Memória: Lima, o coringa da Vila, fazia a última partida pelo Peixe

A última partida do eterno coringa Lima com a camisa do Santos FC foi no dia 30 de outubro de 1971 no empate em 1 a 1 diante do nosso arquirrival da capital paulista no estádio do Pacaembu pelo Campeonato Brasileiro com Pelé marcando o tento santista que na despedida do insubstituível coringa jogou com: Joel Mendes; Orlando Amarelo, Ramos Delgado, Oberdan e Rildo; Clodoaldo e Lima; Davi, Mazinho (Douglas), Pelé e Edu. O técnico era Mauro Ramos Delgado.
No dia 01 de novembro de 1971, Antônio Lima dos Santos era negociado com a equipe mexicana do Jalisco de Guadalajara, time que anteriormente se chamava Oro Jalisco, encerrando o seu ciclo vitorioso no time da Vila Belmiro após disputar 696 partidas e ter marcado 65 gols pelo Peixe.
Santos Mundial 62
O coringa Lima que nasceu na cidade mineira de São Sebastião do Paraíso chegou no clube vindo do Juventus no ano de 1961 aqui permanecendo jogando praticamente em todas as posições com desenvoltura e muita garra, honrando como poucos a camisa do time que até hoje mora em seu coração.
Em homenagem ao futebol digno de aplausos, o jornalista De Vaney reconhecendo a vontade de vencer e a disposição em campo do eterno coringa santista assim se pronunciou em um bonito artigo escrito no ano de 1967 que tinha o sugestivo título de “Rodopião”:
“Rodopião” é o nome do primeiro conto de Humberto de Campos. Conta a existência de um cidadão que sabia fazer tudo, e tudo fazia bem. E, por ser privilegiado pelos dons da natureza, em ser tão útil a todos, à vezes o sacrificavam ou dele se esqueciam. Mas “Rodopião” voltava sempre, e continuava, como sempre, a ser o mesmo de sempre. Lima, quando o vemos, nos faz lembrar, o conto de Humberto de Campos, porque ele é, no mundo da bola, o “Rodopião” incansável, prestativo, querendo ser útil a tudo, a todos. Mas, tal o qual o “Rodopião”, esquecendo-se, muitas vezes de que ele próprio existe, para se lembrar, apenas, de que o Santos FC é que precisa existir e brilhar.
E o Lima não é de espaventos. Não gosta de aparecer. Chega, até, a dar a impressão de ser prosa, fútil, fátuo. Mas não é nada disso, não, o que ele é – porque nasceu assim – é um rodopião, o magnífico “Rodopião” que Humberto Campos tomou para personagem de seu conto magistral, e que o Santos FC foi buscar para lhe ajudar a colecionar um mundo de títulos, todos eles recheados por glórias imortais”.
Guilherme Guarche – Coordenador do Centro de Memória e Estatística

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