Guilherme Guarche e Odir Cunha, do Centro de Memória
Era 7 de março de 2009, um sábado, 23.597 espectadores, quase todos santistas, foram ao Pacaembu ver Santos e Oeste – na época sediado em Itápolis – pelo Campeonato Paulista. O jogo estava encalacrado, sem gols, quando, aos 14 minutos do segundo tempo, o técnico Vágner Mancini tirou o colombiano Molina para fazer entrar um garoto de 17 anos chamado Neymar.
Na primeira jogada, o menino deu uma sutil ginga de corpo, saiu pela direita do marcador e cruzou com o lado de dentro do pé, tirando do goleiro e quase marcando um gol sem ângulo. A bola bateu no travessão e voltou para a pequena área, a defesa do Oeste estremeceu e a partir dali o Santos foi outro. Isso faz a gente ter a certeza de que o craque já chega chegando, não fica penteando a bola.
O exemplo do garoto energizou o time. O Santos perdeu as amarras e foi pra cima. Roni marcou aos 20 minutos, Madson aos 44, e nem mesmo o gol de Dezinho, aos 47, estragou a festa santista. Vitória incontestável do time formado por Fábio Costa, Fabiano Eller, Domingos e Adaílton (depois Germano); Luizinho (Pará), Roberto Brum, Rodrigo Souto, Madson, Triguinho e Molina (Neymar); Roni.
Neymar tinha 17 anos e 30 dias e usava a camisa 18 quando estreou naquele sábado como jogador profissional de futebol. Um ano depois teria a oportunidade de jogar ao lado de seu ídolo, Robinho. Permaneceria quatro anos no Santos, pelo qual faria 230 partidas e marcaria 138 gols.
Seu último jogo pelo Peixe foi em 26 de maio de 2013, no empate de zero a zero com o Flamengo, no estádio Mané Garrincha, Distrito Federal, pelo Campeonato Brasileiro. Depois, como quase todos os garotos bons de bola surgidos no Brasil, foi embora para a Europa.