Guilherme Guarche, do Centro de Memória
Natural de Jundiaí, cidade distante 57 km da capital do estado de São Paulo, foi lá que no dia 19 de outubro de 1932, uma quarta-feira, passados exatos 18 dias após o término da Revolução Constitucionalista de 1932, Dalmo Gaspar, filho de Adelino Gaspar e dona Maria Trassi Gaspar, o autor do gol que deu o título do bicampeonato mundial ao Santos, em 1963, na vitória pelo placar de 1 a 0 diante do Milan, no Maracanã.
Dalmo, o brilhante lateral-esquerdo santista, iniciou sua carreira no futebol jogando no bairro de Vianelo, na sua cidade natal, seu bom estilo de jogo chamou a atenção de um “olheiro” que o levou a fazer testes na equipe do São Paulo local onde conquistou seu primeiro título como juvenil.
Na sequência passou a atuar no popular “Galo de Japi”, o Paulista de Jundiaí, onde se profissionalizou atuando nesse clube no período de 1951 a 1954 quando então foi contratado pelo Guarani de Campinas, lá ficando até 1957 sendo depois contratado pelo Santos.
Sua primeira participação no Alvinegro Praiano foi no dia 26 de outubro de 1957, na vitória diante do Palmeiras por 4 a 3 no Pacaembu, em partida válida pelo Campeonato Paulista com Pagão marcando 2 gols, Pelé um e Edgard marcando contra a favor do Santos que formou com: Laércio, Dalmo e Mauro Torres; Fiote, Ramiro e Zito; Tite, Álvaro, Pagão, Pelé e Pepe. O técnico era Luiz Alonso Perez, o Lula.
Titular absoluto da lateral-esquerda teve a honra de se tornar um dos nomes mais importantes na história do Peixe por ter assumido a responsabilidade de marcar de pênalti, com uma paradinha, antes mesmo do Rei Pelé a tornar famosa, o gol na inesquecível conquista do Bicampeonato Mundial do Santos.
Dalmo, mesmo jogando na esquerda, era um jogador destro e iniciou a carreira no Alvinegro jogando como quarto-zagueiro, sendo depois deslocado para a lateral-esquerda pelo técnico Lula.
Dalmo jogou no Alvinegro 365 partidas, marcando quatro gols no período de 1957 a 1964. Ganhou na Vila os seguintes títulos: Campeão Paulista (1958/60/61/62/64), Campeão Brasileiro (1961/62/63), Campeão da Libertadores (1962/63), Campeão Mundial (1962/63), Campeão do Torneio Rio-São Paulo (1959/63).
Quando deixou o Peixe quem assumiu a lateral-esquerda foi Geraldino e ele ainda voltou ao interior jogando no Guarani e encerrando sua brilhante carreira no “Galo de Japi” em 1967 e ainda trabalhou depois com comentarista esportivo da Rádio Cidade de Jundiaí.
O sempre lembrado Dalmo, que era funcionário público aposentado, foi casado com dona Maria Carbonari Gaspar e pai de Ana Paula Gaspar e Fábio Gaspar. O valente Dalmo Gaspar faleceu na sua Jundiaí, cidade que faz divisa com a Serra do Japi, no dia 02 de fevereiro de 2015.