Quando excursionava pelo interior do Rio Grande do Sul, o garoto Pelé, então com 16 anos, e que aos poucos ia se firmando na equipe titular do Santos FC, foi sondado, sem saber, por dirigentes gaúchos os quais ficaram impressionados com o talento mostrado pelo jovem de canelas finas e corpo franzino, na partida disputada no dia 22 de março de 1957, no empate em 2 a 2 do Alvinegro diante da equipe do Brasil de Pelotas, no Estádio da Boca do Lobo.
Neste dia o Santos FC formou com: Manga; Hélvio e Ivan; Ramiro, Feijó (Fioti) e Urubatão; Dorval (Pepe), Jair, Pagão (Pelé), Del Vecchio (Zinho) e Tite. O técnico era Luiz Alonso Perez, o Lula.
Essa sondagem aconteceu no grande hotel de Pelotas, quando o presidente do time local, Carlos Russomano, ouviu do técnico Lula o pedido de liberação do atacante Joaquinzinho, o grande destaque daquele time. O presidente gaúcho respondeu que só liberaria o atleta caso o Santos pagasse CR$ 400 mil e cedesse também aquele jogador rápido, que o técnico Lula houvera colocado em campo no segundo tempo.
O técnico Lula disse que não haveria negócio, pois aquele menino era um talento a ser lapidado e que o clube santista não tinha interesse em se desfazer do jovem craque, pondo fim à conversa.
Esse relato é a verdadeira história da tão decantada troca de Pelé por Joanquinzinho, a qual até hoje se comenta no Sul do País. Fora desse contexto o que há é puro folclore gaúcho.
Guilherme Guarche – Coordenador do Centro de Memória e Estatística