Antônio Wilson Honório, o Príncipe da Vila, marcava, no dia 26 de agosto de 1970, o seu último gol com a camisa do Santos FC. Foi num empate pelo placar de 2 a 2 diante da equipe do São Bento, na cidade de Sorocaba, em partida do Campeonato Paulista, disputada no Estádio Humberto Realli. O jogo teve, além do último gol de Coutinho, mais um tento marcado pelo Rei Pelé. O time do Alvinegro formou com: Edevar; Carlos Alberto, Ramos Delgado, Joel Camargo e Rildo; Léo Oliveira e Negreiros (Lima); Manoel Maria (Abel), Coutinho, Pelé e Edu. O técnico era Antônio Fernandes, o Antoninho.
Coutinho é até os dias atuais o jogador mais jovem a jogar na equipe principal do Peixe, quando estreou tinha na época 14 anos. Com a camisa praiana ele marcou 368 gols e jogou 457 partidas no período de 1958/1967 e 1969/1970.
Curiosidade
Coutinho, quando chegou no Santos, foi aconselhado pelo radialista Ernani Franco, a usar o apelido de Antoninho, numa homenagem ao Arquiteto da Bola, Antônio Fernandes, mas ele não gostou da ideia e passou a ser chamado de Coutinho e não Cotinho como era conhecido pelos familiares e amigos em Piracicaba.
Frases ditas por Pelé e Tostão sobre o futebol do craque Coutinho:
“Querido Coutinho, Deus coloca as pessoas no caminho da gente e não diz qual a razão. Mas eu agradeço a Deus por ter colocado você ao meu lado no time do Santos, e agora tê-lo como irmão”. (Pelé)
“Romário, Ronaldo, Reinaldo e Coutinho foram os quatro melhores centroavantes brasileiros que vi atuar. Os três primeiros eram muito rápidos e voltavam até a intermediária para partir em direção ao gol, driblando, tabelando ou recebendo a bola na frente, nas costas dos zagueiros. Já Coutinho jogava em pequeníssimos espaços, perto da área. As tabelinhas entre Coutinho e Pelé, foram as mais bonitas e mais famosas do mundo. Coutinho se movimentava em um ou dois metros, recebia a bola e, antes do zagueiro antecipar, tocava de primeira para Pelé, que voltava para Coutinho, que voltava para Pelé, até um dos dois fazer o gol. Coutinho era um centroavante fino e que, raramente, fazia um gol de longe ou com um chute forte. Seus toques eram curtos e precisos. Às vezes, a bola nem balançava as redes. Coutinho tratava a bola com tanto carinho, o que é raro no centroavante, que ela, agradecida e seduzida, parecia beijar seus pés”. (Tostão).
Guilherme Guarche – Coordenador do Centro de Memória e Estatística