Léo, o Guerreiro da Vila Belmiro!

Por Guilherme Guarche, Centro de Memória 

Leonardo Lourenço Bastos, o Guerreiro da Vila, nascido em Campos dos Goitacazes, cidade localizada na Região Norte Fluminense do Estado do Rio de Janeiro, no dia 6 de julho de 1975, um domingo. Léo é o jogador mais vitorioso depois da chamada era Pelé.  

Seu tio-avô, Augusto Vieira de Oliveira, o saudoso Tite, que brilhou no time santista nos anos 50 e 60 e faleceu em Santos no dia 26 de agosto de 2004. Tite defendeu as cores branca e preta em 475 partidas, 19 a mais que seu sobrinho-neto, que vestiu a camisa santista em 456 partidas.  

O detalhe é que ambos só se conheceram quando Léo chegou à Vila Belmiro em 2000. Léo é o nono jogador que mais vezes vestiu a camisa do Alvinegro Praiano e marcou 24 gols. 

O começo no Glorioso do Parque 

Léo iniciou jogando no juvenil da equipe de sua cidade natal, o Americano Futebol Clube. Em 1995 foi promovido ao time profissional ficando no popular “Glorioso do Parque”, por mais dois anos, até ser transferido com dois outros jogadores para o União São João de Araras, no interior Paulista. 

Luiz Felipe Scolari, o técnico Felipão não demostrou interesse em tê-lo atuando na equipe do Palmeiras e ele saiu do Alviverde sem ter feito uma partida sequer no ano de 1999. No ano seguinte começou sua caminhada vitoriosa no Santos vestindo a camisa três do Peixe, clube no qual é considerado por muitos torcedores como o melhor lateral-esquerdo que o time já teve. 

Sua primeira participação no Peixe aconteceu quando ele tinha 25 anos, e foi escalado pelo técnico Antônio Gilberto Maniaes, o Giba (falecido no dia 24 de junho de 2014, em São Paulo), e foi justamente em uma partida diante da equipe que o rejeitara, o Palmeiras no dia 27 de agosto, pelo Campeonato Brasileiro. 

Nessa jornada em que fez sua estreia, o Alvinegro foi derrotado por 3 a 2, com Edmundo marcando os dois gols do Peixe que foi a campo com a seguinte formação: Carlos Germano; Michel (Júlio César), Preto, Sangaletti (Valdo) e o estreante Léo; Claudiomiro, Renato, Robert (Aílton), Caio Ribeiro; Edmundo e Dodô. 

Léo teve um excelente desempenho na lateral santista e dai em diante passou a ter o respeito e a admiração dos torcedores santistas principalmente quando após a partida declarou que: “Se depender de mim, vou deixar meu sangue para fazer o Santos campeão”. 

Apesar de ter apenas 1,65m, o lateral compensava a baixa estatura com muita garra e mobilidade. Quando conduzia a bola, ultrapassando o meio de campo e adentrando na defesa adversária, tornava-se um gigante na visão dos adversários. 

Segunda geração dos Meninos da Vila 

A grande conquista aconteceu em 2002, quando o Santos, após 18 anos sem um título importante, venceu o tão sonhado Campeonato Brasileiro. Com o técnico Emerson Leão no comando, o time ficou famoso como a segunda geração dos Meninos da Vila, pois era formado por muitos jovens vindos das categorias de base, como os astros Robinho e Diego. 

O palco dessa vitória foi o Morumbi, em um domingo de verão, 15 de dezembro de 2002, dia em que o time de Vila Belmiro venceu o arquirrival Corinthians e conquistou o Campeão Brasileiro. Robinho, Elano e Léo marcaram os gols da vitória por 3 a 2 que garantiu ao Santos o bonito troféu, que hoje está exposto no Memorial das Conquistas. 

Coube ao lateral-esquerdo marcar o gol que fechou o placar, aos 47 minutos do segundo tempo, no último lance do jogo. Robinho recebeu um passe do próprio Léo, enganou Kléber e Vampeta, a bola espirrou para Léo, que acompanhava a jogada, este cortou para o meio, passando a bola da perna esquerda para a direita, e na altura da meia-lua soltou um pombo sem asa que fez explodir o estádio e dar início à festa santista. 

Na conquista do oitavo título de competições nacionais do Santos, em 2004, Léo foi o jogador que mais atuou na campanha, com 43 jogos. Nesse ano, repetindo o feito de 2001 e 2003, foi eleito o melhor lateral-esquerdo do Campeonato Brasileiro. 

Em 2005 uma proposta tentadora o tirou do Santos levando-o para o Benfica, onde se tornou um dos grandes ídolos da equipe dos Encarnados lá em Portugal conquistou os seguintes títulos pela time da Águia Vitória: Torneio de Dubai de 2007, Torneio de Guadiana de 2007 Torneio Cidade de Guimarães de 2008 (Benfica). 

Mais títulos pelo Santos  

Em retornava ao Santos para conquistar mais seis títulos importantes: Três Campeonatos Paulistas em 2010. 2011 e 2012, uma Copa do Brasil em 2010, uma Recopa Sul-Americana em 2012 e o mais importante de todos, a Copa Libertadores da América, obtida com a vitória de 2 a 1, sobre o Peñarol, no Pacaembu, na inesquecível noite de 22 de junho de 2011. 

 Léo foi para o Benfica, em 2005, mas retornou para o Peixe em 2009. Em sua volta à Vila Belmiro conquistou mais seis títulos significativos: três Campeonatos Paulistas, em 2010, 2011 e 2012; uma Copa do Brasil em 2010; uma Recopa Sul-Americana em 2012 e o mais importante de todos, a Copa Libertadores da América de 2011, obtida com a vitória de 2 a 1 sobre o Peñarol, no Pacaembu, na noite de 22 de junho de 2011. 

Desses anos de sua volta o mais marcante foi 2010, pois formou em uma equipe que jogava um futebol alegre, envolvente e bem ofensivo, comandada por Neymar, Paulo Henrique Ganso e Robinho. 

Em 24 de abril de 2014 não chegou a um acordo com os diretores do Santos para a renovação de seu vínculo e anunciou sua despedida dos gramados. “Meu agradecimento especial à grande nação santista. Afinal, foi por ela que disputei cada bola, vibrei com cada vitória e cada uma das grandes conquistas”. 

No Centenário da Vila, um tempo em cada equipe 

Quando o estádio Urbano Caldeira completou seu primeiro século de existência o Santos promoveu uma partida festiva, convidando a equipe do Benfica, e aproveitou para prestar uma homenagem ao Guerreiro da Vila, que se despediu dos gramados atuando meio tempo para cada uma das grandes equipes que defendeu na carreira. O Messias Giovanni também foi homenageado pela diretoria. 

Realizado em um sábado, 8 de outubro de 2016, o jogo terminou empatado em 1 a 1, com o gol santista marcado ao final da partida pelo zagueiro Noguera (com ele o Peixe manteve o tabu de jamais ter perdido para o tradicional time português). 

Além de suas atuações marcantes pelo Santos, Léo também foi convocado para a Seleção Brasileira, que defendeu em oito partidas, tornando-se campeão da Copa das Confederações de 2005.. 

Outras conquistas do Guerreiro da Vila em sua brilhante carreira:  

2001 – Bola de Prata (Revista Placar) – 2003 – Bola de Prata (Revista Placar) – 2004 – Bola de Prata (Revista Placar) – 2006 – Melhor lateral-esquerdo da Liga de Portugal – 2007 – Melhor lateral-esquerdo da Liga de Portugal – 2008 – Melhor lateral-esquerdo da Liga de Portugal 

Léo, o melhor camisa três do Peixe fixou residência em Santos e jamais deixa de acompanhar os acontecimentos que envolvem o nome do clube santista o qual aprendeu a amar e tê-lo em seu coração. 

Pular para o conteúdo