Dalmo Gaspar, o autor do pênalti do bimundial

Por Guilherme Guarche, Centro de Memória 

A paulista Jundiaí, localizada a 57 km da capital do Estado, na divisa da Serra do Japi foi o berço natal de Dalmo Gaspar, que lá veio ao mundo numa quarta-feira, dia 19 de outubro de 1932, mês em que chegava ao fim a Revolução Constituinte. 

O filho de Adelmo Gaspar e dona Maria Trassi Gaspar marcaria de pênalti trinta anos depois um gol que daria ao Santos, o seu segundo título de Campeão Mundial. 

A imprensa esportiva descreveu assim o épico gol do Santos: 

“O zagueiro Maldini ergueu a perna direita para tirar a bola de sua área. Almir, que substituía Pelé, colocou a cabeça entre a bola e o pé do italiano. “Sabia que podia ficar cego, morrer, mas naquela hora eu precisava fazer isso”, disse o centroavante mais tarde.  

Enquanto Almir rolava pelo gramado, as quase 200 mil pessoas que tomavam o Maracanã uivaram de alegria quando o árbitro Juan Brozzi marcou o pênalti mais importante de um clube brasileiro. Pepe era o cobrador oficial do Santos, mas o batalhador lateral-esquerdo Dalmo, confiante, pegou a bola das mãos do ponta-esquerda e foi para a marca de cal”.

 “Nessas horas, quem está com mais confiança deve bater”, explicou Pepe anos mais tarde. Dalmo pegou a bola e, aos 34 minutos do primeiro tempo, partiu para bater o pênalti que tornaria o Santos o primeiro bicampeão mundial da história.

Inventor da paradinha, depois imortalizada por Pelé, dessa vez Dalmo tomou pouca distância e, como se já tivesse decidido onde bater, e colocou a bola rasteira, rente à trave direita do gol de Ghezzi. 

O começo no Galo da Japi   

Dalmo iniciou sua trajetória no mundo da bola jogando em uma equipe amadora de sua terra natal, de nome São Paulo, se tornou profissional atuando na equipe do Paulista, depois no Guarani até ser contratado pelo Santos, no início de 1957, onde ficou até o ano de 1957. 

Tinha uma altura boa (1,74m) para jogar como lateral, mas começou como quarto-zagueiro, entretanto com a chegada de Formiga ao Alvinegro ele passou para a lateral-esquerda mesmo sendo destro. 

Dalmo estreou no Peixe no dia 26 de outubro de 1957, na vitória diante do Palmeiras por 4 a 3, no Pacaembu em partida válida pelo campeonato paulista com Pagão marcando 2 gols, Pelé um e Edgard marcando contra, a favor do Santos. O Peixe formou com: Laércio, Dalmo e Mauro Torres; Fiote, Ramiro e Zito; Tite, Álvaro, Pagão, Pelé e Pepe. O técnico era Luiz Alonso Perez, o Lula. 

Dalmo jogou no Alvinegro 365 partidas marcando 4 gols, no período de 1957 a 1964. Ganhou na Vila os seguintes títulos: Campeão Paulista (1958/60/61/62/64), Campeão Brasileiro (1961/62/63), Campeão da Libertadores (1962/63), Campeão Mundial (1962/63), Campeão do Torneio Rio-São Paulo (1959/63).

Quando deixou o Peixe quem assumiu a lateral-esquerda foi Geraldino. Depois, na sequência jogou dois anos no Guarani e encerrou a carreira em 1967, no Paulista de Jundiaí, em sua cidade. Iniciou-se, então, como técnico, treinando as equipes da Catanduvense, Santo André e Taubaté.  

Em seguida, foi comentarista esportivo da Rádio Cidade Jundiaí, cuja equipe era comandada por Milton leite, hoje no SporTV.  Dalmo Gaspar, o lateral que bateu o pênalti mais importante de um clube brasileiro, era funcionário público aposentado e foi casado com dona Maria Carbonari Gaspar e pai de Ana Paula Gaspar e veio a óbito na sua Jundiaí, no dia 2 de fevereiro de 2015, aos 82 anos. 

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