Campeão em Caracas, nome em português, tri santista

Por Guilherme Guarche e Gabriel Santana, do Centro de Memória
Vinte e três de fevereiro, como quase todas, é uma data marcante para os santistas. Nesse dia, em 1965, o Alvinegro Praiano ganhou o Torneio de Caracas; em 1930, tornou-se tricampeão santista e em 1915 fez a primeira alteração em seu nome. Vamos às histórias…
Era uma terça-feira à noite quando Santos e Independiente, campeão da Copa Libertadores de 1964, se encontraram na decisão do Torneio de Caracas, que comemorava o quarto centenário da capital venezuelana. Era um tira-teima, pois sete meses antes o Independiente tinha eliminado o Santos, bastante desfalcado e sem Pelé, na Libertadores. Em Caracas o Santos jogaria completo. Quem demonstraria ser o melhor da América do Sul?
Depois de um primeiro tempo sem gols, a resposta veio, exagerada, na segunda etapa. Com dois de Pelé e dois de Toninho Guerreiro (que o locutor da tevê local chamava de “Tonino”), o Alvinegro Praiano massacrou o rival argentino por 4 a 0.
O time que trouxe mais uma importante taça para o Brasil foi escalado pelo técnico Lula com Gylmar, Lima, Joel Camargo, Olavo e Geraldino; Mengálvio (depois Ismael) e Zito; Dorval, Toninho, Pelé (Gilberto) e Pepe (Peixinho).
Nome aportuguesado
Até 23 de fevereiro de 1976 o nome do Santos se escrevia Santos Football Club, obedecendo à nomenclatura inglesa dos inventores do futebol. Naquela noite de segunda-feira, o Conselho Deliberativo do clube, na ocasião presidido por Modesto Roma, decidiu aportuguesar o nome, alterando-o para Santos Futebol Clube.
Ao ser fundado, no domingo 14 de abril de 1912, o clube recebeu o nome Santos Foot-Ball Club, que permaneceu até 25 de julho de 1915, quando, duran te a presidência de Agnello Cícero de Oliveira, passou a ser designado Santos Football Club. A sugestão de mudança foi de Urbano Caldeira, primeiro secretário daquela assembleia geral ordinária.
Tri santista, com super goleada
Em um domingo há 89 anos o time extra do Santos, uma equipe de aspirantes, goleou o Syrio por 11 a 0, na Vila Belmiro, e se sagrou campeão santista, repetindo os feitos de 1914 e 1915. O faz-tudo Urbano Caldeira foi o técnico da equipe que massacrou o adversário com quatro gols de Requião, três de Paiva, dois de Constantino e dois de Passos.
Mesmo jogado em fevereiro, o jogo decidiu o campeonato de 1929. Aliás, em 1929 o Santos também se sagrou campeão do Campeonato Santista de Segundos Quadros.

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