Há 84 anos nascia Pelé

Centro de Memória

Nascido na cidade mineira de Três Corações em 23 de outubro de 1940, há exatos 84 anos, Edson Arantes do Nascimento, filho primogênito de Celeste e de João Ramos do Nascimento, o Dondinho, descobriu o futebol logo cedo. Aos seis anos já o chamavam de gênio, aos 13 era o destaque do Baquinho, de Bauru, e aos 15 foi trazido pelo ex-jogador Waldemar de Brito para o Santos, então campeão paulista de 1955.

Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, foi cinco vezes campeão do mundo – duas pelo Santos e três pela Seleção Brasileira –, seis vezes campeão brasileiro, dez vezes campeão paulista, duas vezes da Copa Libertadores, quatro vezes do Torneio Rio-São Paulo, vencedor da Recopa Sul-americana e Mundial, ganhador de inúmeros torneios internacionais de destaque, marcou 1282 gols – 1091 jogando pelo Santos – foi artilheiro de mais de duas dezenas de competições e, por aclamação, ao seu apelido-marca “Pelé” foi incorporado o título de “Rei do Futebol”. Foram 21 anos de uma carreira vencedora, sendo dezoito dedicados ao Santos.

Pelé estabeleceu inúmeros recordes. Aos 17 anos foi o mais jovem artilheiro do Campeonato Paulista, e com a mesma idade, convocado pelo técnico Vicente Feola, participou da Copa de 1958, na Suécia, entrando nos quatro jogos finais e marcando seis gols, um deles – o que dá o chapéu no zagueiro sueco e bate antes de a bola cair – considerado um dos mais bonitos de todas as Copas. 

Estabeleceu o recorde – ainda não superado – de 58 gols no Campeonato Paulista de 1958. A partir daí não passou uma temporada em que não conquistasse títulos e artilharias. Onze vezes artilheiro do Campeonato Paulista, uma façanha repetida por nove anos consecutivos, de 1957 a 1965.

O Santos de Pelé, na década de 1960, foi escolhido o melhor time de todos os tempos em uma pesquisa mundial da revista argentina El Gráfico que consultou especialistas da América do Sul e da Europa. O ataque santista da época – formado por Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe –, virou uma poesia dos áureos tempos do futebol arte e de conquistas do Alvinegro Praiano.

A partir da Era Pelé, o Santos passou a dar espetáculos em todos os continentes, dos famosos estádios da Europa aos campos da África. No Velho Continente, o Barcelona superado pelos santistas no Camp Nou por 5 a 1, o Benfica, campeão europeu, goleado na final do Torneio de Paris de 1961 por 6 a 3 e a Internazionale batida por 7 a 1 na final do Torneio de Valência, são exemplos das realizações do Peixe. No início de 1969 a Guerra de Biafra foi interrompida na Nigéria, assim como o Santos precisou jogar nos dois Congos para que o povo dividido pudesse ver o time do Rei do Futebol jogar.

Pela Seleção, jogando nas Copas do Mundo, Pelé deixou sua indelével marca. Depois de se revelar na Suécia, se machucou no Chile e na Inglaterra e em 1970 embarcou desacreditado para o México. Perto dos 30 anos, fez uma Copa exemplar, com quatro gols, seis assistências, jogadas deslumbrantes, e acabou escolhido pela Fifa como o melhor jogador daquela competição que deu ao Brasil a posse definitiva da Taça Jules Rimet.

Pelé executava todos os fundamentos do futebol com maestria. Chutava forte ou colocado com os dois pés, cabeceava ou matava no peito de forma perfeita, criava dribles e jogadas – às vezes tabelando com o próprio adversário. Sua força e condicionamento físico, o destacavam como um atleta perfeito. No futebol, Pelé levava vantagem no arranque, velocidade e força, deixando zagueiros para trás, para desespero dos goleiros e das torcidas adversárias.

Pelé conquistou inúmeros prêmios, mas dois deles os prêmios individuais mais destacados no esporte: o de “Atleta do Século”, concedido pela revista francesa L’Équipe em 1981 e o de “Melhor Jogador do Século da FIFA”, entregue em 2001.

Há quase dois anos, o Reino do Futebol segue órfão do seu primeiro e único Rei. Porém, para os torcedores e apaixonados pelo futebol, Pelé se manterá sempre vivo no coração e na alma. Por isso essa data merece ser sempre lembrada. 

O Memorial das Conquistas se orgulha de possuir uma vitrine com peças exclusivas do Rei, além de fotos e todo o acervo de troféus conquistados pelo Santos durante sua trajetória no clube.

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