Por Guilherme Guarche, do Centro de Memória
A imagem do Rei Pelé ajoelhado no centro do gramado do estádio Urbano Caldeira é uma das mais vistas quando o assunto é a carreira do eterno Rei Pelé. Essa foto que já entrou para a história, mostrando o Rei de braços abertos e chorando, entristecendo não só os 20 258 espectadores nas arquibancadas da Vila Belmiro como também os esportistas de todo mundo que a assistiram naquela noite de quarta-feira, 2 de outubro de 1974.
Foi a última partida oficial do Rei com a camisa do Santos, depois de 18 anos defendendo as cores do Alvinegro mais famoso do mundo. Era o adeus do melhor jogador de futebol de todos os tempos. O adversário do Santos naquela partida histórica foi a Ponte Preta que foi derrotada pelo placar de 2 a 0, com gols de Cláudio Adão e Geraldo contra, a favor do Peixe.
O time praiano que jogou com camisas alvinegras era dirigido pelo técnico Elba de Pádua Lima, o Tim, o mesmo técnico que tentou levar para o Bangu o garoto Pelé, quando o menino tinha apenas 14 anos, e não teve sucesso na empreitada porque dona Celeste a mãe do menino não autorizou sua saída para jogar no time do Rio de Janeiro. Tim escalou o Peixe com: Cejas, Wilson Campos, Vicente, Bianchi e Zé Carlos; Léo Oliveira e Brecha, Da Silva, Cláudio Adão, Pelé (Gilson) e Edu.
Durante a semana a cidade de Santos recebeu muitos jornalistas, ávidos em presenciar a despedida do Atleta do Século, de várias partes, não só do Brasil como de todo o mundo. Só se falava no derradeiro jogo do craque santista.
E foi exatamente aos 20 minutos do primeiro tempo que Pelé pegou a bola e sem que ninguém esperasse, ele se ajoelhou no meio do círculo central, abriu os braços e disse adeus ao futebol. Na sequência se levantou e cercado de repórteres e fotógrafos deu a volta olímpica com a camisa na mão correndo e chorando para os vestiários do Santos, saindo depois em um carro da Polícia Militar que o esperava na parte externa do estádio. No lugar do Rei entrou Gílson, o popular beija-flor.
Desde a primeira vez em que vestiu a camisa do time principal do Peixe no dia 7 de setembro de 1956, em Santo André na vitória pelo placar de 7 a 1, até a partida contra a Ponte Preta, foram 1116 apresentações com 1091 gols marcados só pelo Alvinegro. Ao todo o Rei jogou em sua fantástica carreira 1365 partidas com 1282 gols marcados.
Pelé foi o artilheiro máximo no Campeonato Paulista nos anos de 1957 até 1965, depois em 1969 e por último em 1973. No ano de 1958 o Rei marcou 58 gols no certame regional um recorde.
Pela Seleção Brasileira Pelé jogou 113 partidas e assinalou 95 gols. É tricampeão mundial pela Seleção Brasileira tendo participado de quatro mundiais (1958/62/66 e 1970).
Depois da despedida do Santos, Pelé voltaria ao futebol profissional em 1975 jogando nos Estados Unidos pela equipe do New York Cosmos onde atuaria até o dia 1º de outubro de 1977.
Os principais títulos do Rei no Santos
- Bicampeão Mundial Interclubes nos anos de 1962/63
- Bicampeão da Taça Libertadores nos anos de 1923/63
- Campeão Brasileiro nos anos de 1961/62/63/64/65 e 1968
- Campeão da Recopa Sulamericana em 1968
- Campeão da Recopa Mundial em 1969
- Campeão do Torneio Rio-São Paulo nos anos de 1959/63/64
- Campeão Paulista nos anos de 1958/60/61/62/64/65/67/68/69 e 1973.