No dia 13 de agosto de 1921 nascia em Santos, o extraordinário meia-direita, Antônio Fernandes, o Antoninho o qual muitos torcedores consideram como sendo um dos melhores jogadores que o Santos FC já teve em história.
Antoninho ganhou da imprensa esportiva o honroso apelido de “O Arquiteto da Bola” pela sua genialidade na construção das jogadas bola dentro das quatro linhas. Segundo afirmava Zizinho, o mestre Ziza, Antoninho era o único jogador que ele, Zizinho respeitava na sua posição.
Antoninho foi um jogador que nunca teve seu nome relacionado nas convocações da Seleção Brasileira, uma grande injustiça com o craque santista que era figura constante nas convocações da Seleção Paulista.
A sua estréia no time do Santos FC aconteceu no dia 20 de maio de 1941 num amistoso na Vila Belmiro que terminou com a goleada santista contra o Coritiba pelo escore de 10 a 3 no dia em que o atacante Carabina marcou 6 tentos sendo que 5 foram de cabeça e Raul, Cláudio, Bonje e Tom Mix completando o dilatado placar. O técnico era Dario Letona que colocou em campo: Victor; Neves e Ari Fernandes; Botelho, Elesbão e Inglês; Cláudio, Bonje (Orestes), Carabina (Raul), Antoninho e Tom Mix.
Antoninho atuou pelo Santos FC em 400 partidas tendo marcado 144 gols até a última partida em que vestiu a camisa do clube que tanto amava sendo o 12º artilheiro do Alvinegro.
O seu jogo de despedida no Peixe foi no dia 24 de novembro de 1954 uma partida amistosa vencida pelo Vasco da Gama na Vila Belmiro pelo placar de 2 a 1 com Tite marcando o gol de honra santista formando o Peixe que tinha como técnico Lula com: Barbosinha; Hélvio e Ivan; Cássio, Pascoal (Gueguê, depois Antoninho) e Urubatão; Carlinhos, Leal, Álvaro, Vasconcelos e Tite.
Quando deixou o clube, Antoninho foi para o Jabaquara retornando anos mais tarde já como auxiliar-técnico de Lula assumindo a condição de treinador efetivo a partir do ano de 1967 ficando nessa função até o dia 07/04/1971 na vitória diante do Galícia na Fonte Nova em Salvador pelo placar de 2 a 0 com gols de Pelé e Abel formando com: Joel Mendes (Edevar); Turcão (Picolé), Djalma Dias (Ramos Delgado), Oberdan e Rildo; Léo Oliveira e Lima (Negreiros); Edu, Ferretti (Douglas), Pelé e Abel em seu lugar assumiu como técnico Mauro Ramos de Oliveira.
Antoninho dirigiu o Santos em 381 partidas contando o período em que dirigia a equipe interinamente nos anos 50 tendo vencido 228, empatado 79 e perdido 74 partidas. Antoninho faleceu no dia 16 de dezembro de 1973 um dia antes do seu time de coração vencer por 1 a 0 o time do São Paulo no Morumbi com gol de Pelé.
Curiosidade
Em 1950, ele chegou a ser emprestado ao time do Palmeiras para atuar por empréstimo no torneio Rio-São Paulo, pois o Santos não fora convidado para o torneio, ele aceitou ir para a equipe da capital, que queria a todo custo contratar o grande ídolo do Peixe o que era também o pensamento da diretoria Alvinegra que precisava contornar uma situação financeira difícil que atravessava o clube praiano e a oferta feita pelos palestrinos era realmente tentadora e tentava convencer o atleta a aceitar a transferência em definitivo e para isso montou um esquema com o radialista Ernani Franco que em uma entrevista programada queria que Antoninho afirmasse que a proposta seria boa tanto para o Santos como para ele, e que ele tinha que pensar não só em seu futuro como também no futuro de sua família.
Só que durante a entrevista Antoninho não conseguiu cumprir o prometido com o radialista e com os olhos marejados de lágrimas falou que pretendia ficar no Santos, devido ao amor intenso que nutria pelo clube de Vila Belmiro. Antoninho é um ídolo que merece estar na galeria dos jogadores inesquecíveis do Santos FC.
Guilherme Guarche – Coordenador do Centro de Memória e Estatística