram depois. Mas não era um timaço como o Santos, que tinha um craque em cada posição”. Coutinho completou: “Passamos a vida toda atrás deles e não deram a chance da desforra”.