Por Odir Cunha, do Centro de Memória
Nesta quinta-feira, dia 7 de março, às 21h30, o Santos enfrenta o América de Natal pela segunda rodada da Copa do Brasil e já tem santista achando que será outra goleada como a de 7 a 1, na estreia, contra o Altos, do Piauí. Mas os mais vividos no futebol não cansam de repetir que cada jogo é uma história e este mesmo América do Rio Grande do Norte já provou isso em plena Vila Belmiro.
Lá se vão quase 12 anos. A amarga lição ocorreu 13 dias depois da conquista do bicampeonato paulista, em 2007. O técnico Vanderlei Luxemburgo resolveu poupar alguns titulares e escalou o time com Fábio Costa, Dionísio, Domingos, Marcelo e Carlinhos; Adriano, Vinícius (depois Cléber Santana), Rodrigo Tabata e Pedrinho; Jonas (Marcos Aurélio) e Moraes (Renatinho).
O América de Natal, treinado por Lori Sandri, jogou com Renê, Eduardo, Edson Borges, Márcio Santos e Márcio Goiano; Adriano Peixe, Célio, Marcos Alexandre e Souza (depois Leandro Sena); Anderson Ataíde (Vasconcelos) e Rogélio (Geovane).
O desinteresse do torcedor santista era tanto, que apenas 3.093 pessoas compareceram à Vila Belmiro. A confirmação de que o jogo seria fácil veio logo aos dois minutos, com um gol de cabeça de Marcelo. Porém, como diria o mestre Nelson Rodrigues, foi aí que o Sobrenatural de Almeida resolveu entrar em campo. Aos 43 minutos, bola centrada na área e quem sobe para empatar? O número 3, Edson Borges, um zagueiro de 1,92m que tinha começado no futebol profissional em 2001, no Santos.
Começa a segunda etapa e logo aos dois minutos, outra bola cruzada na área santista e quem desempata? Ele mesmo, o número 3, Edson Borges. O Santos ainda está aturdido e aos oito minutos da segunda etapa, em um bololô na área alvinegra, a bola aparece novamente dentro do gol. Quem chutou? Sim, ele mesmo, o indefectível Edson Borges… Marcus Aurélio ainda diminuiu, aos 22 minutos, mas nada tirou a vitória do atrevido visitante.
Em 2017 o Santos foi campeão paulista; fez ótima campanha na Copa Libertadores, caindo na semifinal com apenas uma derrota em toda a competição, e também foi vice do Brasileiro. Após um início terrível, em que perdeu jogos bobos, entre eles este para o América, a equipe se aprumou e só não superou o São Paulo, que há tinha boa dianteira.
Quanto ao América do Rio Grande do Norte, só ganhou mais três partidas em todo o Brasileiro e acabou ficando em último lugar, com apenas 17 pontos, voltando para a Série B.
Curiosidade: O zagueiro Edson Borges, que tem 34 anos e joga até hoje pelo Brasil afora, nunca mais marcou três gols em uma mesma partida. No Brasileiro de 2007, quatro meses depois de brilhar na Vila, ele pegou 120 dias de suspensão por dar uma cotovelada em Diego Tardeli, do São Paulo.
Números de uma ampla superioridade
Estatísticas por Guilherme Guarche e Gabriel Santana
A partida descrita acima representa a única derrota santista para o América de Natal. Nos outros cinco confrontos, o Santos venceu quatro e empatou um, marcando um total de 18 gols e sofrendo apenas oito.
O jogo desta quinta-feira será o primeiro no Pacaembu e o primeiro pela Copa do Brasil. Até agora fizeram quatro partidas em Natal e duas na Vila Belmiro. Dos seis jogos, cinco valeram pelo Campeonato Brasileiro e um foi amistoso.
Artilheiros santistas do confronto
1 – Pelé, quatro gols.
2 – Kléber Pereira, dois gols.
3 – Edu, Euzébio, Mazinho Bueno, Vrecha, Muller, Caio Ribeiro, Fernandes, Marcelo, Marcos Aurélio, Petkovic, Alessandro e Rodrigo Tabata, um gol.
Técnicos que mais dirigiram o Santos contra o América/RN
1 – Vanderlei Luxemburgo, três jogos.
2 – Mauro Ramos de Oliveira, Pepe e Emerson Leão, um jogo.
No primeiro jogo, 2 a 1 para o Santos
Amistoso, em 12 de dezembro de 1971
Estádio Juvenal Lamartini, Natal
Arbitragem de Jader Correia da Costa
Gols do Santos: Edu e Pelé
Gol do América: Amorim
América/RN: Florio, Claudio, Ivo, Duda e Pimentel; Osmar e Covar; Bagadão, Petinha, Boia e Amorim (depois José Roberto).
Santos: Cejas, Orlando, Paulo, Oberdan e Rildo; Leo Oliveira e Dicá (Nenê); Jader, Edu, Pelé e Ferreira. Técnico: Mauro Ramos de Oliveira