No dia 01 de dezembro de 1992, falecia na Beneficência Portuguesa, em Santos, o ex-presidente de todos os Alvinegros, Athié Jorge Coury, que esteve no Santos FC no período de 27 de fevereiro de 1945 a 23 de novembro de 1971. Ele foi o presidente com o maior mandato da centenária história do clube, 26 anos e o que mais títulos conquistou. Seu antecessor no cargo era Antônio Ezequiel Feliciano e quem o sucedeu no ano de 1971 foi Vasco José Faé.
Athié nasceu na cidade paulista de Itú no dia 01 de agosto de 1904 tendo se filiado ao clube santista no dia 09 de setembro de 1927 substituindo o então goleiro titular Tuffy, que houvera sido expulso do clube naquele ano. Athié jogou defendendo o arco santista em 173 partidas durante os anos de 1927 a 1934 quando deixou a meta praiana foi substituído por Ciro Maciel Portieri.
Como político foi vereador, deputado estadual e federal sempre defendendo os interesses dos trabalhadores e também a cidade de Santos. Na revolução constituinte de 1932, Athié foi um dos paulistas que participou defendendo o estado de São Paulo.
A primeira partida em que atuou como goleiro no Peixe foi no dia 09/10/1927 na vitória pelo placar de 9 a 0 diante do Corinthians FC de Santo André em partida amistosa na Vila Belmiro, com Feitiço marcando 05 gols, Siriri 03 e Camarão 1 gol, formando o time do ataque dos 100 gols com Athié; Bilú e David; Alfredo, Júlio e Hugo; Omar, Camarão, Siriri, Feitiço e Passos. Sua última partida com a camisa do Peixe foi no dia 15/04/1934 na derrota santista diante do Palestra Itália na Vila Belmiro por 3 a 0 em partida válida pelo campeonato paulista.
Foi durante os anos em que presidiu o Clube que o time santista tornou-se mundialmente famoso não só pelos títulos conquistados como também por revelar craques que serviram de base à Seleção Brasileira, principalmente o Rei Pelé..
Em sua homenagem o clube deu ao seu ginásio de esportes inaugurado no Estádio Urbano Caldeira no ano de 1950 o seu nome.
O craque Pepe assim se expressou sobre o eterno presidente: “Foi presidente do Santos durante muitos anos, devido à carreira política, ficava muito tempo no Rio e em Brasília e o Modesto Roma ficava dirigindo o clube na sua ausência. Muito boa pessoa, os jogadores o adoravam. Ele nunca dizia não para as pessoas e avisava sempre: “vou resolver”. No último dia do ano, a gente se reunia em sua casa e ele dava um presente para cada jogador. Normalmente no dia 02 de janeiro, a gente saía para as excursões pelo mundo. E mesmo com a carreira política, Athié procurava acompanhar a equipe durante as viagens e aproximar os atletas dos familiares. Ele viajava com a gente, às vezes, e voltava antes, porque era deputado, tinha muito o que fazer e servia de correio para nós trazendo cartas para nossos familiares, já que na época era muito difícil se comunicar por telefone”.
Guilherme Guarche – Coordenador do Centro de Memória e Estatística