Arnaldo Silveira, o primeiro Menino da Vila 

Por Gabriel Pierin, do Centro de Memória 

Entre os fundadores do Santos havia um jovem de personalidade forte, que mais tarde se tornaria um líder dentro de campo. Além de goleador, tinha um chute forte e era um exímio cobrador de faltas. Estamos falando de Arnaldo Patusca Silveira, ou simplesmente Arnaldo Silveira, nascido no dia 6 de agosto de 1894. 

O jogador, um dos primeiros ídolos da nossa história, era sobrinho de Sizino Patusca, primeiro presidente do Santos, que naquela época reunia uma grande família no seu elenco, entre eles os seus filhos, Ary e Araken Patusca, primos de Arnaldo. 

Com apenas 17 anos, Arnaldo fez parte do histórico momento do clube, sua fundação, em 14 de abril de 1912. Ele se juntou aos outros 38 jovens, estudantes e empregados do comércio, em sua maioria, para criar o time que se tornaria o melhor de todo o mundo. 

Suas façanhas não pararam por aí. Foi dele o primeiro gol da história do clube, no dia 15 de setembro de 1912, na vitória sobre o Santos Athletic Club, o Clube dos Ingleses. No ano seguinte formou na equipe que disputou seu primeiro Campeonato Paulista, e como todo menino atrevido da Vila, deixou sua marca duas vezes na goleada sobre o Corinthians por 6 a 3. 

Pelas suas jogadas e liderança, Arnaldo foi convocado para integrar a Seleção Brasileira na Copa Roca de 1914, ajudando a conquistar o primeiro título do Escrete Nacional. Em 1919, ao lado de Adolpho Millon e Haroldo Pires, seus companheiros no Santos, Arnaldo foi o capitão da equipe que conquistou o Sul-americano de 1919 – atual Copa América – primeiro título de expressão do futebol nacional. 

Sua baixa estatura lhe rendeu o apelido de Miúdo, que em nada lembrava seu grande futebol e seus feitos. Ele defendeu o Santos por 10 anos. Nos seus 132 jogos com a camisa do Alvinegro Praiano, marcou 74 gols e comandou o time nas conquistas dos Torneios Santistas de 1913 e 1915.  

Depois de deixar os gramados, trabalhou na área administrativa do clube e, ao se aposentar, morou em Atibaia. Na sua casa do interior paulista, costuma hastear a bandeira do Santos, clube que tanto amou. O primeiro Menino da Vila faleceu em 24 de junho, aos 85 anos, na cidade de Santos.  

Sua vida longa permitiu que testemunhasse o time que ajudou a criar vencer duas vezes a Taça Intercontinental e outras duas a Taça Libertadores.  

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