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Por esse motivo teve uma campanha que não encheu os olhos da torcida. Com o retorno de Ganso após lesão, de Elano retornando ao clube depois de seis anos na Europa e do craque Neymar vivendo seu auge aos 19 anos, esperava-se sempre grandes atuações, que foram guardadas justamente para a fase final.
A CAMPANHA
O atual campeão teve mudanças no comando técnico no decorrer da competição, iniciou com Adilson Batista nos sete primeiros jogos, depois o interino Marcelo Martelotte assumiu por dez partidas, até o experiente Muricy Ramalho o substituir após a derrota para o Palmeiras na Vila Belmiro. E com Muricy o Peixe já demonstrou uma maior solidez defensiva desde os primeiros jogos sob o seu comando, que no final seria fundamental para as conquistas do Paulista e também da Libertadores.
Foram 11 vitórias em 19 jogos na fase classificatória, alcançando a quarta posição na classificação geral, atrás dos três rivais da capital. Nas quartas de final, venceu a quinta colocada Ponte Preta pelo placar de 1 a 0 com gol de Neymar em jogo único na Vila Belmiro. Mesmo em uma partida sem muitos gols, o jogo serviu para demonstrar que o setor defensivo estava muito mais seguro, principal problema na primeira fase.
Na semifinal o Peixe encarou o líder da fase classificatória São Paulo, que jogando em casa havia vencido a Portuguesa de Desportos na fase anterior. Em um Morumbi que recebeu 44 675 pagantes naquele dia, o Santos demonstrou maturidade e harmonia e decidiu a partida no segundo tempo.
Aos 15 minutos, em jogada que iniciou com Neymar, Ganso venceu a marcação adversária, cruzou e Elano cabeceou no contrapé de Rogério Ceni, abrindo o placar para o Peixe. Aos 27 minutos a dupla Neymar e Ganso desfilou seu talento e destruiu a zaga são paulina: O meia enfiou para Neymar, que fugindo da marcação, atraiu a atenção do sistema defensivo, esperou a aproximação para só rolar para Ganso finalizar com categoria no canto esquerdo do goleiro, assegurando assim a terceira final consecutiva para a equipe santista.
Na decisão, veio a oportunidade de dar o troco da final de 2009, vencida pelo Corinthians. Ambos os times tiveram a mesma campanha na fase classificatória e chegavam à decisão após vencerem um clássico, mas como o alvinegro da capital venceu seu adversário nos pênaltis, já o time do Peixe no tempo normal, o Santos conquistou a vantagem de jogar o segundo jogo na Vila Belmiro.
Na primeira partida da decisão, disputada no Pacaembu lotado com 34 547 pagantes, o Santos que tinha característica ofensiva, com jogadores como Neymar, Zé Eduardo, Ganso, Elano e Alan Patrick jogou de forma inteligente. Segurou o ímpeto dos corinthianos e ainda teve chances de sair com a vitória, mas levou o empate sem gols e a decisão para o caldeirão da Vila Belmiro.
O JOGO DECISIVO
O Santos buscava um final diferente de 2009, quando na primeira partida da decisão daquele ano, mesmo criando as melhores chances perdeu para seu maior rival jogando em casa e não conseguiu reverter o placar na capital.
Dessa vez o jogo decisivo era na Vila Belmiro lotada, 14 322 pagantes e uma equipe santista muito mais madura do que a da final de 2009. O Peixe começou a partida criando várias oportunidades, e aos 16 minutos, em um ato de oportunismo, Zé Love recebeu a bola de Léo desviada pela zaga adversária, cruzou rasteiro para encontrar Arouca, que só teve o trabalho de empurrar a bola para dentro: 1 a 0 Santos e Alçapão abaixo com o gol do camisa 5. Apesar de várias chances reais de gol ao longo do primeiro tempo, o jogo seguiu com o placar mínimo.
No segundo tempo, jogo tenso, onde o defensor do título precisava demonstrar maturidade para assegurar o bicampeonato, e assim aconteceu, aos 38 minutos, embaixo de muita fumaça resultante dos sinalizadores, Zé Love mais uma vez achou o passe decisivo, encontrando Neymar, que encarou a marcação corinthiana e chutou colocado, para desespero do goleiro rival que não conseguiu segurar e viu a bola entrar devagarinho na sua meta.
O gol do título tem a tônica da competição, com o Santos crescendo no momento decisivo, demonstrando futebol de gente grande sem perder a ousadia dos Meninos da Vila. Ainda no fim da partida, a equipe da capital paulista diminuiu com Moraes, mas nada adiantou, mais uma vez festa na Vila Belmiro e décimo nono título para o Alvinegro Praiano.
No final da competição, mesmo sem terminar a primeira fase com a melhor campanha, o título mostrou-se incontestável. O Santos finalizou com mais pontos ganhos (49), com mais vitórias (14), melhor ataque (45 gols) e o maior saldo de gols (24). Na seleção do torneio foi a equipe com mais jogadores: Edu Dracena, Léo, Elano e Neymar. O artilheiro foi o veterano Elano, empatado com Liedson do Corinthians com 11 gols. E o craque do campeonato não podia ser outro, Neymar.
O título daria início a uma temporada inesquecível para a história do Santos Futebol Clube, com a conquista da Libertadores na sequência e uma geração marcada por mais um raio que caiu no Templo do Futebol, o Menino da Vila, Neymar.
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