Por: Odir Cunha
Quando Santos e Corinthians iniciarem a partida do próximo sábado, 13 de outubro, às 19 horas, no Pacaembu, estarão envolvidos naquele que, pela rivalidade ancestral, Pelé chama de “O grande jogo”.
Primeiro clássico paulista, jogado pela primeira vez em 22 de junho de 1913, no Parque Antarctica – com uma goleada santista de 6 a 3 –, ele é também o duelo estadual que mais vezes atraiu públicos superiores a 100 mil pessoas, marca alcançada em sete oportunidades!
Para os santistas, os números mais expressivos do confronto são os 11 anos de tabu em que o adversário não conseguiu vencer o Santos pelo Campeonato Paulista e as oito pedaladas de Robinho em Rogério na final do Brasileiro de 2002. Mas este jogão sempre está envolvido em números mágicos.
Neste sábado, o Santos precisará de apenas um gol para chegar a 500 gols exclusivamente neste clássico. Também está a quatro gols de alcançar a marca de 12.500 gols em toda a sua história, mais uma primazia da equipe que mais marcou gols no futebol do planeta.
Neste milênio, quem dá bola é o Santos
Se forem contados todos os confrontos entre os dois times, incluindo duas décadas de amadorismo, os times se enfrentaram 326 vezes, com 104 vitórias do Santos, 130 do adversário e 92 empates; 499 gols a favor e 579 contra. Mas se analisarmos apenas os duelos deste milênio, a vantagem santista é flagrante.
Desde o ano 2000 Santos e Corinthians já se defrontaram 65 vezes, com 28 vitórias do Glorioso Alvinegro Praiano, 22 do Alvinegro de Itaquera e 15 empates; 95 gols santistas e 86 do rival. Se não for considerada a vitória de 4 a 2 do Brasileiro de 2005, anulada pelo chamado Zveitão, ainda assim a supremacia santista prevalece.
Pelo Campeonato Brasileiro o Clássico Alvinegro já foi realizado 63 vezes, com 21 vitórias do Santos, 23 do adversário e 19 empates; 80 gols marcados e 82 sofridos.
Ainda segundo o banco de dados do nosso Centro de Memória, pelo Campeonato Brasileiro foram disputadas 24 partidas no Pacaembu, com cinco vitórias do Santos, oito empates e 11 vitórias do rival; 27 gols marcados e 41 sofridos. Somados todos os 95 jogos no Pacaembu, o Santos venceu 27 e marcou 132 gols; perdeu 36 e sofreu 149 gols.
A história é cíclica
Guilherme Gomez Guarche
No sábado passado, repetindo o feito alcançado pelo time masculino há 83 anos, a equipe das Sereias da Vila conquistou pela quarta vez o título de Campeã Paulista no futebol feminino, ao empatar em 2 a 2 com o Corinthians Paulista, em pleno Parque São Jorge. Os gols santistas foram marcados por Brena e Ketlen e a equipe dirigida por Emily Lima formou com Michelle, Maurine, Carol Arruda, Camila e Juliete; Brena (Ketlen), Sandrinha e Angelina (Patrícia Sochor); Alanna, Maria (Tayla) e Chú (Dani Silva).
Tal feito se repetiu pela segunda vez no mesmo estádio, pois no distante ano de 1935 a equipe principal do Santos FC também se sagrava campeã paulista pela primeira vez em sua história ao vencer a equipe do nosso arquirrival por 2 a 0.
O primeiro título expressivo na vida do Santos FC é inesquecível por ter sido conquistado no território inimigo e ganho justamente em cima do arquirrival da capital paulista. Foi no dia 17/11/193, jogando no Parque São Jorge, que o fato aconteceu na vitória por 2 a 0, com gols de Raul Cabral Guedes e Araken Patusca, e o time campeão paulista formando com Cir, Neves e Agostinho; Ferreira, Marteleti e Jango; Saci, Mario Pereira, Raul, Araken e Junqueirinha.
O técnico era Virgílio Pinto de Oliveira, o popular Bilu, o Rei do Carrinho como também era conhecido na época em que jogava na defesa do time da Vila Belmiro. Segundo entrevista do “Perigo Loiro” Mário Pereira, caso o time santista fosse prejudicado pela arbitragem da partida, o então presidente Alvinegro, Carlos de Barros, tinha dado uma ordem aos inúmeros estivadores do Porto de Santos, que viajaram levando um galão contendo gasolina em um dos vários vagões do trem da São Paulo Railway alugados especialmente para conduzir a torcida do Peixe na partida final, que colocassem fogo nas arquibancadas de madeira do estádio. Graças a Deus não foi preciso incendiar o campo do arquirrival, pois o time santista venceu e conquistou o tão almejado título. O segundo quadro santista também se sagrou campeã ;o paulista.
O ídolo maior do onze praiano era Araken Patusca, filho do primeiro presidente santista Sizino Patusca e irmão do artilheiro Ary Patusca. Araken jogou pelo time que aprendeu a amar desde pequenino exatas 193 partidas, marcando 177 gols e é o oitavo artilheiro do Peixe no ranking geral dos artilheiros praianos. Araken foi também o artilheiro santista em partidas do campeonato paulista em 1927.
O Santos FC é a equipe que mais títulos paulistas possui desde o início do futebol profissional no Brasil em 1933, são 22 títulos conquistados, já a segunda equipe possui 18 títulos. Essa memorável façanha santista nesse distante ano foi no certame elaborado pela Liga Paulista de Futebol.
Última goleada do clássico
Santos 5 x 1 Corinthians
29 de janeiro de 2014, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Paulista
Público e Renda: 8.050 pagantes, R$ 238.820,00
Santos: Aranha, Cicinho, Gustavo Henrique, Neto e Mena (Bruno Peres); Alan Santos (Leandrinho), Arouca e Cícero; Geuvânio, Thiago Ribeiro e Gabriel (Stéfano Yuri). Técnico: Oswaldo de Oliveira.
Corinthians: Walter, Diego Macedo, Gil, Paulo André e Uendel; Ralf, Guilherme, Romarinho, Rodriguinho (Douglas) e Danilo (Emerson Sheik); Guerrero (Pato). Técnico: Mano Menezes.
Gols: Arouca aos 12min, Gabriel aos 22min e Guilherme aos 29min do primeiro tempo; Thiago Ribeiro aos 2min e aos 33min e Bruno Peres aos 18min do segundo tempo.
Árbitro: Paulo Cesar de Oliveira.
Cartões Amarelos: Leandrinho (Santos), Emerson Sheik e Guerrero (Corinthians).