Odir Cunha, do Centro de Memória
O Santos já comemorou três títulos brasileiros após vitórias sobre o Vasco: em 1965, 1968 e 2004. Contra o mesmo time carioca o Alvinegro Praiano também conquistou o seu primeiro Torneio Rio-São Paulo, em 1959. Ainda se pode lembrar as vitórias santistas na inauguração de São Januário, em 1927, e no jogo do milésimo gol de Pelé, em 1969, todos vencidos pelo Santos. Mas agora vamos falar de Copa do Brasil, pela qual os times se enfrentam nesta quarta-feira, às 19h15, na Vila Belmiro.
Até agora eles só duelaram pela Copa do Brasil em 2016, nas oitavas de final, e o Santos saiu invicto, com uma vitória por 3 a 1 na Vila Belmiro, em 24 de agosto, e um empate de 2 a 2 em São Januário, em 21 de setembro. O jogo na Vila foi um verdadeiro show santista, em que o placar poderia ter sido bem mais folgado.
O time pressionava, mas o gol não saía, até que aos 30 minutos Lucas Lima recebeu um escanteio cobrado curto por Gabriel e cruzou na cabeça de Renato, que, livre na pequena área, só teve o trabalho de cumprimentar para o gol de Martin Silva.
Seis minutos depois, Ricardo Oliveira pediu para cobrar falta pela meia esquerda do ataque e, com uma precisão admirável, jogou a bola no ângulo esquerdo do goleiro. O Santos continuou melhor, mas não marcou mais até o fim da primeira etapa.
No segundo tempo, após uma jogada em que a bola passou de pé para pé, envolvendo completamente os vascaínos, Lucas Lima bateu de fora de área, rasteiro, e a bola entrou no canto esquerdo do Vasco. Desenhou-se uma goleada, mas os gols santistas pararam por aí.
Uma vitória por 3 a 0 daria ao Santos a possibilidade de se classificar no Rio mesmo perdendo por dois gols de diferença. Porém, aos 50 minutos, Eder Luis aproveitou um rebote de Vanderlei e marcou o único gol vascaíno, dando alguma esperança à sua torcida.
Em São Januário, o Santos começou na frente, com Copete, mas o Vasco virou para 2 a 1. O jogo se tornou nervoso. Porém, aos 37 minutos, Rodrigo marcou contra ao tentar cortar um cruzamento e a partida terminou empatada em 2 a 2, classificando o Santos para as quartas.
Estatísticas favoráveis
Guilherme Guarche, do Centro de Memória
Como se viu no texto acima, Santos e Vasco já se enfrentaram pela Copa do Brasil em 2016, e o Santos obteve uma vitória e um empate, com cinco gols marcados e três sofridos.
Na Vila Belmiro, onde jogam nessa quarta-feira, a vantagem santista também é flagrante: em 44 partidas, foram 19 vitórias do Alvinegro Praiano, 13 empates e 12 derrotas, com 86 gols marcados e 63 sofridos.
Apenas no século XXI os times se enfrentaram 33 vezes, com 14 vitórias santistas, nove empates e dez derrotas, 51 gols a favor e 41 contra.
Em confrontos eliminatórios, os populares “mata-mata”, os dois times se enfrentaram quatro vezes, com três vitórias do Santos e uma do Vasco.
No geral, as equipes fizeram 121 partidas, com 41 vitórias do Santos, 37 empates e 43 triunfos do Vasco; 193 gols santistas e 186 vascaínos.
Artilheiros santistas do confronto
1 – Pelé, 9 gols.
2 – Coutinho, 8 gols.
3 – Dorval e Toninho Guerreiro, 6 gols.
Primeira partida, vitória para presidente ver
Para inaugurar o estádio de São Januário, então o maior das Américas, o Vasco convidou o Santos Futebol Clube, a sensação do Campeonato Paulista de 1927, no qual alcançaria a marca inédita de 100 gols ao final da competição. Marcado para o Dia de Tiradentes, 21 de abril de 1927, uma quinta-feira, o espetáculo contou com a presença do presidente da república, Washington Luís, e de personalidades, como o aviador português Sarmento de Beires, realizador da travessia Lisboa-Rio.
O primeiro gol do estádio foi marcado por Evangelista, notável ponta-esquerda do Santos. O Alvinegro Praiano venceu por 5 a 3, com três gols de Evangelista, um de Araken e um de Omar. Para o Vasco marcaram Negrito, Galego e Pascoal. O árbitro foi Carlito Rocha.
O Santos, treinado por Urbano Caldeira, jogou com Tuffy, Bilu e David; Hugo, Julio e Alfredo; Omar, Camarão, Feitiço, Araken e Evangelista. O Vasco, orientado por Harry Welfare, formou com Nelson, Espanhol e Itália; Nesi, Claudionor e Badu; Pascoal, Torterolli, Galego, Russinho e Negrito.
Com a vitória, o Santos trouxe para a Vila Belmiro o precioso troféu “A Vitória”, atualmente exposto no Memorial das Conquistas, à esquerda da entrada principal.