Guilherme Guarche, do Centro de Memória

Urbano Villela Caldeira Filho faleceu na cidade de São Vicente, uma triste terça-feira na vida do Santos, devido a uma pneumonia que contraiu no Carnaval carioca, aos 42 anos de idade, no dia 13 de março de 1933. O Bloco Flor do Ambiente, do qual era um dos fundadores, com sua morte, foi extinto pelos amigos em respeito à sua memória.

Seu falecimento aconteceu um dia após ter sido disputada, na praça de esportes do Santos, a primeira partida do regime de futebol profissional no Brasil. Em sua homenagem e por ser ele um dos maiores abnegados do Santos, a diretoria nesse mês de sua morte deu ao seu estádio o nome de Urbano Caldeira. O carro fúnebre com seu corpo percorreu as ruas da cidade e foi acompanhado por mais de 200 automóveis até o Cemitério do Paquetá, em Santos.

No dia 9 de janeiro de 1938, o Clube instituiu o Dia de Urbano Caldeira e inaugurou uma estátua nas dependências da Vila Belmiro.

Nascido no dia 06 de setembro do ano de 1890, em Florianópolis foi um exemplar funcionário público federal, trabalhando na antiga Alfândega de Santos como escriturário.

Chegou ao clube do seu coração em janeiro de 1913, onde passou a jogar como zagueiro e depois que parou com o futebol, após jogar 44 partidas e marcar dois gols pelo time santista, decidiu então dirigir o segundo quadro e o time principal do clube praiano.

Como Secretário Geral de Esportes, que corresponde hoje a figura do técnico, sua melhor fase no comando da equipe foi quando a partir de 1924 montou a equipe que ficou conhecida no ano de 1927, como o time do ataque dos 100 gols, esquadrão esse que tinha na linha dianteira Omar, Camarão, Feitiço, Araken e Evangelista.

Depois que esse time goleador se desfez, ele ainda se manteve como treinador da equipe santista e também como vice-presidente, mas já sem muito entusiasmo. Em sua homenagem, a prefeitura da cidade de Praia Grande deu seu nome a uma rua no bairro Tude Bastos. Urbano Caldeira,é ao lado de Pelé e Modesto Roma, um dos três patronos do Santos.