Por Odir Cunha, do Centro de Memória
Antes do clássico deste sábado o Santos já soma 12.591 gols e é o primeiro time do planeta nesse quesito. E justamente em um dia 26 de outubro como hoje é que o meia Ailton Lira marcou, em Manaus, o gol de número 8000 da generosa trajetória santista.
O jogo, em uma quarta-feira à noite, atraiu 17.110 pagantes ao estádio Vivaldo Lima para ver o Santos contra o Fast Club local. Aquela edição do Brasileiro, denominada “Copa Brasil” pela Confederação Brasileira de Desportos, teve a participação de 62 times.
Para aquela partida o técnico Oto Glória escalou Ernâni, Zé Maria, Marçal, Alfredo Mostarda e Fernando; Carlos Roberto, Aílton Lira (depois Bianchi) e Rubens Feijão; Nilton Batata, Reinaldo (Juary) e João Paulo.
Como se vê, o time já tinha a espinha dorsal daquele que seria campeão paulista no ano seguinte. Logo mais chegariam os laterais Gilberto Sorriso e Nelsinho Baptista, ambos contratados do São Paulo.
O Fast jogou com Carlos Alberto, Bacuri, Neto, Raulino e Carioca (Jorginho); Zé Eduardo, Paulinho e Dentinho; Genival, Careca e Reis. Seu técnico era Antonio Piola. A arbitragem foi de Sebastião Rufino.
O gol 8000 saiu aos 41 minutos do primeiro tempo, por Ailton Lira. O Fast empatou aos 10 minutos da segunda etapa, mas Juary aos 35 e João Paulo aos 38 deram a vitória ao Alvinegro Praiano por 3 a 1.
O Santos seguiu até a terceira fase daquela “Copa Brasil”, terminando em quarto lugar no forte Grupo S, vencido pelo surpreendente Londrina. Além do Santos, também Vasco, Corinthians e Flamengo jogaram no mesmo grupo e foram igualmente eliminados, já que só o primeiro colocado, no caso o Londrina, passou para as semifinais.
Quanto ao Fast, chegou a ser desclassificado logo na primeira fase, mas conseguiu voltar para o campeonato após se classificar na repescagem. Terminou eliminado na terceira fase, como o Santos. Coisas daqueles “brasileiros” que tinham um regulamento diferente a cada ano.
O craque do meio campo Ailton Lira da Silva, nascido em Araras, São Paulo, em 19 de fevereiro de 1951, tinha 26 anos quando marcou o gol contra o Fast. De rara sensibilidade no pé esquerdo, Lira foi um excelente lançador e cobrador de faltas e pênaltis. Entre 1976 e 1979 fez 149 partidas pelo Alvinegro Praiano e marcou 39 gols, um deles o histórico 8000.