Edu, o Pelé da ponta-esquerda

Odir Cunha e Guilherme Guarche, do Centro de Memória
Não fosse a natural melancolia provocada pela ausência de Pelé; não fossem a ginga e a tonalidade de pele daquele menino de 16 anos que lembravam o Rei, não fossem os antecedentes do Santos, acostumado a descobrir talentos precoces, e talvez a exibição de Edu naquela goleada de 4 a 0 sobre o Bangu, no Torneio Rio-São Paulo de 1966, passasse despercebida e ele não se tornasse o jogador mais jovem a ser convocado para uma Copa do Mundo.
Há momentos, entretanto, em que a história vem em auxílio do time que a tem. O garoto Jonas Eduardo Américo, que estreou no Santos em um 3 de março de 1966, em vitória de 2 a 1 sobre a Portuguesa, personificava não só para o santista, mas para o torcedor brasileiro, prenúncio de nova era de futebol-arte que viria manter o Brasil como o encantado país do futebol.
Nessa estreia, no Pacaembu, Edu tinha apenas 16 anos, 6 meses e 25 dias. Ele entrou no lugar de Del Vecchio, numa equipe que o técnico Lula escalou com Cláudio, Carlos Alberto, Oberdan e Zé Carlos; Joel Camargo e Haroldo; Toninho, Salomão (Rossi), Del Vecchio (Edu), Lima e Abel. Os gols santistas foram de Edilson , contra, e Salomão.
Por 10 anos, de 1966 a 1976, Edu desfilou sua habilidade no drible e potência no chute no ataque do Santos. Em 584 partidas com a camisa sagrada marcou 184 gols, tornando-se o sexto atleta que mais vezes jogou pelo Peixe e o sétimo artilheiro na história do clube. Pela Seleção Brasileira, que defendeu nas Copas das 1966, 1970 e 1974, jogou 54 partidas e marcou 12 gols, titular em toda a Eliminatória para a Copa do México, em que formou no elenco campeão.
No Santos, foi campeão Paulista em 1967/1968/1969/1973; do Torneio Rio-São Paulo em 1966; Brasileiro, em 1968; da Recopa Sul-americana e da Recopa Mundial em 1968. Depois do Santos, Edu passou por oito clubes, mas destes ninguém se lembra. Só se sabe que ele foi o Pelé da ponta-esquerda do Alvinegro Praiano.

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