Por Odir Cunha, do Centro de Memória
Nascimento de Dondinho – 2 de outubro de 1917, terça-feira. Nasce em Campos Gerais, pequena cidade da região Sul-Sudoeste do Estado de Minas Gerais, aquele que seria pai e mentor do melhor jogador de futebol de todos os tempos. João Ramos do Nascimento, o Dondinho, teria ocupações simples e trabalhava como entregador de leite na época em que também era um notável centroavante do time de futebol de Campos Gerais. Mas cairia em desgraça com a torcida depois de uma atuação ruim e uma derrota para o rival, da vizinha Alfenas. Demitido pelo presidente do clube, o padeiro Alcides, Dondinho foi para o Exercito, em Três Corações, cidade da região a 114 km de estrada, e lá conheceu Celeste Arantes, com quem se casou.
Nasce o Rei – 23 de outubro de 1940, quarta-feira. Três Corações, Minas Gerais. No quarto do casal, em uma velha casa de tijolos, de pintura desbotada, na antiga rua 13, hoje Edson Arantes do Nascimento, nasce o primogênito de João Ramos do Nascimento, o Dondinho, e Celeste Arantes. O menino recebe este nome, dado pelo pai, em homenagem ao inventor norte-americano Thomas Alva Edison. Na Certidão de Nascimento consta, erroneamente, a data de nascimento como 21 de outubro. Dois anos depois, na mesma casa, nasceria Jair, o Zoca, que também jogaria no Santos. Com o tempo, Pelé passou a assinar o nome sem o “i”, tornando-se Edson.
Pai craque – Dondinho foi um jogador famoso, artilheiro reconhecido e o melhor cabeceador que já apareceu no Sul de Minas Gerais. Testemunhas comprovam que ele marcou cinco gols de cabeça pelo Yuracan contra o Ribeirão Vermelho, times amadores da região. Com grande impulsão e técnica perfeita, dizem que sua cabeçada era forte e certeira como um chute. Pelé sempre lembraria dos feitos do pai e diria que jamais conseguiu igualar esse recorde de cinco gols de cabeça em uma partida. Dondinho teve sua grande oportunidade ao ser contratado pelo Atlético Mineiro, de Belo Horizonte. Porém, faria apenas uma partida pelo novo time: um amistoso contra o São Cristóvão, do Rio de Janeiro, em 7 de abril de 1940. Depois de marcar um gol, Dondinho lesionou seriamente o joelho ao sofrer forte entrada do zagueiro Augusto, que depois defenderia o Vasco e a Seleção Brasileira (não se conhecia os meniscos e se falava em “água no joelho”). A contusão impediu Dondinho de prosseguir no Atlético Mineiro e o fez voltar à vida errante de jogador de futebol no Sul de Minas. Seus títulos principais foram a Taça Guaraína, pelo Atlético de Três Corações, em 1941, e o Campeonato do Interior de São Paulo, pelo Bauru Atlético Clube, em 1946.
Mudança para Lorena – 1942. Pelé tinha pouco mais de dois anos quando a família se mudou para Lorena. Dondinho aceitou uma proposta para jogar pelo Hepacaré, time amador daquela cidade paulista do Vale do Paraíba, próxima a Guaratinguetá.
Mudança para São Lourenço – 1943. Dondinho é convidado para defender o Vasco da Gama de São Lourenço, pequena cidade de clima ameno situada na Serra da Mantiqueira, Sul de Minas Gerais, no chamado Circuito das Águas. Lá nasce Maria Lúcia, terceira filha de Dondinho e Celeste. Aos três anos, Edson, que Celeste apelidaria de “Dico”, começou a ser levado pelo pai aos treinos do Vasco.
Apelido – 1943. O Vasco de São Lourenço tinha um goleiro chamado Bilé, de quem o pequeno Edson se tornou fã. Como costumava brincar de goleiro com o pai e ao defender a bola exclamava “defende Pilé”, o menino passou a ser chamado por “Pelé.
Mudança para Bauru – Setembro de 1945. Aos quatro anos e 11 meses, Pelé se muda com a família para Bauru, cidade do Interior de São Paulo, a mais populosa do centro-oeste paulista. Dondinho recebera proposta para jogar no Lusitana Futebol Clube, atual Bauru Atlético Clube (BAC), além da promessa de um emprego público – que demorou quase um ano, mas finalmente saiu, na Casa de Saúde da cidade.
Escola – Janeiro de 1948. Aos sete anos, Pelé ingressa no primeiro ano primário do Grupo Escolar Ernesto Monte e estuda na classe da professora Cida (hoje o prédio está tombado pelo Codepac, o Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Bauru).
Matando as aulas – 1949. No segundo ano escolar, Pelé, que levava uma bola de meia na bolsa, passa a matar as aulas com a professora Lourdes para jogar futebol em um campinho atrás do velho estádio do Noroeste, principal time de Bauru. Ele e seus colegas disputam jogos na base do “seis vira, doze acaba”. Nessas peladas tinha a companhia de Serginho, Zé Roberto, Nilo, Shodê, Luisinho, Carlinhos, Waldemar Mendes e Ari.
Risco de afogamento – 1949. Mesmo sem saber nadar, Pelé se agarra nas pernas do colega Zinho, bom nadador, para atravessar o rio que passava perto da estrada de ferro Sorocabana. Pelé batia as pernas e Zinho dava as braçadas. No meio do rio as mãos de Pelé escorregaram e ele tentou nadar sozinho, mas não conseguiu. Zinho voltou para ajudar Pelé, que se agarrou desesperadamente ao colega, impedindo-o de nadar. Da margem, os outros companheiros passaram a gritar e isso chamou a atenção de um homem, que conseguiu uma vara comprida e a estendeu para o Zinho, que se agarrou a ela e trouxe Pel& eacute; com ele. Jamais Pelé saberia quem foi o homem que salvou sua vida.
Castigos na escola – 1950. No terceiro ano escolar, Pelé, por falar demais na sala de aula, sofreu toda sorte de castigos da professora Laurinda: bolas de papel na boca, ajoelhar-se sobre grãos de feijão, ficar de costas para a classe com os braços bem abertos, permanecer na classe durante o recreio… Para ajudar em casa ele trabalhava como engraxate.
Promessa – 16 de julho de 1950, domingo. Pela primeira vez Pelé vê o seu pai chorar. Dondinho acabava de ouvir, pelo rádio, o Brasil perder a final da Copa do Mundo, de virada, para o Uruguai, diante de 200 mil pessoas que lotavam o recém-construído Maracanã. À noitinha o menino, então com nove anos e nove meses, foi ao quarto dos pais e prometeu que ainda seria campeão do mundo.
Infância – Aos 11 anos, em 1951, Pelé era o mais jovem em um time de crianças chamado Canto do Rio. Estimulado pelo pai, ele e alguns amiguinhos fundaram o Sete de Setembro, em homenagem à rua que fazia esquina com a rua Rubens Arruda, em que Pelé morava. Preencheram um álbum de figurinhas para conseguir a bola e roubaram amendoim dos vagões de trem para depois torrá-los e vendê-los. O dinheiro só deu para comprar camisetas e calções. Passaram a jogar assim mesmo, sem chuteiras, e eram considerados um dos melhores times “pés descalços” de Bauru . Além de Pelé e seu irmão Zoca, o Sete de Setembro contava com Serginho, Zé Roberto (“Toquinho”), Nilo, Shôde, Luisinho, Valdemar Mendes, Ari, Cidão, Dino, Vado, Valtinho e Otelo, entre outros. Pelé jogava como meia armador, mas contra times mais fortes ele preferia atuar como beque ou mesmo como goleiro.
Pés descalços – 1952. Com bola oficial, de couro, o Sete de Setembro acaba em segundo lugar no campeonato de times pés descalços de Bauru. Por gastar parte do dinheiro arrecadado para comprar a bola, Pelé decidiu ficar de plantão fora do estádio do Noroeste, até que uma bola foi chutada para a rua e ele pode pegá-la.
Primeiro “bicho” – 1952. Pelé aceita receber quatro cruzeiros e cinquenta centavos de Landão Mandioca para defender o time de Vila Falcão em um campeonato de pés descalços de Bauru.
Ameriquinha – 1953. Para participar de um campeonato de futebol organizado pela prefeitura de Bauru, no qual era obrigatório o uso de chuteiras, o Sete de Setembro aceita o patrocínio de Zé Leite, um vendedor ambulante que tinha três filhos no time: Zé Luís, Zé Maria e Zé Roberto. Com chuteiras usadas doadas pelo Noroeste e pelo Bauru Atlético Clube, Zé Leite calça todo o time, que é campeão com grandes exibições. No final, a torcida, entusiasmada, jogou dinheiro no campo, cuja coleta rendeu 36 cruzeiros, gastos na comemoração da vit& oacute;ria. Detalhe: Para Pelé, Zé Leite reservou uma chuteira novinha.
Baquinho – Setembro de 1953. Um mês antes de completar 13 anos, Pelé estreou no infantil do Bauru Atlético Clube (Baquinho). Convidado por Antoninho, funcionário da fábrica de óleo Sanbra, que ajudava a formação do time infantil do BAC, Pelé estreou com a camisa número oito e logo se destacou contra adversários como Gérson França e São Paulo Bauruense. No campeonato da Liga Bauruense de 1954, o Baquinho disputou 33 partidas e marcou 148 gols, com a média de 4,5 gols por jogo, garantindo o título com seis rodadas de antecipação. Bicampeão pelo Baquinho da Liga Bauruense em 1954/55, no ano seguinte Pelé seria levado para o Santos pelo técnico Waldemar de Brito.
Descoberta – Waldemar de Brito (São Paulo, 17 de maio de 1913 – São Paulo, 21 de fevereiro de 1979) foi um excelente centroavante do futebol brasileiro, que mesclava técnica e oportunismo. Artilheiro do Campeonato Paulista de 1933, com 21 gols, jogou por grandes clubes, como Botafogo, Flamengo, São Paulo, Fluminense, Portuguesa, Palmeiras, San Lorenzo, e defendeu a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1934, na Itália. Ao abandonar a carreira, após jogar pela Portuguesa Santista, passou a trabalhar como técnico de todas as categorias do Bauru Atlético Clube, onde Dondi nho jogava no time principal. Em 1956, depois de se convencer de que Pelé se tornaria um grande jogador, convenceu Dondinho e Celeste de que o melhor clube para o menino era o Santos, que dava oportunidade para jogadores jovens.
Noroeste – 1955. Com a notícia de que Waldemar de Brito abandonaria o BAC para ir para São Paulo, houve uma debandada no Baquinho. Pelé se inscreveu no Noroestinho, um time de infanto-juvenis do Noroeste que atuava nas preliminares dos jogos noturnos do time profissional contra os grandes do Estado.
Futebol de salão – 1955. No mesmo tempo em que jogava no Noroestinho, Pelé se inscreveu na equipe do Radium para disputar um torneio de futebol de salão em Bauru. O time foi campeão e Pelé o artilheiro da competição, com 40 gols. Outros destaques da equipe eram Edir, Passoca, Dirceu, Beto e Vítor.
Bangu? Não – 1956. Elba de Pádua Lima, o Tim, atacante que atuou em grandes clubes e se destacou no Fluminense, de 1936 a 1944, já tinha abandonado a carreira e trabalhava como técnico do Bangu quando foi a Bauru e se reuniu com Dondinho e Celeste com a intenção de contratar Pelé. A decisão ficou com Celeste, que reprovou, indignada.
Santos? Sim – 1956. Waldemar de Brito visita os amigos Dondinho e Celeste e diz que tem tudo acertado com o presidente do Santos, Athiê Jorge Cury, para levar Pelé para o clube praiano, e que lá o menino teria mais chances do que em qualquer outro clube. Celeste acaba cedendo, com a condição de que o próprio Waldemar acompanhe o filho.
Viagem a Santos – 22 de julho de 1956, domingo. Pelé e o pai, Dondinho, foram de trem de Bauru até a Estação da Luz, em São Paulo, e lá encontraram Waldemar de Brito, com quem seguiram de ônibus até Santos e foram direto para a Vila Belmiro, onde, naquele domingo, o Santos tinha um jogo pela fase de classificação do Campeonato Paulista. Pelé vestia calças compridas pela primeira vez, em um terno azul-marinho. Waldemar de Brito já tinha feito muitos elogios ao garoto para os jogadores e o técnico do Santos, que no vestiário receberam o visitante mui to bem.
Primeiro dia na Vila – 22 de julho de 1956, domingo. No livro “Eu sou Pelé”, de 1961, Pelé diz que chegou a Santos em um domingo em que o time venceu o Comercial. Na verdade, em 1956 o Comercial Futebol Clube – fundado em 3 de abril de 1939, na capital paulista –, time que revelou jogadores de renome, como Dino Sani e Gino Orlando, fundiu-se em 1953 com o São Caetano Esporte Clube, dando origem à Associação Atlética São Bento. Foi esse time que o Santos enfrentava quando Pelé chegou à Vila Belmiro. Naquela tarde, diante de um público aproximado de 5.3 00 pessoas, o Santos venceu por 3 a 1. Bota abriu o marcador para o São Bento aos 12 minutos e Tite empatou aos 35 do primeiro tempo. Na segunda etapa Vasconcelos marcou aos 2 e aos 43 minutos. O Santos jogou com Manga, Hélvio e Ivan; Ramiro, Formiga e Zito; Tite, Jair Rosa Pinto, Pagão, Vasconcelos e Pepe (a Associação Atlética São Bento durou até 1957. Depois, o Comercial voltou em 1958, caiu para a Segunda Divisão em 1960 e para a terceira em 1961, quando a equipe foi desativada).
Primeiro dia em Santos – 22 de julho de 1956. Na noite do mesmo domingo em que chegou à Vila Belmiro Pelé foi levado por Dorval para jantar na casa do jogador Fiotti, que morava perto do estádio. No dia seguinte foi à praia e viu o mar pela primeira vez, realizando um sonho de infância.
Primeiro treino – 24 de julho de 1956, terça-feira. Em dia de chuva, Pelé fez seu primeiro treino no Santos. O uniforme ficou um pouco folgado, pois ele não pesava nem 60 quilos. Depois de uma sessão de ginástica, o técnico Lula confirmou se ele jogava como meia armador e o escalou nessa função, no ataque titular. Pelé jogou mais recuado e não fez gol, mas no fim do treino estava à vontade e mostrou iniciativa em algumas jogadas. Lula gostou do seu desempenho, mas disse que teria de jogar antes no juvenil e no amador para ganhar mais corpo, já que era muito franzino. De volta para o vestiário, Pelé foi cumprimentado por Pepe, Urubatão, Zito e outros, e percebeu que não seria boicotado, como seus amigos de Bauru lhe diziam. Um dia Lula experimentou treinar Pelé como meia avançado, gostou e o manteve nessa posição.
Primeiro contrato – 6 de agosto de 1956, segunda-feira. Aos 15 anos e oito meses, Pelé assina seu primeiro profissional com o Santos, único clube brasileiro que defenderia como profissional. Receberia Cr$ 6.000,00 (seis mil cruzeiros) por mês, menos de dois salários mínimos. Na época o salario mínimo era de Cr$ 3.800,00. Pelé enviaria todo o salário para o pai e viveria com os “bichos” (prêmios de vitória) que o clube pagava.
Primeiro gol no amador do Santos – 26 de agosto de 1956, domingo. Na preliminar de Santos 2, XV de Piracicaba 2, na Vila Belmiro, pela fase de classificação do Campeonato Paulista de 1956, Pelé atua pelo time de Aspirantes do Santos contra o Vasco da Gama (Santos) e marcou dois gols na goleada de 6 a 2.
Primeiro gol no time profissional – 7 de setembro de 1956, sábado. Aos 36 minutos do segundo tempo, após substituir Del Vecchio, Pelé marca o sexto gol do Santos na goleada que terminaria 7 a 1 sobre o Corinthians de Santo André, em Santo André. Após jogada de Raimundinho e Tite, Pelé recebeu o passe na área e, mesmo cercado por zagueiros adversários, chutou a gol, fazendo a bola passar por baixo do corpo do goleiro Zaluar (Vilmar diminuiria para o time local aos 39 minutos e Jair Rosa Pinto faria o último gol da partida aos 44). O goleiro Zaluar, que entrou no lugar de Antoninho, se orgulharia de sofrer este gol, e até o fim de sua vida, em 1995, deu entrevistas sobre o feito e usou uma camisa com a inscrição: “Zaluar. Goleiro Rei Pelé 0001”.
Pênalti perdido – outubro de 1956. Emprestado pelo técnico Lula ao time de juniores do Santos, Pelé perdeu um pênalti na final do campeonato santista da categoria, diante do Jabaquara, e foi muito vaiado por isso. Dias depois acordou cedo, arrumou as malas e estava abandonando o clube para voltar definitivamente a Bauru, quando foi impedido por Sabuzinho, filho da cozinheira do Santos, que acordava cedo para fazer a feira. Anos depois, Sabuzinho morreria afogado ao cair de uma pedra no mar de Santos, quando pescava ao lado de Pelé e do goleiro Cláudio.
Primeira grande atuação – 15 de novembro de 1956. Com apenas 16 anos e 22 dias, Pelé teve uma oportunidade nesse amistoso realizado na Vila Belmiro para comemorar o 42.o aniversário do Jabaquara, antigo Hespanha. Ele formou no ataque ao lado de Pagão e Pepe e teve atuação marcante, que deixou em todos a certeza de que se tratava de um futuro grande jogador. O Santos venceu por 4 a 2 e ele marcou um golaço, driblando vários adversários, aos 14 minutos do segundo tempo.
Vasconcelos fratura a perna – 9 de dezembro de 1956, domingo. Pelé assistia ao clássico contra o São Paulo, na Vila Belmiro, quando viu o amigo Vasconcelos, titular da meia-esquerda do Santos e um dos melhores da posição no País, sair de campo com o fêmur fraturado depois de um choque com o zagueiro Mauro Ramos de Oliveira, do São Paulo. O Santos perdeu por 3 a 1. Vasconcelos nunca mais foi o mesmo. O acidente daria a Pelé a oportunidade de jogar entre os profissionais no ano seguinte.
Primeiro jogo internacional – 12 de janeiro de 1957, sábado. Santos 1 x 0 AIK (Suécia), na Vila Belmiro, gol de Feijó em cobrança de falta. Pelé considera este o seu primeiro jogo no time principal do Santos. A partir desta data seria incluído continuamente entre os titulares, às vezes entrando nos lugares de Pagão ou Del Vecchio. Vasconcelos voltou ao time em 14 de março – entrando no lugar de Del Vecchio em um amistoso em que o Santos goleou o Grêmio no Estádio Olímpico por 5 a 0 –, mas não estava bem e nunca mais foi escalado.
Dois gols em um jogo – 14 de abril de 1957, domingo. Primeira vez que marca dois gols em um jogo do Santos. O time vence o Guarani de Campinas, em um amistoso na Vila Belmiro, por 6 a 1.
Estreia e gol em jogo oficial – 26 de abril de 1957, sexta-feira. Substitui Dorval no jogo do Torneio Rio-São Paulo contra o São Paulo, no Pacaembu, e marca um gol na vitória por 3 a 1. Pelé tem 16 anos, seis meses e três dias.
Quatro gols em um jogo – 9 de junho de 1957, domingo. Marca quatro gols no amistoso contra o Fabril, de Lavras, Minas Gerais, jogado em Lavras, com vitória do Santos por 7 a 2.
Combinado Santos-Vasco – 19 (quarta-feira) a 29 de junho (sábado) de 1957 – Pelé faz quatro jogos por um combinado Santos/Vasco que juntou o ataque do time paulista e a defesa do carioca e, utilizando a camisa do Vasco, disputou um torneio internacional com jogos no Morumbi e no Maracanã. Marcou seis gols nos quatro jogos e impressionou muito bem a imprensa carioca, o que seria decisivo para ser convocado para a Seleção Brasileira, um mês depois. Os jogos: 6 a 1 sobre o Belenenses, com três gols de Pelé, e empates de 1 a 1 com Dínamo, Flamengo e São Paulo, com Pelé marca ndo nas três partidas.
Primeiro jogo na Seleção Brasileira – 7 de julho de 1957, segunda-feira. Com 16 anos, oito meses e 14 dias estreia na Seleção Brasileira contra a Argentina, no Maracanã, pela Copa Roca. Entrou no lugar do santista Del Vecchio e empatou o jogo aos 32 minutos. Mas um minuto depois Juarez marcou e os argentinos venceram por 2 a 1. Pelé deve ter se sentido em casa, pois a Seleção utilizou mais três jogadores do Santos, além dele e Del Vecchio: o volante Zito, depois substituído por Urubatão, e o ponta Tite.
Primeiro título com a Seleção Brasileira – 10 de julho de 1957, quinta-feira. Pelé joga todo o tempo e aos 20 minutos da primeira etapa marca o primeiro gol da vitória por 2 a 0 sobre a Argentina, que dá ao Brasil a Copa Roca. Mazzola marcou o segundo gol aos 11 minutos do segundo tempo. A Seleção terminou a partida com quatro jogadores do Santos: Zito, Del Vecchio, que substituiu Mazzola, Pelé e Pepe. Cerca de 40 mil pessoas compareceram ao Pacaembu .
Estreia e primeiro gol em Campeonato Paulista – 14 de julho de 1957, domingo. Pelé estreia no Campeonato Paulista e marca aos 43 minutos do segundo tempo, na vitória por 5 a 3 sobre o XV de Piracicaba, na Vila Belmiro, pela fase de classificação.
Três gols em um jogo oficial – 25 de julho de 1957, quinta-feira. Marca três vezes, todas no segundo tempo, na goleada sobre a Ponte Preta por 7 a 2, pela fase de classificação do Campeonato Paulista.
Quatro gols em jogo oficial – 15 de agosto de 1957, quinta-feira. Marca quatro vezes – duas no primeiro, duas no segundo tempo – na goleada de 8 a 1 sobre o Guarani, na Vila Belmiro, pela fase de classificação do Campeonato Paulista.
Artilheiro do Paulista – 15 de dezembro de 1957, domingo. Com dois gols na goleada do Santos sobre a Portuguesa por 6 a 0, no Pacaembu, Pelé chega aos 17 gols que o fazem artilheiro do Campeonato Paulista de 1957. Ele voltaria a ser artilheiro da competição seguidamente até 1965 e ainda em 1969 e 1973, estabelecendo o recorde de 11 vezes como o maior goleador do certame.
Quatro gols no Maracanã – 26 de fevereiro de 1958, quarta-feira. Na estreia do Santos no Torneio Rio-São Paulo, no Maracanã, Pelé marca quatro gols da vitória de 5 a 3 sobre o América. Ele tinha 17 anos e quatro meses quando realizou a façanha. Antes de completar 17 anos ele faria 49 gols pelo Santos. Em 1958 ele marcou quatro gols em seis partidas; três gols em cinco partidas e cinco gols em uma.
Convocação para a Copa do Mundo – 31 de março de 1958, segunda-feira. O técnico Vicente Feola divulga a primeira lista, com 31 convocados, para a Copa do Mundo a ser disputada na Suécia. Pelé está entre os “avantes”, ou atacantes. Nove jogadores seriam cortados: os goleiros Ernani e Carlos Alberto; os zagueiros Cacá e Altair; os médios Jadir, Pampolini e Formiga e os atacantes Gino e Canhoteiro.
Contusão séria – 21 de maio de 1958, quarta-feira. A não convocação de Luizinho, meio-campo do Corinthians, para a Seleção Brasileira que disputaria a Copa, provocou grande revolta da imprensa e de parte dos torcedores paulistanos. Apesar disso, a Confederação Brasileira de Desportos marcou um jogo-treino contra o Corinthians, no Pacaembu, em uma quarta-feira à noite, último compromisso no Brasil antes do embarque para a Europa. Como se podia prever, o estádio foi tomado pela torcida do Alvinegro de Parque São Jorge, que hostilizou a Seleção e bus cou incentivar freneticamente a sua equipe. No entanto, o zagueiro Orlando Peçanha anulou Luizinho, o Brasil dominou a partida e venceu, facilmente, por 5 a 0 (dois gols de Garrincha, dois de Pepe e um de Mazzola), conseguindo até atrair aplausos do público. Um lance, porém, quase tira Pelé da Copa: em uma arrancada para o gol adversário, o jovem atacante foi atingido violentamente no joelho direito pelo zagueiro Ari Clemente e teve de abandonar o campo, correndo o risco de ser cortado.
Quase não joga a Copa – De 21 de maio a meados de junho de 1958. Com fortes dores no joelho direito e sem ao menos poder andar, Pelé chegou a pedir duas vezes para ser dispensado da Seleção e dar o lugar para um jogador em plenas condições. Mas seu pedido de dispensa não foi aceito pelo chefe da delegação, Paulo Machado de Carvalho. O médico Hilton Gosling sempre acreditou que Pelé faria ao menos um jogo na Copa, e o massagista Mário Américo trabalhou duro – com toalhas e toalhas ferventes – para que o mais jovem jogador da Seleç&a tilde;o pudesse jogar no Mundial. Pelé ficou de fora dos amistosos dos amistosos contra Fiorentina (4 a 0) e Internazionale (4 a 0), na Itália, e também dos dois primeiros jogos da Copa, contra Áustria (3 a 0) e Inglaterra (0 a 0). Ele só reapareceria na Seleção contra a União Soviética, em 15 de junho.
Estreia em Copas – 15 de junho de 1958, domingo. Em Gotemburgo, Suécia, mesmo ainda sentindo dores no joelho, Pelé faz sua primeira partida no exterior e inicia um retrospecto inigualável em Copas do Mundo ao ser escalado no lugar de Dida para o terceiro jogo do Brasil, contra a União Soviética, decisivo para a classificação para as quartas-de-final. Para esta partida o técnico Vicente Feola fez outras duas substituições: colocou Zito no lugar de Dino Sani e Garrincha no de Joel. O Brasil venceu por 2 a 0, com dois gols de Vavá, o segundo deles após tabela com Pel&eac ute;.
Primeiro gol em Copas – 19 de junho de 1958, quinta-feira. Ele recebe de Didi, dá um balãozinho para se livrar no marcador e chuta rasteiro, no canto direito do goleiro Kelsey, no único gol da partida contra o País de Gales, nas quartas-de-final da Copa da Suécia. Com 17 anos, sete meses e 27 dias, Pelé se torna o mais jovem a marcar em uma Copa do Mundo.
Campeão do Mundo – 29 de junho de 1958, domingo. Com dois gols, aos 10 e aos 44 minutos do segundo tempo, Pelé ajuda o Brasil a golear a Suécia por 5 a 2, no superlotado Estádio de Rasunda, em Solna, subúrbio de Estocolmo (51.800 espectadores) e se torna o mais jovem campeão do mundo e o mais jovem a marcar em uma final de Copa, com 17 anos, oito meses e seis dias. Estava cumprida a promessa feita aos pais, há oito anos, quando a Seleção Brasileira perdeu para o Uruguai na final da Copa de 1950 e Pelé disse a Celeste e Dondinho que um dia seria campeão do mundo.
Gol irregular validado – 23 de julho de 1958, quarta-feira.
Na goleada de 6 a 0 sobre o XV de de Piracicaba, na Vila Belmiro, Pelé marcou quatro gols. O último deles, de linda feitura, foi de calcanhar, mas parece ter havido alguma irregularidade no lance, pois os jogadores do XV cercaram o árbitro Antonio Musitano para pedir a anulação da jogada. Porém, sem dar atenção aos reclamantes, Musitano respondeu que o gol tinha sido bonito demais para ser invalidado.
Casa própria – julho/agosto de 1958. Com o título mundial, Pelé ganha aumento do Santos e passa a receber 24 mil cruzeiros por mês. Com as “luvas” do novo contrato cumpre a promessa que tinha feito à mãe e pede ao pai para comprar uma casa. Dondinho compra a mesma casa em que a família já morava, na rua Sete de Setembro, 4-16, em Bauru. Pouco antes Pelé tinha recebido um carro da Prefeitura de Bauru e dado o presente para seu pai.
Cinco gols em um jogo oficial – 1.o de outubro de 1958, quarta-feira. A 22 dias de completar 18 anos, Pelé marca cinco gols em uma partida oficial, na qual o Santos goleou o Ypiranga por 8 a 1, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Paulista. Três dos gols foram no primeiro tempo.
Quatro gols contra o Corinthians – 7 de dezembro de 1958, domingo. Faz quatro gols na goleada de 6 a 1 sobre o Corinthians, pelo Campeonato Paulista, na Vila Belmiro. Voltaria a marcar quatro gols em duas partidas contra o rival: na vitória por 7 a 4, em 06/12/1964, no Pacaembu, e no empate de 4 a 4 em 15 de abril de 1965, também no Pacaembu.
Filme “O preço da vitória” – Produzido em 1958 e lançado em 3 de outubro de 1959. O tema é a conquista da Copa do Mundo, na Suécia. Direção de Oswaldo Lebre de Sampaio, produção de Verah Sampaio e Oswaldo Lebre Sampaio e produção executiva de José Vedovato. Companhia produtora: Ubayara Filmes.
Recorde de gols no Campeonato Paulista – 18 de dezembro de 1958, quinta-feira. Com os dois gols que marcou no empate de 2 a 2 com o São Paulo, no Pacaembu, na última rodada do Campeonato Paulista, Pelé chegou a 58 gols na competição, recorde que permanece até hoje. Em 38 partidas, sua média de gols por jogo foi de 1,526.
Primeiro jogo – e gols – em país da América do Sul – 3 de janeiro de 1959, sábado. Marca dois gols (o outro é de Pepe, cobrando falta) na vitória do Santos por 3 a 0 sobre o Sport Boys Association, do Peru, em partida disputada no Estádio Nacional de Lima diante de 37.041 pagantes.
Primeiro jogo – e gols – em país da América Central – 15 de janeiro de 1959, quinta-feira. Marca dois gols (o terceiro é de Pagão) na vitória do Santos sobre o Saprissa, da Costa Rica, por 3 a 1. Disputado no Estádio Nacional de San José, o jogo foi assistido por 46 mil espectadores e valeu pela taça Dr. Mário Echandi.
Primeiro jogo – e gols – em país da América do Norte – 29 de janeiro de 1959, quinta-feira. Marca três vezes, duas delas no segundo tempo, na vitória do Santos sobre o Guadalajara por 4 a 2, no Estádio Universitário, Cidade do México, com 80.000 espectadores. Jogo de abertura do Pentagonal do México, que o Santos conquistaria com vitórias sobre as equipes mexicanas Guadalajara, Leon, Atlas e América.
Primeiro jogo – e gols – pelo Santos em país da Europa – 23 de maio de 1959, sábado. Marca dois gols no empate com a Seleção B da Bulgária por 3 a 3, diante de 50 mil pessoas, no Estádio do Levsky Sofia, em Sofia, Bulgária. O curioso é que dois dias depois, no mesmo estádio, mais descansado da viagem, o Santos venceu a Seleção A da Bulgária por 2 a 0, com gols de Pelé e Pagão.
Quatro gols e título na Europa – 26 de junho de 1956, sexta-feira. Marca quatro gols, todos no segundo tempo, na goleada sobre a Internazionale de Milão por 7 a 1, na decisão do Torneio de Valência/ Troféu Naranja, na Espanha.
Dois gols na goleada sobre o Barcelona no Camp Nou – 29 de junho de 1959, segunda-feira. Diante de 40 mil pessoas, no Estádio Camp Nou, Pelé marca duas vezes na goleada do Santos sobre o Barcelona por 5 a 1. O time espanhol tinha craques como o brasileiro Evaristo e os húngaros Kocsis e Czibor.
Gol mais bonito – 2 de agosto de 1959, domingo. O Santos já vencia o Juventus por 3 a 0, na Rua Javari, quando aos 42 minutos do segundo tempo Pelé recebeu de Dorval, deu três chapéus, incluindo um no goleiro Mão de Onça, e cabeceou para o gol vazio, naquele que para muitos foi o gol mais bonito de sua carreira. Como vinha sendo vaiado pela torcida do Juventus, após o gol Pelé esmurrou o ar, criando sua maneira característica de comemorar gols. Cerca de 10 mil pessoas se comprimiam no pequeno estádio. Muitos anos depois a diretoria do Juventus inaugurou um busto de Pelé para comemorar o feito e o convidou para a cerimônia.
Recruta artilheiro – De 21 de agosto (sexta-feira) a 24 de novembro (terça-feira) de 1959. Ao servir o Exército, Pelé é utilizado para jogar futebol pelas Forças Armadas e defender o Brasil no Campeonato Sul-americano da categoria. Seu técnico no time do Exército, tenente Falcão, tira a folga dos jogadores e às vezes faz com que durmam no quartel caso treinem mal. O time tem outros jogadores profissionais, como Lorico, do Vasco; Célio, do Jabaquara; Clóvis e Hélio, da Portuguesa Santista; Cacalo, do Taubaté; Ademar, ou Be, da Portuguesa de Desportos, entre outr os. Na fase de treinamentos Pelé faz seis jogos pela Seleção da 6.a Guarda Costeira; um pela Forças Armadas A; um pela Seleção das Forças Armadas contra a Seleção Naval e, finalmente, dois pela Seleção das Forças Armadas do Brasil no Campeonato Sul-americano: na vitória de 4 a 1 sobre a Seleção do Uruguai, na qual faz um gol, e na vitória final sobre a Argentina, por 2 a 1, em que não marca.
Goleiro 1 – 4 de novembro de 1959, quarta-feira. Na vitória sobre o Comercial de Ribeirão Preto por 4 a 2, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Paulista, Pelé substituiu o goleiro Lalá, machucado, a partir dos 19 minutos do segundo tempo. Ele voltaria a atuar como goleiro em mais três oportunidades.
Primeiro jogo – e gols – na África – 29 de abril de 1960, sexta-feira. Participa da vitória da Seleção Brasileira sobre a República Árabe Unida (Egito + Síria) por 5 a 0, em Alexandria, no Egito. Nessa partida não marca gols, mas dois dias depois, na vitória de 3 a 1, sobre o mesmo adversário e no mesmo local, marca os três gols do Brasil.
Contusão séria – 2 de fevereiro de 1961, quinta-feira. Torneio Pentagonal do México. Em jogo contra o Necaxa, na Cidade do México, diante de 55 mil espectadores que lotavam o Estádio Universitário, o Santos é derrotado por 4 a 3 e Pelé sofre uma contusão séria ao saltar para cabecear e receber um soco do goleiro Morellos e ao mesmo tempo uma pancada na nuca desferida pelo zagueiro argentino Dellacha. Pelé voltou a jogar depois de uma semana, mas prosseguiu com dores no ombro e acabaria ficando afastado dos campos de 13 de abril a 1.o de junho, para se tratar de uma sub -luxação, conforme foi diagnosticado pelo dr. Hilton Gosling, da Seleção Brasileira. O problema o tirou dos jogos da Seleção Brasileira no Paraguai e no Chile e atrasou em 20 dias sua viagem com a delegação do Santos que excursionou pela Europa.
Gol de placa – 5 de março de 1961, domingo. Aos 40 minutos do primeiro tempo, no Maracanã, pega a bola próximo ao meio-campo, dribla vários jogadores e marca o segundo gol do Santos na vitória de 3 a 1 sobre o Fluminense, pelo Torneio Rio-São Paulo. De tão bela feitura, o gol é aplaudido de pé pela torcida do Fluminense e por sugestão do jornalista Joelmir Beting recebe uma placa no estádio, tornando-se assim o primeiro gol de placa no futebol.
Propostas milionárias – 1961. Em depoimento para o jornalista Benedito Ruy Barbosa, autor do livro “Eu sou Pelé”, lançado em setembro de 1961, Pelé conta que já havia recebido três propostas milionárias para deixar o Santos e ir jogar na Europa: a Internazionale de Milão havia oferecido o equivalente a 40 milhões de cruzeiros só de luvas; a Juventus de Turim concordou em lhe pagar 300 mil dólares mensais e o empresário Cacildo Oses lhe consultou para saber quanto gostaria de ganhar para jogar no Real Madrid. Pelé, que em 1961 renovou contrato com o S antos para passar de 80 mil cruzeiros (mais 60 mil de ajuda de custo) para 365 mil cruzeiros, recusou todas as ofertas estrangeiras. Um detalhe: na época o salário mínimo no Brasil era de 9.600 cruzeiros. Ou seja, Pelé recebia 38,8 salários mínimos em 1961, que em setembro de 2013 equivaleriam a 26.306 reais.
13 vitórias em um mês – 1.o (quinta-feira) a 30 de junho (sábado) de 1961. Recuperado da contusão no ombro, Pelé se juntou ao Santos na excursão pela Europa e participou de 14 jogos do dia primeiro ao dia 30 de junho (quase dois jogos por dia), marcando 22 gols. Nessas 14 partidas o Santos venceu 13 e empatou uma. Em apenas nove dias ganhou do Benfica, campeão europeu, por 6 a 3; da Juventus por 2 a 0; da Roma por 5 a 0 e da Internazionale por 4 a 1. Pelé marcou seis gols nessas quatro partidas.
Primeiro jogo – e gol – no Oriente Médio – 11 de junho de 1961, domingo. Marca um gol na vitória do Santos por 3 a 1 sobre a Seleção de Israel, no estádio Bloomfield, em Telavive, diante de 25 mil pessoas.
O nome no hino do Olympiakos – 4 de julho de 1961, terça-feira. Após uma sequência de 16 jogos sem perder na excursão pela Europa, o Santos foi derrotado na última partida, pelo Olympiakos, em Atenas, por 2 a 1. Os santistas reclamaram muito da arbitragem – Pelé se machucou e ficaria 19 dias afastado do time –, mas, de qualquer forma, a vitória do clube mais popular da Grécia, no superlotado estádio Apostolos Nicolaidis (com cerca de 26 mil pessoas), foi considerada a mais importante do Olympiacos, que com orgulho inseriu a citação a Pelé e ao Santos no seu hino, que diz:
A lenda da terra… Olympiacos
Coroado de louros e gloriosas
Você tem a força, Olympiacos
Que nunca te deixará abandonado
Olympi, Olympi, Olympiacos
O melhor e maior clube de todos
Meu amor é o maior de todos
Meu Olympiacos
Olympi, Olympi, Olympiacos
O melhor e maior clube de todos
Meu amor é o maior de todos
Meu Olympiacos
Glória aos seus filhos… Olympiacos
Mil canções para ti
És famoso em todas as partes
Eles tremem quando ouvem o seu nome: Olympiacos
Eles ainda lembram do seu nome: O Santos de Pelé
Olympi, Olympi, Olympiacos
O melhor e maior clube de todos
Meu amor é o maior de todos
Meu Olympiacos
Olympi, Olympi, Olympiacos
O melhor e maior clube de todos
Meu amor é o maior de todos
Meu Olympiacos
23 gols em seis jogos – 17 de setembro de 1961, domingo. Com os quatro gols que marcou na goleada sobre a Portuguesa, nesse dia, Pelé completou 23 gols em seis jogos consecutivos: cinco no amistoso contra o Olympico, de Santa Catarina (8 a 0) e os demais em jogos do Campeonato Paulista. Quatro na goleada sobe o São Paulo (6 a 3), cinco contra o Juventus (10 a 1), um contra o Botafogo (3 a 0), quatro contra a Esportiva de Guaratinguetá (5 a 1) e quatro contra a Portuguesa (6 a 1).
Árbitro – 9 de novembro de 1961, quinta-feira. Pelé atua como árbitro em um jogo amistoso, na Vila Belmiro, entre times formados por árbitros de Santos e São Paulo. Seus auxiliares são Clóvis, da Portuguesa Santista, e Célio, do Jabaquara. Pelé expulsa Olten Ayres de Abreu, um dos árbitros mais conceituados de São Paulo.
Primeiro título brasileiro – 27 de dezembro de 1961, quarta-feira. Depois de empatar em 1 a 1 em Salvador, o Santos goleou o Bahia por 5 a 1 na Vila Belmiro e conquistou a Taça Brasil, que representou seu primeiro título brasileiro. Pelé, em outra grande atuação, fez os três primeiros gols santistas.
Maior goleada na Libertadores – 28 de fevereiro de 1962, quarta-feira. Santos e Cerro Porteño se encontraram pela fase de grupos da Copa Libertadores da América de 1962. Em Assunção a partida, equilibrada, havia terminado com o empate de 1 a 1. Na Vila Belmiro, também era este o placar quando o técnico Lula resolveu colocar Pelé em campo, aos 32 minutos de jogo, apesar de este estar se recuperando de dores no joelho. Três minutos depois, uma jogada que resultou em gol de Coutinho. Na segunda etapa, Pelé fez dois gols e participou de outros. No final, um jogo que estava difícil no pr imeiro tempo, terminou 9 a 1 para o Santos, naquela que por muitos anos foi a maior goleada da competição.
Distensão na Copa – 2 de junho de 1962, sábado. Saudado como a maior atração da Copa do Mundo de 1962, no Chile, Pelé estreou marcando um golaço na vitória de 2 a 0 sobre o México, em 30 de maio: pegou a bola no meio de campo, driblou vários jogadores e chutou de esquerda para vencer o goleiro Carbajal. Três dias depois, porém, o Brasil enfrentou a Tchecoslováquia e logo aos 10 minutos de partida, ao tentar um chute a gol de fora da área, o camisa 10 sofreu uma distensão que o tirou do restante do Mundial. O jogo terminou 0 a 0 e o Brasil acabou por conquistar o título. Pelé só voltou a jogar dois meses e três dias depois, marcando um dos gols da vitória do Santos sobre a Prudentina, pelo Campeonato Paulista, por 2 a 0, em Presidente Prudente, dia 5 de agosto de 1962.
Campeão da Libertadores – 30 de agosto de 1962, quinta-feira. Recuperado da distensão sofrida na Copa do Chile, Pelé voltou aos jogos da Copa Libertadores da América apenas na partida decisiva, contra o Peñarol, em Buenos Aires. O Santos tinha vencido a primeira, em Montevidéu, por 2 a 1, e perdido na Vila Belmiro, em partida tumultuada, por 3 a 2. Na “negra”, disputada no estádio Monumental de Nuñez, Pelé marcou dois gols e foi o melhor em campo na vitória por 3 a 0 que fez do Santos o primeiro time brasileiro a vencer a Copa Libertadores.
Melhor atuação na carreira – 11 de outubro de 1962, quinta-feira. Dizem que os grandes atletas guardam seus melhores desempenhos para os momentos e as competições mais importantes. A exibição de Pelé na segunda partida da final do Mundial Interclubes de 1962 comprovou isso. Com três gols, uma assistência perfeita para Coutinho marcar mais um e várias jogadas de pura magia, Pelé comandou o Santos na vitória por 5 a 2 sobre o Benfica, bicampeão europeu, no Estádio da Luz, diante de 80 mil pessoas.
Primeiro jogo – e gol – na Grã Bretanha – 22 de outubro de 1962, segunda-feira. Um dia antes de completar 22 anos, Pelé faz sua primeira partida na Grã Bretanha e marca um gol na vitória por 4 a 2 do Santos sobre o Sheffield Wednesday, diante de 65 mil espectadores, no estádio
Hillsborough. Coutinho marcou os outros três gols brasileiros.
Filme “O Rei Pelé” – novembro/dezembro de 1962. Baseado no livro “Eu sou Pelé”, de Benedito Ruy Barbosa, de 1961, este filme, rodado em Bauru, tem diálogos escritos por Nelson Rodrigues, atuação de Lima Duarte e Fábio Cardoso e direção de Carlos Hugo Christensen. Mesmo anunciado como um documentário sobre a fase inicial da carreira do Rei do Futebol, até a Copa de 1962, o filme traz cenas romanceadas em que o próprio Pelé, seus familiares e companheiros do time do Santos representam a si mesmos. Além do próprio Pelé, sua m& atilde;e, Celeste, e seus irmãos Maria Lúcia e Zoca, participam da película os jogadores Pepe, Zito, Pagão, o técnico Lula e outras personagens do futebol. Tímido, o pai de Pelé, Dondinho, aceitou fazer as cenas com bola, mas nas falas foi substituído pelo ator Clementino Kelé. Na infância, Pelé foi representado por um garotinho do Rio de Janeiro chamado Carlos e, com um pouco mais de idade, por um garoto chamado Lila, que era canhoto. Na adolescência, época em que chegou ao Santos, o papel foi vivido por Luís Carlos Feijão, que era realmente bom jogador e chegou a jogar no Santos, ao lado de Pelé, em 1969. Feijão faleceu em 20/04/2011, vítima de complicações provocadas por uma pneumonia.
Tricampeão paulista, tri-artilheiro – 5 de dezembro de 1962, quarta-feira. Com um gol a 43 minutos do segundo tempo, Pelé fechou a goleada de 5 a 2 sobre o São Paulo, no Pacaembu, e garantiu o tricampeonato paulista para o Santos. No auge da forma, aos 22 anos e um mês, Pelé marcou 24 gols em 14 jogos consecutivos do campeonato e terminou como artilheiro da competição, com 37 gols. Artilheiro também em 1960 (34) e 1961 (47), ele somou 118 gols nas três temporadas.
Cavaleiro da Legião de Honra da França – 1963. Já reconhecido como o melhor jogador do mundo, Pelé recebe, em Paris, o título de Cavaleiro de Honra. Ordem máxima da França, essa condecoração foi instituída em 20 de maio de 1802 por Napoleão Bonaparte e tem o objetivo de recompensar os méritos eminentes civis ou militares à nação.
O maior jogo do mundo – 2 de abril de 1963, terça-feira. Assim o credenciado jornalista Ney Bianchi, da revista Fatos & Fotos, chamou aquele confronto – disputado no Maracanã, diante de 70.324 pagantes – que decidiu a Taça Brasil de 1962. O Santos de Pelé e o Botafogo de Garrincha eram considerados os melhores times do planeta e reuniam oito titulares e três reservas da Seleção Brasileira que menos de um ano antes tinha conquistado o bicampeonato mundial. Naquela noite inspirada, Pelé marcou dois gols, criou inúmeras outras jogadas, e o Santos goleou por 5 a 0, tornando-se bicampeão brasileiro.
Livro de Mário Filho – 1963. O cronista carioca Mário Filho, tão conceituado que deu o nome ao estádio Maracanã, escreve a biografia romanceada “Viagem em torno de Pelé”, publicada pela Editora do Autor.
Outra goleada no Botafogo de Garrincha – 28 de agosto de 1963, sábado. Pelé e Garrincha eram os dois grandes craques do Brasil, assim como seus times, Santos e Botafogo, as duas melhores equipes do futebol brasileiro. Mas nos jogos mais importantes em que se defrontaram, Pelé e o Santos ganharam de goleada. Quatro meses depois dos 5 a 0 na decisão da Taça Brasil, os alvinegros decidiram uma vaga para a final da Copa Libertadores de 1963. Após um empate de 1 a 1 no primeiro jogo (gol de Pelé no último minuto), o Alvinegro Praiano goleou seu rival, no Maracanã, por 4 a 0, com tr ês gols de Pelé no primeiro tempo e um de Lima no segundo.
Bicampeão da Libertadores – 11 de setembro de 1963, quarta-feira. Depois de vencer a primeira partida da final por 3 a 2, no Maracanã, o Santos foi a Buenos Aires para tentar ao menos um empate contra o Boca Juniors, a fim de assegurar o bicampeonato da Copa Libertadores da América. O estádio La Bombonera recebeu 50 mil pessoas. O árbitro, Marcel Albert Bois, da França, fez vistas grossas à violência do time local, que saiu na frente com um gol de Sanfilippo a um minuto do segundo tempo. Mas Coutinho, quatro minutos depois, e Pelé, aos 37, depois de passar a bola entre as pernas do zagueir o brasileiro Orlando Peçanha, sacramentaram a virada que deu ao Santos a hegemonia da América.
Goleiro 2 – 19 de janeiro de 1964, domingo. Depois de marcar três gols e comandar uma virada de 1 a 3 para 4 a 3 do Santos sobre o Grêmio, no Pacaembu, resultado que classificou o time para a sua quinta final de Taça Brasil, Pelé atuou os últimos minutos da partida no gol, em substituição ao goleiro Gylmar, expulso de campo aos 41 minutos d o segundo tempo.
Tricampeão brasileiro – 28 de janeiro de 1964, terça-feira. Depois de marcar dois gols na goleada de 6 a 0 sobre o Bahia, no Pacaembu, no primeiro jogo da decisão da Taça Brasil de 1963, Pelé marcou os dois da vitória por 2 a 0, em Salvador, que deu ao Santos o tricampeonato brasileiro.
Oito gols! – 21 de novembro de 1964, sábado. Marca oito gols, cinco deles no primeiro tempo, em uma goleada de 11 a 0 sobre o Botafogo de Ribeirão Preto, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Paulista. Nenhum outro jogador brasileiro tinha marcado tantos gols em uma única partida. O recorde só foi batido em 1976, por Dario, do Sport, do Recife, que fez 10 gols na vitória por 14 a 0 sobre o Santo Amaro, pelo Campeonato Pernambucano.
Quatro gols no clássico, 12 em Oswaldo Brandão – 6 de dezembro de 1964, domingo. O Santos goleou o Corinthians por 7 a 4 e Pelé marcou quatro gols. Como duas semanas antes tinha marcado oito gols contra o Botafogo de Ribeirão Preto, completou 12 gols sobre o conhecido técnico Oswaldo Brandão, que treinava o Botafogo e se transferiu para o Corinthians.
A caminho do tetra – 16 de dezembro de 1964, quarta-feira. Com três gols e grandes jogadas, Pelé teve atuação deslumbrante na goleada de 4 a 1 sobre o Flamengo, no Pacaembu, na primeira partida da decisão da Taça Brasil de 1964. Depois, foi só empatar em 0 a 0 no Maracanã e o Santos conquistou o tetracampeonato brasileiro.
Exibição Espetacular – 16 de janeiro de 1965, sábado. Santos e Seleção da Tchecoslováquia – que um ano e meio antes tinha sido vice-campeã mundial – se enfrentaram no Hexagonal do Chile, em Santiago, e fizeram um espetáculo tão marcante que um jornal chileno estampou a seguinte manchete no dia seguinte: “Em nenhum lugar do mundo se viu um futebol assim”. Após reviravoltas no marcador, o Santos venceu por 6 a 4, com três gols de Pelé. No último deles, aos 45 minutos do segundo tempo, ele recebeu a bola no meio-campo e driblou todos o s adversários que viu à sua frente, até vencer o goleiro Schmuecker. O próprio Pelé considera que nessa partida fez uma de suas melhores exibições na carreira.
Visita de Robert Kennedy, no chuveiro – 21 de novembro de 1965, domingo. Pelé estava no chuveiro, ensaboado, depois de ter feito o segundo gol do empate de 2 a 2 no amistoso da Seleção Brasileira com a União Soviética, diante de 117 mil pessoas, no Maracanã, quando recebeu a visita do senador democrata norte-americano Robert Kennedy, que tinha comemorado 40 anos no dia anterior. Irmão de John Fitzgerald Kennedy, assassinado dois anos antes, em Dallas, Bobby Kennedy já era um dos políticos mais influentes e populares dos Estados Unidos. Destacava-se na luta pela igualdade social e contra a máfia. Ele morreria assinado dois anos e sete meses depois, logo após vitória na eleição primária na Califórnia que o colocaria como favorito à presidência dos Estados Unidos.
Primeiro jogo – e gols – na África Negra – 9 de janeiro de 1966, domingo. Em jogo que representou o recorde de renda na África, com o equivalente a 90 mil dólares, com 30 mil pagantes, Pelé marca dois gols na vitória do Santos sobre o Stad Club Abidjan, da Costa do Marfim, por 7 a 1, no estádio Houphonet-Boigny, em Abidjan.
Rua Pelé – 19 de abril de 1966, terça-feira. A rua 13, uma ladeira estreita de Três Corações, onde Pelé nasceu, recebe o nome de Edson Arantes do Nascimento.
Caçado na Inglaterra – Julho de 1966. Marcado com violência pelos zagueiros europeus, Pelé não pôde evitar que o Brasil fosse eliminado na primeira fase da Copa da Inglaterra. Depois de estrear marcando o primeiro gol, de falta, na vitória de 2 a 0 sobre a Bulgária (o outro foi de Garricha, também de falta), ele ficou fora da derrota de 3 a 1 para a Hungria e voltou contra Portugal, em 19 de julho – jogo em que foi caçado pelos defensores portugueses e terminou a partida com a perna enfaixada. O Brasil perdeu por 3 a 1 e foi eliminado.
Vingando o futebol brasileiro – 21 de agosto de 1966, domingo. Um mês e dois dias depois de se machucar na Copa da Inglaterra e ver Portugal eliminar o Brasil, Pelé e o Santos se encontraram com o Benfica do craque Eusébio no Torneio de Nova York, em um confronto anunciado como uma revanche da Copa, pois os dois times eram as bases das seleções brasileira e portuguesa. Artilheiro da Copa, o moçambicano Eusébio já era considerado por alguns críticos europeus como o melhor jogador do mundo. Nessa partida nos Estados Unidos, porém, o Santos dominou amplamente e goleou por 4 a 0. Pel&ea cute; fez o quarto gol, com um chute no ângulo, depois de aplicar um chapéu em um zagueiro e deslocar outro. O jogo também representou a primeira apresentação de Pelé nos Estados Unidos. Quatro dias depois o Santos venceu o AEK, da Grécia, por 1 a 0, e conquistou o Torneio de Nova York
Espada de Honra do Futebol – 1966. Primeiro não britânico a ser condecorado com a Espada de Honra do Futebol, concedida pelo Anuário do Futebol da Inglaterra. Detalhe: a espada é confeccionada pelos armeiros da rainha.
A herdeira – 13 de janeiro de 1967. Nasce Kelly Cristina, primeira filha de Pelé com Rose. O casal teria mais dois filhos: Edinho nasceria em 1970 e Jennifer em 1978.
Cinco vitórias na África – 28 de maio a 7 de junho de 1967. Pelé marca nove gols em cinco vitórias consecutivas do Santos contra Seleções Africanas: três contra o Senegal (4 a 1), um contra Gabão (4 a 0), Congo (2 a 1) e Costa do Marfim (2 a 1) e três contra o Congo (3 a 2).
Árbitro é expulso e Pelé volta a campo – 17 de julho de 1968, quarta-feira. Diante de 60 mil pessoas que lotaram o estádio El Campin, em Bogotá, o Santos enfrentou a Seleção Olímpica da Colômbia e Pelé viveu um momento único em sua carreira. Sua expulsão, ao final do primeiro tempo, por reclamar do árbitro Guilhermo Velázques, acabou provocando grande confusão. O árbitro foi agredido e Lima também foi expulso. Ao descer aos vestiários, entretanto, Pelé recebeu ordem para voltar imediatamente ao campo, pois a multid&atild e;o, inconformada com a ausência do astro, estava ateando fogo nas almofadas das cadeiras e jogando-as no gramado. Pelé retornou ao jogo, o árbitro foi expulso, ou melhor, substituído pelo bandeirinha Omar Delgado, e o Santos, que até ali empatava em 2 a 2 (gols de Toninho e Pelé), marcou mais duas vezes na segunda etapa (Toninho e Pepe), garantindo a vitória por 4 a 2. Mas o Santos não pôde viajar logo em seguida, como pretendia. Com hematoma no olho, Velázques fez queixa dos santistas, que tiveram de passar a noite na delegacia.
Interrompendo o Conflito do Congo – 21 de janeiro de 1969, terça-feira. A República do Congo e a fronteiriça República Democrática do Congo estavam em conflito. Depois de jogar na República do Congo, e vencer por 3 a 2, com dois gols de Pelé e um de Euzébio, diante de um público de 80 mil pessoas – 44% da população da capital Brazzaville –, Pelé e o Santos foram convidados para atuar em Kinshasa, capital do outro Congo. Para que o jogo pudesse ser realizado, o governo de Kinshasa enviou uma embarcação para buscar o Santos do outro lado do Rio Congo, e o governo de Brazzaville permitiu a atracação e o embarque da delegação santista. O Santos venceu a Seleção do “Congo B” por 2 a 0, com gols de Toninho Guerreiro e Manoel Maria.
Parando a Guerra de Biafra – 4 de fevereiro de 1969, terça-feira. Esta foi a segunda guerra interrompida por Pelé e o Santos, desta vez a que reunia o governo da Nigéria e a região separatista de Biafra. Como o fato ocorreu na mesma época do conflito do Congo e as características eram semelhantes (nas duas havia um rio entre as facções envolvidas, por exemplo) muitas pessoas confundiam os dois eventos, até que os historiadores Guilherme Nascimento e Odir Cunha descobriram que, na verdade, as duas guerras foram interrompidas para que a população pudesse ver o Santos jog ar. Neste segundo caso, a partida, entre o Santos e Seleção do Meio-Oeste da Nigéria, foi jogada diante de 25 mil pessoas no estádio Samuel Ogdemudia, em Benin, e o time brasileiro venceu por 2 a 1, com gols de Edu e Toninho Guerreiro.
Tricampeão e artilheiro – 21 de junho de 1969, sábado. Com o empate de 0 a 0 com o São Paulo, no Morumbi, Pelé se tornou tricampeão paulista pela segunda vez e artilheiro do estadual pela décima vez, com 26 gols.
Ator de telenovela – 1969. Pelé atua na novela “Os Estranhos” , de Ivani Ribeiro (São Vicente/ SP – 20/02/1916 – 17/07/1995), uma trama de ficção científica que aproveitou a expectativa da viagem do homem à Lua, pela Apolo 11, levada ao ar na TV Excelsior de 24 de março a 4 de agosto de 1969. Ele representou um escritor de livros policiais, Plínio Pompeu, e contracenou com Fernanda Montenegro, Regina Duarte, Rosamaria Murtinho e Stênio Garcia. A direção foi de Gianfrancesco Guarnieri e Gonzaga Blota.
Única Eliminatória para a Copa – Agosto de 1969. Como em 1958 ele foi convocado depois que a Seleção já havia obtido a vaga para a Copa, em jogos de ida e volta contra o Peru; e em 1962 e 1966 não precisou, pois o Brasil tinha lugar assegurado como o atual campeão, Pelé só disputou uma vez as Eliminatórias para uma Copa do Mundo: a de 1970. Todos os seis jogos (ida e volta), contra Colômbia, Venezuela e Paraguai, foram disputados em agosto de 1969. A Seleção, jogando primeiro no campo do adversário, depois em casa, venceu todas as partidas: 2 a 0 e 6 a 2 na Colômbia; 5 a 0 e 6 a 0 na Venezuela, e 3 a 0 e 1 a 0 no Paraguai. Pelé marcou seis gols.
Gol da classificação para a Copa – 31 de agosto de 1969, domingo. No Maracanã, diante de 183.341 pagantes, oficialmente o maior público de um jogo de futebol no Brasil (na final da Copa de 1950, entre Brasil e Uruguai, havia mais de 200 mil pessoas no Maracanã, mas os borderôs registraram “apenas” 173.850 pagantes), Pelé aproveita um rebote do goleiro Oscar Aguilera e, aos 23 minutos do segundo tempo, chuta com força para estufar as redes do Paraguai, no único gol do jogo que sacramentou a classificação do Brasil para a Copa do Mundo de 1970, no México. A j ogada começou com um corte de cabeça do zagueiro Djalma Dias, a bola caiu com Gérson, que abriu na lateral esquerda para Rildo, que correu, atravessou o meio-campo e entregou para Edu, que jogou a bola entre as pernas do marcador e chutou forte, cruzado e rasteiro. Aguilera espalmou e Pelé bateu forte para colocar o Brasil na Copa. Nessa partida, em que o empate já garantiria a vaga, o Brasil, treinado por João Saldanha, jogou com Félix, Carlos Alberto Torres, Djalma Dias, Joel Camargo e Rildo; Wilson Piazza e Gérson; Jairzinho, Tostão, Pelé e Edu. Destes, apenas Félix, Gérson, Piazza, Jairzinho e Tostão não eram do Santos.
Proibido sofrer faltas – 24 de setembro de 1969, quarta-feira. Pelé marcou dois gols na goleada de 7 a 1 do Santos sobre um combinado Sampdoria/ Genova, disputado em Genova. O curioso é que o técnico do combinado, Fúlvio Bernardini, ao contrário dos outros técnicos que dirigiam times que enfrentavam Pelé, pediu que seus jogadores não apelassem para a violência contra o número 10 do time brasileiro, pois ele era fã de Pelé e queria apreciar a genialidade do Rei do Futebol.
Goleiro 3 – 14 de novembro de 1969, sexta-feira. Depois de marcar um gol, de pênalti, aos 13 minutos do segundo tempo, elevando o marcador para 3 a 0 no amistoso diante do Botafogo da Paraíba, em João Pessoa, Pelé substituiu o goleiro Jair Esteves.
Gol 1.000 – 19 de novembro de 1969, quarta-feira. O mundo parou para ver esse gol de pênalti, o segundo do Santos, marcado aos 34 minutos do segundo tempo, na vitória de virada por 2 a 1 sobre o Vasco da Gama, no Maracanã, pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa. Pelé recebeu passe de Clodoaldo e foi espremido na área por dois jogadores adversários. O árbitro Manoel Amaro de Lima marcou a penalidade e imediatamente o público de 65.157 pagantes passou a pedir, em coro, que Pelé fizesse a cobrança. Todo o restante do time do Santos ficou perfilado sobre a linha do meio do campo. Alé m de Pelé, a equipe contava com Agnaldo, Carlos Alberto, Ramos Delgado, Djalma Dias (Joel Camargo) e Rildo; Clodoaldo e Lima; Manoel Maria, Edu, Pelé (Jair Bala) e Abel. O técnico era Antoninho. Pelé bateu no canto direito, rasteiro, para desespero do goleiro argentino Andrada, que antes do jogo, em entrevista para a tevê, disse que não gostaria de ficar conhecido como o goleiro que sofreu o milésimo gol de Pelé. O evento foi transmitido para todo o mundo e a audiência foi maior do que a da caminhada pelo solo lunar dos astronautas Charles Conrad e Alan Bean, da Apollo 12, transmitida no mesmo dia. Este gol representou o de número 872 de Pelé apenas pelo Santos Futebol Clube.
Gravando com Elias Regina – 1969. Elis Regina, considerada a melhor intérprete do Brasil, lança o compacto simples “Tabelinha”, cantando duas músicas de Pelé: “Perdão não tem” e “Vexamão”. Pelé participa das gravações e chega a fazer dueto com Elis.
Única vez na reserva – 26 de abril de 1970, domingo. Como jogador profissional, Pelé só foi reserva uma única vez: no empate de 0 a 0 com a Bulgária, no Morumbi, durante os preparativos para a Copa do México. O técnico Zagallo preferiu escalar Roberto, e Pelé, também pela primeira vez, deixou a camisa 10 para vestir a 13.
Conquista da Jules Rimet – 21 de junho de 1970, domingo. Pelé abre o marcador, de cabeça, aos 18 minutos de partida, e depois dá os passes para os gols de Jairzinho e Carlos Alberto Torres na vitória do Brasil sobre a Itália por 4 a 1, no Estádio Azteca, cidade do México, na final da Copa do Mundo. Com o seu terceiro título mundial a Seleção Brasileira conquistou definitivamente a Taça Jules Rimet. Pelé ganhou a Bola de Ouro da Fifa como o melhor jogador da Copa e se tornou o único jogador tricampeão da Copa do Mundo (1958, 1962 e 1970) e o ú ;nico a marcar gols em quatro Copas (6 em 1958, 1 em 1962, 1 em 1966 e 4 em 1970). Seu desempenho no México o consolidou como o melhor jogador de todos os tempos. O governo do México o presenteou com uma réplica da Jules Rimet.
Música gravada por Moacyr Franco 1 – 1970. Moacyr Franco, intérprete e humorista brasileiro, grava composição de Pelé “Pior é não ter por que chorar”.
Estádio Rei Pelé – 25 de outubro de 1970, domingo. É inaugurado em Maceió, Alagoas, um estádio que leva o nome de Pelé. Neste dia, no jogo inaugural, diante de um público recorde de 50.045 pessoas, o Santos venceu a Seleção Alagoana por 5 a 0, com dois gols de Pelé.
Primeiros jogos – e gols – na Ásia Oriental – de 10 de dezembro (quinta-feira) a 17 de dezembro (quinta-feira) de dezembro de 1970. Nesses oito dias Pelé participa, pelo Santos, de quatro vitórias sobre a Seleção de Hong Kong, no Estádio Municipal local, e marca oito gols: 4 a 1, em 10/12, dois gols; 4 a 0, em 11/12, três gols; 5 a 2, em 13/12, um gol, e 4 a 0, em 17/12, dois gols.
Jogo número 1.000 – 28 de janeiro de 1971, quinta-feira. No pequeno estádio de Suriname, diante de 13 mil pessoas, Pelé realiza o jogo número 1.000 de sua carreira e marca um gol, de pênalti, aos 35 minutos do segundo tempo. O Santos venceu o Transvaal, de Suriname, por 4 a 1. O Banco do Suriname premia Pelé com um troféu.
Último gol pela Seleção Brasileira – 11 de julho de 1971, domingo. Na sua despedida da Seleção Brasileira em São Paulo, Pelé marca o seu último gol pela Seleção aos 33 minutos do primeiro tempo. Depois de roubar a bola no meio do campo, lança na direita para Zequinha e corre para a área, a tempo de receber o passe do ponta e colocar, rasteiro, no canto esquerdo do goleiro Rettensteiner. A Áustria empataria no segundo tempo com gol de Jara aos 27 minutos. Mais de 100 mil pessoas assistiram à partida, que teve 99.902 pagantes e foi arbitrada pelo ingl&ecir c;s John Taylor. O Brasil, que só contava com jogadores em atividade no País, jogou com Félix (Fluminense), Zé Maria (Corinthians), Brito (Botafogo), Wilson Piazza (Cruzeiro) e Everaldo (Grêmio), depois Marco Antonio (Fluminense); Clodoaldo (Santos), Gérson (São Paulo) e Rivellino (Corinthians); Zequinha (Botafogo), Tostão (Cruzeiro) e Pelé (Santos-SP) depois Paulo César Lima (Botafogo). O técnico era Mario Jorge Lobo Zagallo.
Despedida da Seleção Brasileira – 18 de julho de 1971, domingo. No Maracanã, estádio em que fez o gol de placa e o milésimo, entre tantos outros, Pelé fez sua segunda e definitiva despedida da Seleção Brasileira. Diante de 138.575 pagantes eles vestiu a camisa 10 do Brasil em um amistoso contra a Iugoslávia. A partida, arbitrada pelo belga Vital Loraux, terminou empatada 2 a 2, com gols de Rivelino e Gérson para o Brasil, que formou com Félix, Zé Maria (Eurico), Brito, Wilson Piazza e Everaldo (Marco Antônio); Clodoaldo, Gérson e Rivellino; Zequinha , Vaguinho e Pelé (Claudiomiro). Técnico: Mário Jorge Lobo Zagallo.
Filme “O barão Otelo no barato dos bilhões” – 1971. Pelé atua nesta comédia em que um trabalhador tem sua vida transformada radicalmente quando ganha uma fortuna na Loteria Esportiva. Roteiro e direção de Miguel Borges, produção de Luiz Carlos Barreto, música de Edu Lobo e elenco formado por Grande Otelo, Dina Sfat, Milton Morais, Ivan Cândido, Wilson Grey, Procópio Mariano e Zilka Salaberry, entre outros.
Rendimentos – Julho de 1971. Ao se despedir da Seleção Brasileira e permanecer apenas no Santos Futebol Clube, aos 30 anos, já consagrado como o maior ídolo do futebol, Pelé recebia o equivalente a 20 mil dólares mensais, somando-se seus rendimentos no Santos e em contratos de publicidade e relações públicas, além de uma cota fixa de 2.500 dólares por jogo no Exterior e de 3.000 a 5.000 cruzeiros (600 a mil dólares) em jogos no Brasil. Pelé tinha contrato com as empresas Banco Campina Grande, Puma, Ducal, TV Colorado, Pilhas Ray-O-Vac, Atma e Dulcora. Des tas, as que pagavam mais eram a TV Colorado e a Ray-O-Vac: o equivalente a quatro mil dólares mensais. E a que pagava menos era a Drops Dulcora, que tinha um contrato longo, de seis anos, e rendia apenas 100 dólares mensais ao Rei do futebol.
Música gravada por Moacyr Franco 2 – 1971. O intérprete grava “Pelé agradece”, composição de Pelé que agradece a todos que o ajudaram em sua carreira.
Filme “A Marcha” – 1972. Pelé representa o negro alforriado Chico Bondade, que se alia ao abolicionista Boaventura (Paulo Goulart) para libertar escravos na capital e no Interior da província de São Paulo, no período de novembro de 1887 a março de 1888. O filme é uma adaptação livre do diretor Osvaldo Sampaio – um dos fundadores da produtora Vera Cruz, em 1933 – de um livro homônimo de Afonso Schmidt. Rodado em 1971 na Fazenda Santana, em Bragança Paulista, “A Marcha” teve contou com atores nomes consagrados, como Nicete Bruno e Rodolfo Mayer, al& eacute;m do cantor Francisco Egídio. Com performance muito elogiada pelo diretor Osvaldo Sampaio, Pelé afirmou que depois de analisaria seriamente a possibilidade de se tornar ator após abandonar o futebol.
Primeiro jogo – e gols – no Japão – 26 de maio de 1972, sexta-feira. Pelé marca duas vezes na vitória do Santos sobre a Seleção do Japão por 3 a 0, no Estádio Olímpico de Tóquio, diante de 65 mil espectadores. O outro gol santista foi marcado pelo ponta-direita Jader, que substituiu Ferreira. O casal de príncipes japoneses desceu até o campo para cumprimentar Pelé e os jogadores do Santos. Após o jogo o público invadiu o campo. Em seguida Pelé e o Santos jogariam em Hong Kong, Seul (Coreia do Sul) e Bangkok (Tailândia).
Primeiro jogo na Oceania – 17 de junho de 1972, segunda-feira. Pelé atua pelo Santos no empate de 2 a 2 com a Seleção da Austrália diante de 28.755 presentes no Sidney Sports Ground, em Sidney (Orlando e Edu marcaram para o Santos). Com esta partida Pelé e o Santos completaram jogos em todos os continentes da Terra.
Gol 1.000 pelo Santos – 9 de julho de 1972, domingo. Com um chute de longa distância que surpreendeu o goleiro Castrejon, do Universidad do México, Pelé marcou o seu milésimo gol com a camisa do Santos, o primeiro dos dois que marcou na goleada de 5 a 1, em amistoso disputado no Estádio Kezan, San Francisco, Estados Unidos. Alcindo (2) e Edu fizeram os outros gols santistas. O Santos jogou com Cejas (Cláudio), Orlando, Vicente, Paulo e Zé Carlos (Turcão); Léo Oliveira (Afonsinho) e Nenê; Jader, Alcindo (Adílson), Pelé e Edu. Técnico: Jair Rosa Pinto. O jogo fez p arte de uma longa excursão que durou de 26 de maio a 11 de julho, na qual o Santos se exibiu no Japão, em Hong Kong, Coréia do Sul, Tailândia, Indonésia, Austrália, Canadá e Estados Unidos. Com 15 vitórias e dois empates, o Santos terminou invicto e por isso recebeu a “Fita Azul Independência” dada pelo jornal A Gazeta Esportiva. Dos 67 gols marcados pelo time, Pelé assinalou 27. Na oportunidade, o milésimo gol de Pelé pelo Santos não foi comemorado.
Goleiro 4 – 19 de junho de 1973, terça-feira. Na goleada de 4 a 0 sobre o Baltimore Bays, dos Estados Unidos, em amistoso no Memorial Stadium de Baltimore, Pelé abriu o marcador com um gol olímpico, aos 13 minutos do primeiro tempo; marcou o último da partida aos 35 minutos do segundo tempo, cobrando pênalti, e um minuto depois foi jogar no gol, substituindo o goleiro Cláudio.
Último título pelo Santos – 26 de agosto de 1973, domingo. Empate de 0 a 0 com a Portuguesa diante de um público recorde de 116.568 pessoas no Morumbi deu ao Santos o seu 13.o título paulista. Aos 32 anos e 10 meses Pelé conquistava o seu 26.o título oficial pelo Santos. Um erro do árbitro Armando Marques na contagem dos pênaltis acabou dividindo o título entre os dois times. Com 11 gols, Pelé foi artilheiro do Campeonato Paulista pela 11.a e última vez.
Filme curta-metragem “O Mestre e seus Métodos” – 1973. Pelé ensina a jogar futebol. Roteiro do preparador físico Júlio Mazzei, direção de Saul Lanza e música de Severino Sivuca.
Formado em Educação Física – 12 de janeiro de 1974, sábado. Pelé se forma em Educação Física pela Faculdade de Educação Física de Santos. Pepe, seu companheiro do Santos, também se forma na mesma turma.
Filme “Isto é Pelé” – maio de 1974. Documentário que mostra a vida e a carreira de Pelé, com ênfase às suas participações nas Copas de 1958, 1962 e 1970. O roteiro é do escritor Paulo Mendes Campos, a direção de Luiz Carlos Barreto e a locução de Sérgio Chapelin. O filme mostra cerca de 100 gols de Pelé.
Últimos gols pelo Santos – 22 de setembro de 1974, domingo. Em partida do Campeonato Paulista, no estádio Brinco de Ouro, em Campinas, Pelé marcou os dois últimos dos 1.091 gols que fez pelo Santos. Ele assinalou os dois primeiros gols do jogo no empate de 2 a 2 com o Guarani.
Despedida do Santos – 2 de outubro de 1974, quarta-feira. Jogou até os 20 minutos do primeiro tempo (21h19 hora local) na vitória do Santos por 2 a 0 sobre a Ponte Preta, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Paulista. O árbitro Emidio Marques Mesquita paralisou o jogo, Pelé se ajoelhou e agradeceu a Deus e aos 20.258 presentes ao estádio que mais vezes presenciou os seus gols. Foi substituído por Gilson. Cláudio Adão, aos 44 minutos do primeiro tempo, e Geraldo (contra), aos 10 minutos do segundo, marcaram os gols santistas.
Proposta irrecusável – Início de 1975. Pouco depois de anunciar sua aposentadoria, o Cosmos de Nova York lhe oferece sete milhões de dólares por três anos de contrato, até o final de 1977. Sua contratação fazia parte de um plano de popularização do futebol nos Estados Unidos. Pelé aceita e estreia em 15 de maio de 1975, contra o Dallas Tornado.
Milagre em Beirute – 6 de abril de 1975. A movimentação para iniciar a guerra civil do Líbano, entre cristãos e muçulmanos, é interrompida para que muçulmanos, cristãos e judeus pudessem assistir Pelé no Estádio Olímpico de Beirute. Já contratado pelo Cosmos, pelo qual estreia em maio, Pelé começou jogando como goleiro do Estrela Vermelha de Beirute, depois foi para a linha e marcou dois gols, além de realizar grandes jogadas. O libanês Ali Jebai, que aos 11 anos foi levado pelo pai para ver a partida, conta que o Rei do Futebol chegou a dri blar vários jogadores e ficar diante do goleiro adversário, mas não quis marcar e voltou com a bola para o centro do campo. Jebai conta ainda que o público, em êxtase, gritava “Deus, Deus, Deus da Bola!”. Coincidentemente, Pele, segundo a Torá, em hebraico, quer dizer “Milagre de Deus”. O interesse pelo jogo adiou o início da guerra civil, que começou em 14 de abril. A guerra interna foi sucedida pela guerra entre o Líbano e Israel. Juntos, os conflitos provocaram a morte de 150 mil libaneses. As fotos e vídeos do jogo de Pelé, guardadas no museu do estádio, foram destruídas por bombardeios israelenses. Em 2001 foi lançado o livro “Milagre no Estádio Olímpico de Beirute”, que conta a história do dia em que Pelé uniu muçulmanos, cristãos e judeus.
Volta ao futebol, no Cosmos – 15 de maio de 1975, domingo. Aos 34 anos, cinco meses e 25 dias, Pelé volta ao futebol vestindo a camisa 10 do New York Cosmos, em partida contra o Dallas Tornado, pelo campeonato norte-americano. Um público entusiasmado de 21.278 pessoas comparece ao Downing Stadium, Nova York, para ver o retorno do Rei do Futebol. O primeiro tempo terminou 2 a 0 para o Dallas, com gols de Mackenzie e Shadwick. Na segunda etapa Shpliger diminuiu, aproveitando um passe de Pelé, e o próprio Pelé, de cabeça, fez o gol de empate., provocando invasão de campo e um coro com o seu nome que durou alguns minutos.
Andy Warhol – 26 de julho de 1977, terça-feira. Pelé posa para fotos do artista plástico norte-americano Andy Warhol.
Último título – 28 de agosto de 1977, domingo. Com uma vitória do New York Cosmos por 2 a 1 sobre o Seattle Sounders, diante de 35 mil espectadores que se apertaram no pequeno estádio de Portland e tentaram invadir o campo ao final da partida, Pelé conquistou, aos 37 anos e 10 meses, o último título de sua carreira. Mesmo não marcando nessa última partida, Pelé fez 65 gols nos 107 jogos que realizou pelo Cosmos.
Semeador do futebol nos Estados Unidos – 1977. Pelé atraiu públicos espetaculares aos seus jogos pelo Cosmos. Só na temporada de 1977 ele foi visto por 500 mil espectadores. Segundo Phill Woosnam, presidente da North American Soccer Leagle (NASL), Pelé deu credibilidade à liga norte-americana em todo o mundo e ao futebol dentro dos Estados Unidos.
Não a 10 milhões de dólares – Agosto de 1977. Para que finalmente conseguisse parar de jogar futebol profissionalmente, Pelé teve de recusar uma proposta de 10 milhões de dólares para defender o Cosmos por mais duas temporadas. Detalhe: as temporadas do futebol norte-americano tinham apenas cinco meses por ano.
Gravando com Sérgio Mendes – 1977. Com seis músicas de sua composição, entre elas “Cidade grande” e “Meu mundo é uma bola”, Pelé grava um LP com 13 faixas em parceria com Sérgio Mendes, o músico brasileiro mais conhecido nos Estados Unidos. A gravação é feita em Burbank, na Califórnia. Participam os astros do jazz Gerry Mulligan, Jim Kelfner e Bill Dickson”.
China e Índia – 17 (sábado) a 24 (sábado) de setembro de 1977. A um mês de fazer 37 anos e duas semanas antes de se despedir do futebol, Pelé joga com o Cosmos na China e na Índia, atraindo multidões. Em Pequim enfrenta a Seleção Chinesa nos dias 17 e 20, com públicos de 80 e 50 mil pessoas, respectivamente. Não marca no primeiro jogo, um empate de 1 a 1, e marca um gol no segundo, que terminou com vitória do time local por 2 a 1. Na Índia, enfrenta o Mohum Begun, em Calcutá, com público de 65 mil pessoas. O jogo termina 2 a 2 e Pelé n&atild e;o marca.
Dia Pelé, em New Jersey – 1.o de outubro de 1977, sábado. Prefeitura de Nova Jersey instituiu este dia como o Dia Pelé, em alusão à despedida do Rei do Futebol, no dia seguinte.
Despedida do Cosmos e do Santos – 1.o de outubro de 1977, sábado. Em amistoso diante de 77.891 espectadores que tomaram o Giants Stadium, de Nova York, Pelé se despediu do Santos e do Cosmos, jogando meio tempo para cada equipe. A festa teve a presença de Muhammad Ali e Bobby Moore. Na primeira etapa, o Santos, com Pelé, abriu o marcador aos 14 minutos, por meio de Reinaldo, e Pelé empatou para o Cosmos, cobrando falta, aos 42 minutos. No segundo tempo, o Cosmos virou para 2 a 1, com gol de Ramon Miflin aos 4 minutos. O Santos jogou com Ernani, Fernando, Joãozinho, Alfredo Mostarda e Neto; Zé M&a acute;rio e Aílton Lira (Pelé); Nilton Batata, Carlos Roberto, Reinaldo (Juary) e Rubens (Bianchi. Técnico: Otto Glória. O Cosmos, com Messing (Yashin), Nelsi (Hunter), Roth (Mike), Carlos Alberto Torres (Bob Smith) e Rildo (Formoso); Garbett (Vitor) e Franz Beckenbauer; Tony Field (Ord), Chinaglia, Pelé (Ramon Miflin) e Hunt (Oliveira). Técnico: Eddie Firmani.
Sir, Cidadão do Mundo – 1977. Nesse ano recebeu das mãos da Rainha Elizabeth II o título de Sir, ou Cavaleiro Honorário do Império Britânico (como Pelé não é cidadão do Reino Unido, não pode usar o título de Sir, mas o de Cavaleiro Honorário. No mesmo ano ele também recebeu da Organização das Nações Unidas (ONU) o título de Cidadão do Mundo.
Filme “Os Trombadinhas” – 1979. Longa metragem com roteiro de Carlos Heitor Cony e do próprio Pelé. Após abandonar o New York Cosmos, Pelé passa a trabalhar como instrutor da equipe infanto-juvenil do Santos, mas se torna policial quando é procurado por um empresário bem-sucedido (Paulo Goulart) disposto a descobrir quem está por trás dos trombadinhas de São Paulo. Direção: Anselmo Duarte. Participações de Neuza Amaral, Áurea Campos e Tony Cardi.
Atleta do Século – 15 de maio de 1981, sexta-feira. Recebe do jornal francês L’Equipe o título de Atleta do Século, após uma pesquisa feita em 20 dos mais importantes jornais do mundo. Ganhou 178 votos, contra 169 do atleta norte-americano Jesse Owens, destaque da Olimpíada de Berlim, em 1936. A taça, de bronze, tem 80 centímetros de altura e pesa 23 quilos.
Jair Rodrigues regrava Pelé – 1981. O intérprete Jair Rodrigues regrava a música “Cidade Grande”, composta por Pelé. O lançamento teve clipe no “Fantástico”, programa de maior audiência da tevê brasileira nas noites de domingo.
Filme “Fuga para a vitória” – 1981. Na Paris ocupada pelas tropas nazistas, programa-se um jogo entre uma equipe profissional de futebol da Alemanha e outra formada por prisioneiros de guerra – que aproveitam o jogo para empreenderem um plano de fuga. O roteiro é de Evan Jones e Yabo Yablonsky, baseado em história de Jeff Maguire, Djordje Milicevic e Yabo Yablonsky. A direção é de John Huston e a distribuição da Paramount Pictures. Participações de Pelé, Sylvester Stallone, Michael Caine, Bobby Moore e Osvaldo Ardiles, entre outros.
Filme “A vitória do mais fraco” – 1983. Título original: “A minor miracle”, ou “Um pequeno milagre”. Pelé atua neste filme em que um grupo de órfãos se une a seus familiares para tentar salvar seu orfanato. Roteiro de Mike Lammers e Tom Moyer, direçãoo de Terrell Tannen, participações destacadas de Pelé, John Huston e Peter Fox.
Filme “Pedro Mico” – 1985. Pelé é o ator principal da história – baseada em peça teatral de Antonio Callado – de um malandro carioca que foge com as joias de um roubo e passa a ser protegido pelo restante da quadrilha e também pela polícia. Ele depois diria que se sentiu constrangido de fazer uma cena de sexo com Tereza Rachel, mulher do diretor do filme, Ipojuca Fontes. Participações de Jorge Dória e Ivan Cândido.
Filme “Os Trapalhões e o Rei do Futebol” – 1986. Com roteiro de Ricardo Linhares e Aguinaldo Silva, Pelé e o grupo de humoristas “Os Trapalhões” (Renato Aragão, Mussum, Dedé Santana e Zacharias) encenam uma história infantil na qual que um roupeiro é escolhido para treinar uma equipe de futebol em crise e, apesar dos métodos revolucionários, acaba encontrando o caminho das vitórias. A direção é de Carlos Manga. A modelo Luiz Brunet participa do filme. Com público total de 3.616.696 espectadores, o filme é um dos 30 mais ass istidos entre as produções nacionais.
Filme “ Hotshot” – 1987. Ficção norte-americana que conta a história de um jovem jogador dos Estados Unidos que se transforma em um novo Pelé. Roteiro de Ray Errol Fox, Bill Guttentag, Rick Rei e Joe Sauter, com direção de Rick Rei. Destaque para as participações de Jim Youngs, Pelé e Billy Warlock.
Jogo dos 50 anos – 31 de outubro de 1990, quarta-feira. Amistoso entre a Seleção Brasileira e o “Resto do Mundo” disputado no Estádio Giuseppe Meazza, em Milão, Itália, em homenagem ao quinquagésimo aniversário de Pelé, comemorado uma semana antes. Pelé jogou até os 43 minutos do primeiro tempo e mostrou boa forma física e técnica. Michel, aos 36 minutos do primeiro tempo, e Hagi, aos cinco do segundo, marcaram para o “Resto do Mundo”, time orientado por Franz Beckenbauer, que venceu por 2 a 1. Neto, que substituiu Pelé, marcou de falta aos 15 minutos do segundo. O Brasil, treinador por Paulo Roberto Falcão, jogou com Sérgio (Santos) depois Ronaldo (Corinthians); Gil Baiano (Bragantino) depois Bismarck (Vasco) aos 57, Paulão (Cruzeiro), Adílson (Cruzeiro) depois Cléber (Atlético) e Leonardo (São Paulo) depois Cássio (Vasco); César Sampaio (Santos), Donizete Oliveira (Grêmio) depois Luís Henrique (Bahia), Cafu (São Paulo) e Pelé (sem clube) depois Neto (Corinthians); Charles (Bahia) depois Valdeir (Botafogo) aos 51 e Rinaldo (Fluminense) depois Careca Bianchezzi (Palmeiras). Houve um lance curioso ao final do primeiro tempo, quando se aproximava o momento de Pelé sair de campo. O Rei do futebol penetrou com a bola desde o meio-campo, passou na esquerda, para Rinaldo, e se colocou para receber de volta e concluir a gol. Poderia ser um gol histórico de Pelé, aos 50 anos. Mas Rinaldo, Mesmo sem ângulo, arriscou um chute a gol e desperdiçou a jogada. Pelé – e o mundo – ficaram loucos da vida com o ponta.
Rua Pelé em Montevidéu – 1992. Com a presença do presidente da República, Luis Alberto Lacalle, é inaugurada em Montevidéu uma rua com o nome do Pelé.
Ministro – Ministro dos Esportes do Brasil de 1995 a 1998, alterou a Lei Zico, que passou a ser denominada Lei Pelé. Segundo ele, essa lei libertou os jogadores de futebol brasileiros, antes escravizados pelos clubes. A lei segue diretrizes internacionais da Fifa.
Dia Pelé, em Santos – 19 de novembro de 1995, domingo. Instituído oficialmente pela prefeitura de Santos e comemorado no dia em que o milésimo gol de Pelé foi marcado.
Ministro dos Esportes – 2 de janeiro de 1995, segunda-feira. É empossado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso como primeiro Ministro dos Esportes do Brasil, cargo que ocuparia até 1998. Pelé alterou a Lei Zico, que passou a ser denominada Lei Pelé. Segundo ele, essa lei libertou os jogadores de futebol brasileiros, antes escravizados pelos clubes. A lei segue diretrizes internacionais da Fifa.
Morre Dondinho, pai e mentor – 16 de novembro de 1996, . Pai, ídolo e mentor de Pelé, João Ramos do Nascimento, o Dondinho, morre neste dia, em Santos, com 79 anos, devido à insuficiência cardíaca. Dondinho pode ser visto em dois filmes sobre Pelé: “O Rei Pelé”, em 1962, e “Pelé Eterno”, em 2004.
Batendo bola com Bill Clinton – outubro de 1997. Em visita ao Morro da Mangueira, no Rio de Janeiro, o presidente norte-americano Bill Clinton e Pelé batem bola.
Lei Pelé – 24 de março de 1998, terça-feira. É assinada a Lei Pelé, também chamada de Lei do Passe Livre, que revogava a Lei Zico, de 6 de julho de 1993. A Lei Pelé surgiu com o intuito de trazer transparência e profissionalismo ao esporte brasileiro, garantindo os direitos do consumidor, organizando a prestação de contas dos clubes, que deveriam se tornar empresas, abrindo o caminho para o surgimento de ligas e estipulando verbas para o esporte olímpico e paraolímpico. Aprovada na Câmara e no Senado por unanimidade, a Lei acabou sendo modificada depois, principalmente quanto à obrigatoriedade de profissionalização dos clubes e à sua fiscalização por parte do Ministério Público.
Música ABC – 1998. Pelé canta em rede nacional a música “ABC”, composta por ele para a campanha do Ministério da Educação para incentivar a permanência das crianças nas escolas.
Jogador e Atleta do Século – Em 1999 a revista francesa France Football consultou os ex-vencedores da Bola de Ouro para escolher o Futebolista do Século e Pelé ganhou. O mesmo título lhe foi dado pela International Federation of Football History and Statistics, de Bonn, Alemanha; pela Unicef, na Áustria, e pela Agência Reuters, da Inglaterra, após ouvir jornalistas de vários países. No fim do ano, o Comitê Olímpico Internacional, após votação de todos os comitês olímpicos nacionais, o elegeu como o “Atleta do Século”. &n bsp;Ainda em 1999 foi escolhido pela revista norte-americana Sports Illustrated como o “Profissional que transformou o futebol.”
Calçada da Fama do Maracanã – 16 de junho de 2000, sexta-feira. Pelé deixa a marca de seus pés na Calçada da Fama do estádio do Maracanã.
Reencontro com Gordon Banks – 31 de outubro de 2000. No estádio de Wembley, Pelé se reencontra com Gordon Banks, goleiro da Inglaterra na Copa de 1970. Ao espalmar uma cabeçada de Pelé naquele Mundial, Banks fez aquela que é considerada a melhor defesa na história das Copas. Em Wembley Pelé cobrou um pênalti que Banks não conseguiu defender.
Jogador de Futebol do Século – 11 de dezembro de 2000, segunda-feira. Após enquete com ex-atletas e ex-treinadores renomados, a Fifa (Federação Internacional de Futebol Associado), escolhe Pelé como “O Jogador de Futebol do Século XX”. O prêmio é entregue neste dia em solenidade no Foto Itálico, em Roma.
Filme “Pelé Eterno” – 2004. Documentário que mostra a trajetória de Pelé e a maior parte de seus gols mais importantes. Há ainda muitos dribles, jogadas espetaculares e depoimentos de personalidades do futebol. O roteiro é de José Roberto Torero e a produção de Anibal Massaini. Participações de Pelé, Zito, Pepe, Formiga, Lima, Dorval, Coutinho, Didi, Zózimo, Clodoaldo, Rivelino, Júlio Mazzei, Carlos Menotti e muitos outros.
Prêmio Centenário da Fifa – 23 de setembro de 2004, quinta-feira. Pelé e o alemão Franz Beckenbauer recebem, em Zurique, a Ordem do Mérito do Centenário da Fifa.
Encontro com Maradona – 15 de agosto de 2005, quinta-feira. Pelé é o primeiro convidado do programa especial “La Noche del 10”, que Diego Maradona apresentou por um semestre no canal 13 da Argentina. Ao final da entrevista, ambos controlaram a bola com a cabeça.
Filme “O mundo aos seus pés” – 2006. Título original: “Once in a lifetime: The extraordinary story of the New York Cosmos”. Produçnao anglo-americana. Documentário produzido por John Battsek, Fisher Stevens e Tim Williams sobre o time do Cosmos de Nova York, com direção de Paul Crowder e John Dower, narração de Matt Dillon e participações de Pelé, Carlos Alberto Torres, Franz Beckenbauer, Giorgio Chinaglia e Johan Cruyff, entre outros.
Pelé, Gilberto Gil, Rappin Hood – 2006. Pelé grava com Gilberto Gil e Rappin Hood o CD “Ginga na Europa”, mas questões judiciais impediram o material de ir às lojas.
Prêmio da Major League Soccer (MLS) – 19 de março de 2008, quarta-feira. Pelé recebe das mãos de David Beckhman um prêmio especial da Major League Soccer (MLS) por ter sido o primeiro grande astro do futebol nos Estados Unidos, ao defender o Cosmos na década de 1970.
Pedra fundamental do Museu Pelé – 1.o de julho de 2010. Em solenidade no Centro Histórico de Santos, com a presença de políticos da região, ex-jogadores de futebol, casos de Clodoaldo, Coutinho, Pepe e Edinho, a prefeitura de Santos anunciou o início das obras do Museu Pelé, cujo projeto envolve a restauração do Casarão do Valongo, edifício histórico da cidade, situado no porto, em frente à estacão ferroviária.
Reconhecimento de Di Stéfano – 10 de setembro de 2012, segunda-feira. Em entrevista para o jornal “El Colombiano”, de Medellin, Colômbia, o argentino Alfredo Di Stéfano, então presidente de honra do Real Madrid, considerado por boa parte da imprensa europeia como o melhor jogador do mundo até o final da década de 1950, disse que o melhor jogador de futebol todos os tempos foi mesmo o brasileiro Edson Arantes do Nascimento, Pelé, superior aos argentinos Diego Armando Maradona e Lionel Messi e ao português Cristiano Ronaldo. Di Stéfano nasceu em Buenos Aires em 04/07/1926, jogou p or River Plate, Huracán, Milionários (Colômbia), Barcelona, Real Madrid e Español (Espanha). Defendeu também as seleções da Argentina (1947), Colômbia (1949) e Espanha (1957 a 1961). Ao abandonar a carreira, atuou 24 anos como técnico, à frente de algumas equipes de muito prestígio, como Boca Juniors (1969/70), River Plate (1981/82) e Real Madrid (1982/83 e 1990/91).
Monumento a Dondinho – 15 de setembro de 2012, sábado. É inaugurado no Parque Municipal João Ramos do Nascimento, em Três Corações, o “Monumento ao Dondinho”, uma estátua de cimento, gesso e ferro, de aproximadamente cinco metros de altura, que retrata Dondinho e Pelé ainda criança.
Prótese – 10 de novembro de 2012, sábado. Décadas de prática esportiva (depois do futebol, ele se tornou um assíduo praticante do tênis) cobraram o seu preço. Nesse dia, aos 72 anos, Pelé passou por uma cirurgia no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para receber uma prótese da região do quadril.
Bola de Ouro – 13 de janeiro de 2014, segunda-feira. Em Zurique, Suíça, durante a entrega do prêmio ao melhor jogador do mundo Fifa, Pelé recebeu uma Bola de Ouro especial por sua carreira. Segundo François Morinière, diretor da revista France Football – publicação responsável pela criação do prêmio em 1956 –, a entrega do troféu serviu para “consertar uma injustiça”, já que Pelé, por jamais atuar em um clube europeu, nunca pôde concorrer ao troféu. Joseph Blatter, presidente da Fifa, aproveitou para exaltar Pelé: “No momento que o mundo se prepara para a Copa de 2014, chegou o momento de reconhecer este jogador. Nenhum outro jogador teve tanta influência sobre jogo, inspirou tantos outros a jogar. Seu legado nos inspira. Sua criatividade era sem limites, seu talento nato era sem limites, com mais de 1.000 gols na carreira”. Emocionado, Pelé chorou e aproveitou para agradecer a todas as pessoas que o ajudaram na carreira, não só jogadores, mas auxiliares, fisioterapeutas, massagistas… Falou também das Copas o Mundo que jogou e revelou que considerou a de 1970 a mais importante: “Na minha primeira Copa, eu tinha 17 anos. Todos ficaram surpresos. Foi difícil, porque eu era muito jovem. Na Copa de 1970, a última, eu pensava: “meu Deus, não posso me aposentar com uma derrota”. Por isso, acho que a de 1970 foi a mais importante.”