Por Gabriel Santana, do Centro de Memória
Carioca da cidade de Volta Redonda, Cláudio Adão nasceu no dia 2 de julho de 1955, e com apenas 10 anos de idade mudou-se para a Baixada Santista, para se tornar um dos grandes atacantes do futebol brasileiro.
Seu primo, “Oliveira”, trabalhava na cidade de Cubatão, e o convidou para passar férias com ele. Cláudio veio para a Baixada, e por sugestão do primo foi fazer testes na Portuguesa Santista.
Entre os testes, estava programado um torneio amistoso com Santos e Jabaquara. Aproveitando a oportunidade, ele marcou oito gols, e chamou a atenção da diretoria santista. Ao fim do torneio, foi convidado para treinar na Vila Belmiro, e por lá ficou.
Autorizado pelo pai, passou a morar no alojamento do Estádio Urbano Caldeira, localizado embaixo das arquibancadas. Ao decorrer dos anos, Cláudio Adão foi avançando todas as etapas das categorias de base até chegar ao profissional. Mas, antes de se profissionalizar, teve como professor o nosso ídolo eterno, José Macia, o Pepe.
Vendo seu talento, o Canhão da Vila o aconselhou a mudar de posição. Cláudio Adão estava atuando como meia-esquerda na base, e Pepe sugeriu que avançasse para centroavante. Ouvindo a voz da experiência, Cláudio mudou sua posição e subiu para os profissionais como centroavante.
Suas primeiras chances na equipe principal ocorreram em 1973. Estreou no dia 4 de abril, na goleada santista por 6 a 0 diante do Juventus, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Paulista. E o técnico santista era o mesmo Pepe, que o havia aconselhado nas categorias de base.
Logo em seu primeiro ano de profissional, teve ao seu lado, além do Rei Pelé, nomes como Edu, Manoel Maria, Brecha, Cejas, Marinho Perez e Carlos Alberto Torres. Ao lado desses grandes craques, conquistou o Campeonato Paulista de 1973.
Devido à sua grande qualidade para definir jogadas e colocar a bola no fundo da rede, foi apontado como um dos sucessores de Pelé, já que o Rei se aposentou um ano após a chegada do jovem atacante ao time profissional. E em 1975, já sem Pelé, Cláudio Adão teve seu melhor ano pelo Peixe. Realizou 61 jogos e marcou 29 gols.
Nesse ano ele foi um dos destaque da Seleção Brasileira nos Jogos Pan-americanos do México, num time dirigido pelo técnico Zizinho que tinha o goleiro Carlos, o zagueiro Edinho e o meio campo Batista, além do santista Bianchi. Adão marcou quatro gols na goleada de 6 a 0 contra a Bolívia.
Na decisão da medalha de ouro, com uma frieza impressionante para os seus 20 anos, cobrou o pênalti, no finzinho do jogo, que empatou em 1 a 1 a partida contra o México, em um superlotado Estádio Azteca, o mesmo em que, cinco anos antes, Pelé tinha se consagrado como o melhor jogador de todos os tempos (aos cinco minutos da prorrogação as luzes foram apagadas e o jogo não prosseguiu. Com isso, a Fifa não reconhece nenhum vencedor no futebol do Pan de 1975).
Quando estava em uma de suas melhores fases, em 1976, Cláudio Adão sofreu uma grave lesão, fraturando a tíbia e o perônio. Deixou a Vila Belmiro em 1977, para atuar pelo Flamengo. Com a camisa do Santos, jogou 134 partidas e marcou 51 gols.
Longa carreira
Após a passagem pelo clube carioca, Cláudio Adão rodou o Brasil e o mundo, e atuando em 24 clubes. Defendeu grandes equipes, como Botafogo, Fluminense, Vasco, Benfica/POR, Sport Boys/PER, Cruzeiro, Corinthians e Bahia. Seu ultimo clube foi a Desportiva do Espírito Santo, em 1995.
Após se aposentar, tentou a carreira de técnico e dirigiu alguns clubes, como Volta Redonda-RJ e CSA-AL. Também foi um astro da Seleção Brasileira Masters e da Seleção Brasileira de Beach Soccer.
Por sua enorme categoria, facilidade para bater na bola e tranquilidade para bater pênaltis, sem tomar distância, deixou saudades nos times em que passou, como se depreende deste comentário de um torcedor do Sport Boys, do Peru, identificado como Fredy:
Claudio Adao era imponente en la cancha, con cada jugada demostraba toda su clase, y ni que decir a la hora de patear los penales, todo un maestro. Desde el callao le agradezco todo lo que dio por el boys, y estoy seguro que hasta el momento no llega al cuadro un jugador como el. Gracias Maestro.