Foi graças ao roupeiro santista de apelido Sabuzinho, que o garoto apelidado de Gasolina, o Pelé, permaneceu no Santos FC. Tudo aconteceu no dia 17 de outubro de 1956, quando a equipe amadora do Alvinegro disputava a partida final do campeonato santista, promovida pela Liga de Futebol Amador de Santos. Nessa partida decisiva quem estava apitando era o jovem Romualdo Arpi Filho, com 17 anos de idade e que tinha o apelido de Ganso.
O garoto gasolina tinha 15 anos e estava prestes a completar 16 anos no dia 23 de outubro, e durante a partida ele foi encarregado de bater uma penalidade máxima ,que se fosse convertida em gol daria ao Santos o tão desejado título de campeão, ocorre que o jovem atacante do Peixe desperdiçou a cobrança mandando a bola por de cima do travessão do goleiro Fininho para desespero do auxiliar de massagista de nome Salustiano da Costa Lima, mais conhecido por Salu da bandinha, e o time rubro-amarelo do Jabaquara foi campeão ao vencer a partida por 1 a 0.
À noite, o garoto que morava na pensão da dona Jorgina pegou suas roupas, colocou-as numa mala, e estava atravessando a rua quando foi interpelado pelo roupeiro Sabuzinho que não deixou que o garoto saísse da cidade, e muito menos do clube. Sabuzinho convenceu o garoto, que alegava ter muitas saudades dos pais que residiam em Bauru e também por perdido a penalidade máxima na partida decisiva contra o Jabuca.
Sabuzinho, então, argumentou que muitos e muitos pênaltis haveriam de ser perdidos no futuro por ele, já que ele estava apenas iniciando sua trajetória no mundo da bola e haveria de ser um craque num futuro não muito distante. E foi, então graças a esses argumentos usados pelo roupeiro, que o futuro Rei do Futebol permaneceu na Vila Belmiro jogando no Alvinegro até 1974, para alegria de todos osmilhares e milhares de torcedores do Santos Futebol Clube.
Guilherme Guarche
Coordenador do Centro de Memória e Estatística do
Santos Futebol Clube