Enquanto nos salões luxuosos do Parque Balneário Hotel, no bairro do Gonzaga, os sócios do Santos Futebol Clube dançavam ao som do Trio Cristal, no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro quem dançava em campo eram os jogadores do Vasco da Gama, que naquela noite de quarta-feira, dia 08 de dezembro de 1965 viram a máquina de jogar futebol do Peixe sagrar-se Pentacampeão do Brasil, na tumultuada partida em que o árbitro Armando Marques mandou para o chuveiro antes do término do jogo, 7 jogadores, sendo quatro deles pertencentes ao Santos (Lima, Orlando, Geraldino e Pelé) e três do grêmio Cruzmaltino (Zezinho, Ananias e Luisinho).
Essa vitória do time presidido por Athié Jorge Coury foi na segunda partida da final da VII Taça Brasil, na primeira partida no Estádio do Pacaembu, o Peixe venceu o time de São Januário pelo placar de 5 a 1. Faziam parte do elenco santista, além dos que atuaram na decisão, os seguintes jogadores: o goleiro reserva Laércio e os atacantes Del Vecchio e Toninho Guerreiro e na delegação santista que tinha na chefia Nicolau Moran, o administrador Ciro Costa, o médico Italo Consentino, o preparador físico Júlio Massei e os massagistas Macedo e Beraldo.
A orquestra santista que tinha na regência o maestro Lula, se exibiu em noite de muita confusão com: Gilmar; Carlos Alberto, Mauro, Orlando e Geraldino; Lima e Mengálvio; Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe (Abel). O gol solitário do Alvinegro Pentacampeão Brasileiro foi marcado pelo Rei Pelé.
Os desentendimentos da noite tiveram início por ocasião da entrada em campo das duas equipes devido ao fato do time da Vila Belmiro ter adentrado ao gramado com a sua tradicional camisa totalmente branca, hoje o uniforme nº 1 oficial do clube, o time da Cruz de Malta não queria mudar o seu uniforme no qual predominava a cor branca com a faixa preta em diagonal, o impasse demorou 25 minutos para ser solucionado até que o técnico Lula ordenou ao time que usasse as camisas listradas, hoje o segundo uniforme oficial do Santos FC.
Mesmo jogado com 08 jogadores o Peixe conseguir segurar o resultado contra os vascaínos que jogavam com 09 jogadores, até que na expulsão de Luisinho e Orlando já nos minutos finais o árbitro encerrou o encontro, e o Peixe deixou o Maracanã trazendo para a Vila Belmiro o troféu de posse transitória que hoje está no Museu do Botafogo carioca, pois time de General Severiano foi o último clube que venceu a então Taça Brasil.
No Memorial das Conquistas, no Estádio Urbano Caldeira está em exposição a taça correspondente aos anos de 1961,1962 e 1963 anos nos quais o Santos venceu o certame nacional ficando com a posse definitiva do bonito troféu.
Além dessa final, o time do Vasco da Gama também foi derrotado em outra final do certame nacional no ano de 2004 disputada na cidade de São José do Rio Preto, no interior paulista. Nessa data o Peixe venceu por 2 a 1 conquistando o título nacional pela 8ª vez..
Guilherme Guarche – Coordenador do Centro de Memória e Estatística