Geraldino, o valioso mineiro no Santos

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Por Guilherme Guarche, do Centro de Memória 

No dia 27 de abril de 1963, o jornal Estado de Minas noticiava em suas páginas com destaque “A maior transação do futebol mineiro”. Essa notícia de que Geraldo Antônio Martins, ou simplesmente Geraldino, estava sendo negociado com o Santos que pagou 30 milhões de cruzeiros para ter em seu elenco o melhor lateral esquerdo do futebol de Minas.

Nascido na mineira Raposos, no dia 11 de janeiro de 1940, uma quinta-feira, Geraldino começou sua carreira jogando em pequenos clubes de sua cidade onde trabalhava como alfaiate.

Aos 17 anos iniciou sua carreira na equipe do Vila Nova, clube pelo qual jogou 91 partidas e marcou cinco gols. Em 1961 atuou na equipe do Siderúrgica, time patrocinado pela Siderúrgica Belgo-Mineira (que seria campeã estadual em 1964) e depois passou a jogar pelo Cruzeiro.

No Cruzeiro ele jogava como zagueiro ou volante. Somente no ano de 1963 passou a ser o titular absoluto da lateral-esquerda do time da Raposa. No campeonato estadual ele foi campeão com o time azul-celeste.

Em janeiro de 1963 foi campeão brasileiro pela Seleção de Minas Gerais. Em março do mesmo ano defendeu a Seleção Brasileira no Sul-americano da Bolívia.

No Santos chegou em 1963 e fez sua estreia em uma das inúmeras excursões do Alvinegro à Europa, diante da equipe do FK Partizan, em Strasburg, na França. O jogo amistoso ocorreu no dia 25 de maio e terminou com o empate em 1 a 1.

O Santos dirigido por Luiz Alonso Perez, o Lula, formou com Gylmar (Laércio), Dalmo, Mauro e Geraldino (Lima); Zito e Haroldo; Dorval (Batista), Mengálvio, Coutinho, Pagão (Nenê) e na ponta-esquerda, Pepe.

Geraldino, chamado no elenco pelo apelido de Padre, muito acrescentou à defesa santista. Ele deu segurança a retaguarda do Peixe atuando ao lado dos craques como Gylmar, Carlos Alberto, Mauro, Orlando Peçanha e também Calvet e Geraldino.

Com a camisa do Alvinegro, Geraldino jogou entre os anos de 1963 e 1968, 212 partidas e marcou 2 gols.

A última vez em que entrou em campo jogando pelo Santos foi no dia 12 de julho de 1968, na derrota diante do New York Generals por 5 a 3, no Yankee Stadium, em Nova York, Estados Unidos.

Jogando pelo Alvinegro mais famoso do mundo ele conquistou os seguintes títulos: Mundial Interclubes e a Copa Libertadores de 1963, os Campeonatos Brasileiros de 1963, 1964 e 1965, os Campeonatos Paulistas de 1964, 1965, 1967 e 1968 e os Torneios Rio-São Paulo de 1964 e 1966.

Quando deixou a Vila foi jogar na Portuguesa de Desportos onde encerrou sua carreira e após se aposentar, seguiu em sua mediunidade e aprendeu a jogar cartas e ler mãos.

Ele faleceu em Santos no dia 30 de março de 2018, aos 78 anos.

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