Maior goleada na Libertadores

Por Gabriel Pierin, do Centro de Memória
O jogo seguia empatado até os 34 minutos do primeiro tempo, quando o técnico Lula chamou Pelé para substituir Pagão. Um minuto depois, o Santos passava à frente no marcador e terminaria a partida empreendendo a maior goleada de um clube brasileiro em jogos pela Copa Libertadores: 9 a 1 sobre o Cerro Porteño.
A partida aconteceu no dia 28 de fevereiro de 1962, uma quarta-feira à noite, na Vila Belmiro. O adversário era o atual campeão do Paraguai e havia empatado com o Santos, em Assunção, por 1 a 1, três dias antes, pelo primeiro turno do grupo. Como só o primeiro colocado de cada grupo se classificaria, ao Cerro Porteño só interessava a vitória. Coube ao argentino Luís Pradauddi a arbitragem do duelo sul-americano.
O Santos começou bem o jogo, pressionando o time paraguaio que, sem conseguir manter a posse de bola, errava nos passes e na marcação. Aos 7 minutos, Monin fez falta em Pagão. O goleiro Perez dispensou a barreira e o batedor Pepe não se fez de rogado e abriu a contagem.
Aos 20 minutos, Jara concluiu a jogada de ataque e empatou para o Cerro. Aos 34, Lula atendeu aos apelos da torcida e chamou Pelé. O atacante estava machucado, mas o empate preocupava o técnico. Pelé devolveu ânimo à equipe e já no minuto seguinte Coutinho finalizou de cabeça uma jogada espetacular de Dorval e deu novos números à partida: 2 a 1.
Apesar da limitação física, Pelé mudou o jogo. No segundo tempo, foi uma chuva de gols. Coutinho marcou aos 9 e 44 minutos; Pelé, aos 15 e 25, Pepe, aos 27 e 41, e Zito  aos 35. Com essa goleada, o Santos avançava para as semifinais, construindo a campanha vitoriosa da Libertadores de 1962, a primeira de sua história.
Nessa noite o Alvinegro formou com Laércio (Silas), Lima, Olavo, Calvet e Getúlio; Zito e Mengálvio; Dorval, Pagão (Pelé), Coutinho e Pepe. O Cerro Porteño jogou com Perez, Cantero, Monin e Breglia;  Monges e Martinez; Pavón, Insfrán, Jara, Rojas e Cabrera.
Goleadas e Goleadores
O placar de 9 a 1 sobre o Cerro Porteño foi a maior goleada de um time brasileiro em jogos pela Libertadores. Somente o Santos voltaria a vencer com a mesma diferença de oito gols, cinquenta anos depois, ao aplicar 8 a 0 sobre o Bolivar em 10 de maio de 2012. Em 2008, a vítima foi o San José, também da Bolívia, por 7 a 0, ambos na Vila Belmiro.
Coutinho terminou a Libertadores de 1962 como artilheiro da competição, ao lado de Alberto Spencer, do Peñarol, e Enrique Raymondi, do Emelec, todos com seis gols. Nas edições do torneio, Pelé é o maior goleador, entre os santistas, com 16 gols, seguido de Neymar e Robinho com 14 cada.

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