Neste domingo veremos o 70º Clássico Alvinegro do século

Por Odir Cunha, do Centro de Memória
Estatísticas por Guilherme Guarche
O Clássico Alvinegro deste domingo, às 11 horas, no Itaquerão, pela quarta rodada do Campeonato Paulista, será o septuagésimo duelo entre Santos e Corinthians neste século. O retrospecto dá boa vantagem ao Alvinegro Praiano, que tem 30 vitórias, 19 empates e 21 derrotas.
Nas dez partidas mais recentes entre ambos, o Santos venceu quatro, empatou cinco e só perdeu uma. Desde a geração de Robinho e Diego, surgida em 2002, tem havido um predomínio santista nesse clássico que é o mais antigo de São Paulo, já que foi jogado pela primeira vez em 22 de junho de 1913, no campo da Antarctica Paulista, na capital.
Os dois times estreavam no Campeonato Paulista. A turma santista não se intimidou com o adversário, a torcida contrária e a chuva fina e persistente. Os comandados do técnico e jogador Urbano Caldeira, usando um jogo de passes curtos, como queria Caldeira, golearam os alvinegros paulistanos por 6 a 3, com dois gols de Adolpho Millon, dois de Arnaldo Silveira, um de Ambrósio e um de Ricardo.
De lá para cá já se enfrentaram 333 vezes, com 107 vitórias santistas, 95 empates e 131 derrotas, 504 gols a favor e 582 contra. Só pelo Campeonato Paulista foram 202 jogos, com 62 vitórias do Alvinegro Praiano, 58 empates e 82 triunfos do rival; 313 gols marcados e 380 sofridos.
Apenas quatro jogos foram realizados no Itaquerão pelo Campeonato Paulista, com duas vitórias do time da casa e dois empates. Mas o Santos já ganhou lá e em grande estilo. Em jogo eliminatório pela Copa do Brasil, em 26 de agosto de 2015, bateu o rival por 2 a 1, com gols de Gabriel e Ricardo Oliveira, e seguiu em frente rumo à final da competição.
A história real das goleadas no clássico
Os torcedores do rival se regozijam ao repetir que a maior goleada do clássico é um 11 a 0 ocorrido na Vila Belmiro, pelo Campeonato Paulista, em 11 de julho de 1920. Mas nessa partida, extremamente irregular, em que os santistas, revoltados contra a arbitragem tendenciosa de Eduardo Taurisano cometeram pênaltis e marcaram gols contra intencionalmente, cinco jogadores foram expulsos e o jogo foi interrompido aos 21 minutos do segundo tempo.
O esculacho era tão grande que em determinado momento o goleiro Randolfo foi jogar de centroavante, no lugar de Ary Patusca, que foi para a meta (mas cada vez que pegava a bola com as mãos, o árbitro marcava pênalti). O pior é que a diretoria do Santos já tinha recebido um ofício do Palestra Itália, atual Palmeiras, alertando sobre o caráter duvidoso de Taurisano, mas não deu ouvidos.
É óbvio que um time pode sofrer goleadas, mas esse placar, pelas circunstâncias e por se tratar de um jogo interrompido, não deve ser levado tão a sério. Uma equipe como a do Santos, que tinha dois titulares da Seleção Brasileira campeã sul-americana no ano anterior – Millon e Arnaldo – e que uma semana antes, na mesma Vila Belmiro, tinha goleado o Flamengo, líder do campeonato carioca, por 6 a 0, jamais perderia por contagem tão elevada em um jogo normal.
Assim, em partida com os dois tempos jogados integralmente e sem aberrações da arbitragem, as maiores goleadas do clássico, ambas em jogos pelo Campeonato Paulista, são: 1 – Pela quantidade de gols marcados pelo time vencedor, 8 a 3 para o Santos, em 4 de setembro de 1927, no Parque Antarctica; 2 – Pela diferença de gols, 7 a 0 para o alvinegro da capital, em 1º de junho de 1941, no Parque São Jorge.
Primeiro clássico em Santos
O primeiro Clássico Alvinegro jogado em Santos foi um amistoso, em 30 de agosto de 1914, um domingo, no campo da avenida Ana Costa, 22, onde hoje está a igreja do Coração de Maria. Nesse mesmo campo o Santos havia disputado sua primeira partida oficial, em 15 de setembro de 1912, quando venceu o Santos Athletic Club por 3 a 2.
Em 2014, com arbitragem do imparcial jogador santista Harold Cross, os alvinegros empataram sem gols. Escalado pelo técnico/jogador Urbano Caldeira, o Santos jogou com Werneck, Américo e Jesus; Pereira, Urbano Caldeira e Ricardo; Millon, Aralhe, Anacleto, Marba e Arnaldo Silveira.
O alvinegro da capital, armado pelo técnico/jogador Casimiro González, jogou com Caetano Barone, Casimiro Gonzáles, Fulvio; César Nunes, Bianco e Policce; Américo, Perez, Amílcar, Apparicio e Neco.
Esse campo seria alugado pelo Clube Atlético Santista, obrigando o Santos a jogar no campo da avenida Conselheiro Nébias em 1915 e 1916, quando foi inaugurada a sua praça de esportes, na Vila Belmiro.
Adversário homônimos
O Santos já enfrentou cinco equipes denominadas Corinthians: o da capital paulista, de Santo André, Salto, Presidente Prudente e Porto Alegre.
Santistas artilheiros do duelo
1 – Pelé, 50 gols
2 – Coutinho, 13 gols
3 – Pepe, 12 gols

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