Sérgio Bernardino nasceu no bairro paulistano da Casa Verde, no dia 23 de dezembro de 1953. Desde a sua infância, ele nunca escondeu que o seu time do coração era o Santos FC, mas devido a distância entre a Baixada Santista e a Capital, ele optou por iniciar sua carreira nas equipes de base do São Paulo, no ano 1970, e em 1972 foi emprestado para o Marília.Voltando para o time paulistano em 1973, estreando na equipe profissional atuando na ponta esquerda. Ele só passou a atuar como centroavante graças ao então técnico José Poy.
Sua vinda para o Santos FC aconteceu no ano de 1983, no amistoso na Vila Belmiro, diante do América-SP, com o time santista formando com: Ademir Maria; Toninho Oliveira, Joãozinho, Márcio Rossini e Gilberto Sorriso; Dema, Paulo Isidoro e Pita; Camargo, Serginho Chulapa e João Paulo (Toninho Vieira), o técnico era Chico Formiga. O Peixe venceu esta partida pelo placar de 2 a 0 com gols de João Paulo e Pita. Na ocasião o clube praiano tinha como presidente Ernesto Vieira da Silva, mas o grande responsável pela vinda de Chulapa foi o dr. Milton Teixeira que também trouxe outros grandes jogadores para o clube.
Ainda nesse seu primeiro ano no Peixe foi o artilheiro do Campeonato Paulista com 22 gols e também foi o artilheiro do Campeonato Brasileiro com o mesmo número de tentos. Sua primeira conquista no Alvinegro foi o torneio Vencedores da América no Uruguai e conquistou também o torneio da cidade de Pamplona na Espanha, ambos em 1983. Ajudou o Santos FC a disputar a final do Campeonato Brasileiro ficando o clube com a segunda colocação.
No ano seguinte, com ele em campo, o Santos FC foi o vencedor do Torneio Início da FPF no começo da temporada e trouxe para a Vila Belmiro a Taça dos Invictos da Gazeta Esportiva, na nova série com o Peixe ficando invicto em 15 partidas. Contudo, o que nenhum torcedor santista esquece até hoje é o gol que ele marcou na final do Campeonato Paulista de 1984 contra o arquirrival do Peixe no Morumbi pelo placar de 1 a 0 fazendo com que o Santos conquistasse o seu 15º título paulista com ele ficando isolado na artilharia do certame com 16 gols marcados.
Sobre essa memorável conquista ele assim se expressou:
“Realmente foi uma grande final. Haviam mais de 100 mil pessoas no Morumbi. A importância do jogo e a torcida do Santos FC dividindo o estádio com a do Corinthians fez tudo parecer um filme. Fizemos o gol em uma jogada muito boa do Humberto com o Zé Sérgio, e eu estava bem colocado e consegui empurrar para o gol”, disse o ex-camisa 9, que nem esperou a bola morrer na rede para sair comemorando. Com um grande sorriso, Chulapa ainda lembrou do dia conquista e ressaltou a confiança do elenco para aquele desafio. “Eu tenho muita alegria de lembrar desse feito. Nosso time foi um dos melhores que o Santos FC teve. Isso ficou para a história. Além disso, não iríamos perder aquele jogo nunca. O empate era nosso, mas o gol ajudou bastante”.
Em sua 4ª e última passagem pelo Santos FC como jogador no ano de 1990, Chulapa jogou sua última partida vestindo a camisa do Peixe no dia 02 de dezembro no empate diante do São Paulo em 1 a 1 pelo Campeonato Brasileiro no Morumbi. Ao todo jogou no período intercalado de 1983/84 – 1986 – 1988/89 e 1990, 202 partidas e marcou 104 gols, é o 21º maior artilheiro da história do Santos FC e é o 3º maior artilheiro após a Era-Pelé.
Em 1994, a convite do então treinador santista, o eterno Pepe, Serginho virou auxiliar técnico do Santos. Com a demissão do Canhão da Vila, o próprio sugeriu a diretoria que colocasse seu auxiliar no comando técnico, no caso, Serginho Chulapa. Prontamente assumiu a equipe, e permaneceu praticamente a temporada toda de 1994 como treinador. No total foram 70 partidas como técnico efetivo e interino tendo vencido 33 empatado 20 e perdido 17 partidas. Carismático e sempre bem-humorado, Serginho continua fazendo parte da comissão técnica do time da Vila, prestando serviços ao seu clube de coração.
Guilherme Guarche
Coordenador do Centro de Memória e Estatística do
Santos Futebol Clube